quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Os crimes do neocolonialismo

O imperialismo (XIX) é a principal causa da miséria econômica de países africanos e asiáticos atualmente.

imperialismo ou neocolonialismo do século XIX se constituiu como movimento de domínio, conquista e exploração política e econômica das nações industrializadas europeias (Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Holanda) sobre os continentes africano e asiático.

A “partilha” da África e da Ásia se deu fundamentalmente no século XIX (pelos europeus), mas continuou durante o século XX. No decorrer deste, os Estados Unidos e o Japão ascenderam industrialmente e exerceram sua influência imperialista na América e na Ásia, respectivamente.

A “corrida” com fins de “partilha” da África e da Ásia, realizada pelas potências imperialistas, aconteceu por dois principais objetivos: 1º) a busca por mercados consumidores (para os produtos industrializados); 2º) a exploração de matéria-prima (para produção de mercadorias nas indústrias). A industrialização europeia se acentuou principalmente após as inovações técnicas provenientes da 2ª fase da Revolução Industrial.

O domínio da África e da Ásia, exercido pelos países industrializados, teve duas principais formas: 1ª) a dominação política e econômica direta (os próprios europeus governavam); 2ª) a dominação política e econômica indireta (as elites nativas governavam). Mas como as potências imperialistas legitimaram o domínio, a conquista, a submissão e a exploração de dois continentes inteiros?

A principal hipótese para a legitimação do domínio imperialista europeu sobre a África e a Ásia foi a utilização ideológica de teorias raciais europeias provenientes do século XIX. As que mais se destacaram foram o evolucionismo social e o darwinismo social.

Um dos discursos ideológicos que “legitimariam” o processo de domínio e exploração dos europeus sobre asiáticos e africanos seria o evolucionismo social. Tal teoria classificava as sociedades em três etapas evolutivas: 1ª) bárbara; 2ª) primitiva; 3ª) civilizada. Os europeus se consideravam integrantes da 3ª etapa (civilizada) e classificavam os asiáticos como primitivos e os africanos como bárbaros. Portanto, restaria ao colonizador europeu a “missão civilizatória”, através da qual asiáticos e africanos tinham de ser dominados. Sendo assim, estariam estes assimilando a cultura europeia, podendo ascender nas etapas de evolução da sociedade e alcançar o estágio de civilizados.

O domínio colonial, a conquista e a submissão de continentes inteiros foram legal e moralmente aceitos. Desse modo, os europeus tinham o dever de fazer tais sociedades evoluírem.

darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.

A partir de então, os europeus difundiram a ideia de que o imperialismo, ou neocolonialismo, seria uma missão civilizatória de uma raça superior branca europeia que levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã, ciência) para outros lugares. Segundo o discurso ideológico dessas teorias raciais, o europeu era o modelo ideal/ padrão de sociedade, no qual as outras sociedades deveriam se espelhar. Para a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com a civilização europeia.

Hoje sabemos que o evolucionismo social e o darwinismo social não possuem nenhum embasamento ou legitimidade científica, mas no contexto histórico do século XIX foram ativamente utilizados para legitimar o imperialismo, ou seja, a submissão, o domínio e a exploração de continentes inteiros.

Original: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/darwinismo-social-imperialismo-no-seculo-xix.htm

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O julgamento de Sócrates

A democracia ateniense era contraditória e excludente. Mesmo um Helênico que fosse de Atenas ficaria de fora das decisões da Ágora se tivesse um de seus pais nascidos em outra pólis. Mesmo um Helênico que viesse a morar em Atenas, mas fosse de outra pólis seria considerado "estrangeiro".
Uma das obras mais conhecidas de Platão é "Apologia de Sócrates", no qual o pensador que deu origem à filosofia tenta defender o seu mentor. Ou seja, em uma decisão "demorática", Sócrates foi condenado à morte.

"Sócrates foi acusado de não aceitar os deuses da cidade, introduzindo novos cultos, e também de corromper a juventude: crimes a serem punidos com a morte por meio da ingestão de cicuta. Foram três os acusadores de Sócrates: Meleto, um poeta menor, cuja motivação parece ter sido a de chamar a atenção sobre sua pessoa; Lícon, que nutria certo ressentimento pessoal contra o filósofo; e Anito, um rico curtidor de couros, que por sua influência granjeava maior peso à acusação.

Não muito tempo depois de seu julgamento e morte, uma estátua foi erigida em homenagem a Sócrates em Atenas, enquanto a sorte reservada a seus acusadores é bom indício de como a cidade, afinal, reagiu à condenação do filósofo – ou como o destino manifestou-se a respeito: Meleto foi condenado à morte, Anito foi exilado e apedrejado pelo povo, e Lícon suicidou-se".

[https://emporiododireito.com.br/leitura/o-julgamento-de-socrates]

Nesse sentido, no Wikipédia, em suas páginas em inglês, eu encontrei dois termos: Eusebeia e Asebeia.

