Memória Genética.
Devido à natureza inexorável e irreversível do tempo, à continuidade/eventualidade da vida; os eventos passados estão irremediavelmente perdidos, salvo pelo fato de ficarem registrados em algum tipo de memória, sejam nas convenções sociais da cultura ou na transmissão de informação ancestral e filogenética pela combinação de genes DNA\RNA nas células que formam os sistema nervoso central. O tempo passa e a linguagem tenta reter, gravar, lembrar. Da analogia das diferentes formas de representação do universo e da realidade, elaboramos, a partir da memória, modelos abstratos a que chamamos PARADIGMAS.
Há, portanto, dois eixos fundamentais que tangenciam o desenvolvimento da consciência e da linguagem: o concreto e o abstrato, o percebido e o imaginado, o presente e a memória, a duração contínua da percepção sensorial e as diferentes formas de representação que funcionam como arquivos onde os acontecimentos são memorizados. As noções de consciência social e de inconsciente coletivo são diferentes paradigmas de representação, não sendo necessariamente incompatíveis, mas, complementares.
Inconsciente Coletivo.
Segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, é a camada mais profunda da psique humana. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados da humanidade. É nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.
Jung via o inconsciente não apenas como um repositório das memórias e das pulsões reprimidas, mas também como um sistema passado de geração em geração, vivo em constante atividade, contendo todo o esquecido e também neoformações criativas organizadas segundo funções coletivas e herdadas. O inconsciente coletivo que propõe não é, apesar das incessantes incompreensões de seus críticos, composto por memórias herdadas, mas sim por pré-disposições funcionais de organização do psiquismo.
Tais traços funcionais do inconsciente coletivo foram chamados por Jung de arquétipos, que não seriam observáveis em si, mas apenas através das imagens que eles proporcionam.
Arquétipo.
Filosofia: O termo "arquétipo" é usado por filósofos neoplatônicos, como Plotino, para designar as idéias como modelos de todas as coisas existentes, segundo a concepção de Platão. Nas filosofias teístas o termo indica as idéias presentes na mente de Deus. Pela confluência entre neoplatonismo e cristianismo, termo arquétipo chegou à filosofia cristã, sendo difundido por Agostinho, provavelmente por influência dos escritos de Porfírio, discípulo de Plotino.
Psicologia Analítica: Arquétipo significa a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. C.G.Jung usou o termo para se referir aos modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique.
Eles são as tendências estruturais invisíveis dos símbolos. Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da situação consciente. Jung deduz que as "imagens primordiais", um outro nome para arquétipos, se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram isolados uns dos outros, embora possam se interpenetrar e se misturar.