Eusebia (em grego: εὐσέβεια de εὐσεβής "piedosa" de εὖ eu que significa "bem", e σέβας sebas que significa "reverência", formou-se a partir seb- significado temor sagrado e reverência especialmente em ações) é uma palavra grega abundantemente utilizados na filosofia grega como bem como no Novo Testamento , significando realizar as ações apropriadas aos deuses. A raiz seb- ( σέβ- ) está conectada ao perigo e à fuga e, portanto, o senso de reverência originalmente descreveu o medo dos deuses.

Uso grego clássico

A palavra era usada na Grécia Clássica, onde significava se comportar como dita a tradição nas relações sociais e para com os deuses. Um demonstra eusebeia aos deuses realizando os atos habituais de respeito (festivais, orações, sacrifícios, devoções públicas). Por extensão, a pessoa honra os deuses mostrando o devido respeito aos anciãos, mestres, governantes e tudo sob a proteção dos deuses.

Para os platônicos, "eusebeia" significava "conduta correta em relação aos deuses". Para os estóicos , "conhecimento de como Deus deve ser adorado".

Na religião e no mito da Grécia Antiga, o conceito de eusebeia é antropomorfizado como o daimon da piedade, lealdade, dever e respeito filial. De acordo com uma fonte, seu marido é Nomos (Law), e sua filha é Dike , deusa da justiça e do julgamento justo. Em outras narrativas, Dike é filha do deus Zeus e / ou da deusa Themis (Ordem). O equivalente romano é Pietas .

[https://en.wikipedia.org/wiki/Eusebeia] Traduzido com Google Tradutor.

Asebeia ( grego antigo : ἀσέβεια) era uma acusação criminal na Grécia antiga por "profanação e zombaria de objetos divinos", por "irreverência para com os deuses do estado" e desrespeito para com os pais e antepassados ​​mortos. Isso se traduz para o inglês como impiedade ou impiedade. A maior parte das evidências disso vem de Atenas.

Cada cidadão, incluindo um terceiro, poderia trazer esta acusação ( gráficoē asebeias ) para o Basileus Arconte . Em vez de uma única lei ou texto definindo a acusação e o processo a ocorrer em caso de asebeia, há uma série de textos em que ele aparece. Plutarco, Polibios , Demóstenes e Aristóteles referem-se a ela em seus textos.

Os julgamentos foram realizados publicamente no Heliaia e foram divididos em duas etapas: primeiro era estabelecido pelo público (heliasts ou dikastes ), por meio de votação, se o acusado era considerado culpado; se a maioria os considerasse culpados, porque as leis não prescreviam pena fixa, a audiência do Heliaia então, em uma segunda etapa, decidiria sobre a pena. As penas conhecidas eram multas, exílio, morte, confisco de bens e atimia (privação de direitos), sendo a morte a pena mais comum. Não havia direito de apelar da sentença proferida. As sentenças foram executadas ou supervisionadas pelos magistrados das onze tribos.

[https://en.wikipedia.org/wiki/Asebeia] Traduzido com Google Tradutor.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Ensaio sobre a democracia

Caturo, em seu delírio racista, escreve:

"...em Democracia, o critério do poder é, não a superioridade física, militar, intelectual, mas sim a pertença ao Povo, não a uma parte específica do povo e sim a todo o Povo só por ser Povo, ou seja, tem-se direito de voto exclusivamente por se pertencer a uma Nação. Nada pode sugerir melhor o privilégio rácico/étnico/nacional do que isto... A partir daqui facilmente se entende que multiplicidade étnica dentro da mesma sociedade enfraquece a Democracia, uma vez que retira ao Povo autóctone parte do poder sobre a sua própria terra ao obrigar este povo a dividir este poder com alógenos. A Democracia só é portanto possível na medida em que a sociedade seja etnicamente homogénea...".

O Caturo deveria se informar melhor. Vamos a algumas definições:

"A democracia ateniense (no grego: δεμοκρατιk) foi uma forma de governo que surgiu na Grécia em meados do séc. V a.C. A experiência democrática ateniense dava-se em todo território da Ática de forma direta, contudo, envolvia pequena parcela da população. Tinham o direito de participar homens com terras, maiores de 19 anos e filhos de pai ateniense, e a partir de 451 a.C., aqueles que fossem filhos de pai e mãe atenienses. Escravos, mulheres e estrangeiros não poderiam participar nas instituições democráticas. Em geral, acredita-se que apenas 30% da população adulta de Atenas era elegível para participar do processo eleitoral. A liberdade e a igualdade constituíram a essência dessa democracia expressa através de três princípios básicos: isocracia, isonomia e isegoria". [Wikipédia]

Vamos analisar a palavra democracia:

"Na Grécia Antiga, o demo (em grego: δῆμος) era uma subdivisão da Ática, região da Grécia em torno de Atenas. Os demos já existiam, como meras subdivisões de terra nas áreas rurais, desde o século VI a.C., e mesmo antes, porém só adquiriram um significado mais importante depois das reformas de Clístenes, em 508 a.C.. Nestas reformas, o alistamento nas listas de cidadãos de cada demo passou a ser obrigatória para a obtenção da cidadania, que até então era obtida através da associação com uma fratria ou grupo familiar. Ao mesmo tempo, os demos foram criados na própria cidade de Atenas, onde não existiam anteriormente. No total, ao fim das reformas de Clístenes, a Ática estava dividida em 100 demos. A transformação dos demos em unidades fundamentais do Estado enfraqueceu os genos, grupos familiares aristocráticos que até então dominavam as fratrias". [Wikipédia]

Nem todos atenienses podiam fazer parte da democracia:

"Em Atenas eram considerados cidadãos homens livres (eleutheroí), maiores de 18 anos, filhos de pai ou mãe ateniense – após 451 a.C. deveriam ter pai e mãe ateniense –, e serem inscritos nos registros cívicos do demos. Tinham como direito a participação política, a propriedade da terra e a defesa do território cívico. Aos que não possuíam cidadania política, como mulheres e estrangeiros, esses direitos eram muitas vezes inacessíveis. Estima-se que cerca de 10% da população ateniense era composta por cidadãos, o que, para época, era considerado um número relativamente alto.

Mulheres

A mulher ateniense tinha como função principal gerar filhos e sua educação estava direcionada a se tornar mãe e esposa de cidadão. A mulher cidadã, apesar de sua exclusão da esfera política, participava ativamente da pólis em importantes funções cívicas no campo religioso, cruciais para o bem estar dos gregos.

Metecos

A partir do século IV a.C., tornou-se recorrente a vinda de metecos para Atenas por causa de sua vibrante vida intelectual. Além de nomes famosos como o filósofo Aristóteles, também foram para Atenas artesão, comerciantes e refugiados políticos. Mesmo estando presentes em inúmeras funções da pólis ateniense, os metecos eram expressamente proibidos de ocupar qualquer cargo político dentro da democracia ateniense.

Os metecos que residiam em Atenas tinham que pagar um imposto chamado metoikion, pago anualmente para a pólis. Os homens pagavam doze dracmas e as mulheres seis. Eles também deveriam servir no exército ateniense e tinham obrigações financeiras como qualquer outro cidadão. Os metecos mais ricos serviam na infantaria pesada dos hoplitas e os mais pobres na infantaria leve ou na frota naval. Nenhum meteco poderia fazer parte da cavalaria. Porém, nos tribunais atenienses deveriam ser representados por um cidadão que pudesse responder por ele". [Wikipédia]

Além desses "párias sociais", não podemos nos esquecer dos escravos:

"Na Ilíada, os escravos quase sempre são mulheres, tomadas como espólio em guerras, enquanto os homens eram libertados mediante o pagamento de resgate, ou mortos no campo de batalha. Na Odisseia os escravos também parecem ser, em sua maioria, mulheres. Estes escravos eram servos e, por vezes, concubinas". [Wikipédia]

E para não esquecer, os Helênicos atribuíam serem descendentes de Heleno, um Patriarca Mítico. Os Helênicos são compostos pela mistura de diversos povos/etnias: Pelasgos, Dórios, Éolos, Jônios e Aqueus. Como descendentes dos Povos Indo-Europeus, suas origens são semelhantes às dos Persas e são imigrantes.

A identidade dos Helênicos como Nação surgiu por volta de 1820, quando estes começaram a lutar pela independência contra o Império Otomano.

Caturo é ignorante em história, antropologia e política. Eu cito alguns trechos da apostila de política contemporânea disponível nos cursos do senado local:

"De modo geral, o unicameralismo é mais comum em países de área menor, menos populosos, de população mais homogênea, organizados de maneira unitária, nos quais a democracia encontra-se menos consolidada".

A noite de Kupala

Celebra-se hoje o solstício, o de verão no hemisfério sul e o de inverno no hemisfério norte. Assim como inúmeras outras celebrações que pertenciam às religiões antigas e foi apropriada pelo Cristianismo, o solstício, a Saturnália, o Dia do Sol Invicto e o Dia de Mithra foram sincretizados e assimilados no "Christmas", vulgo Natal.
Felizmente, em alguns países e regiões, as crenças antigas sobreviveram e continuam a ser celebradas, como a noite de Kupala.

A religião ortodoxa chegou na Rus Kievana em 988. Antes disso era o paganismo e a religião foi parecida com religião dos índios no Brasil. Hoje em dia muitos rituais pagãos se misturaram com religião crista, mesmo que durante época soviética tentaram destruir os ambos.

Uma das tradições antigas é a noite do Ivan Kupala que é uma das principais celebrações do calendário dos povos eslavos que coincide com nascimento do São João Batista. Os rituais pagãos foram proibidos pela igreja ortodoxa, mas muita gente, especialmente os jovens, comemoram esse dia como uma festa cheia de alegria, sem qualquer implicação religiosa.

Os ritos do Ivan Kupala que acontecem na véspera constituem uma cerimônia complexa incluindo a coleta de ervas e flores com determinados poderes, montagem das coroas de flores pelas moças jovens, decoração das casas com galhos verdes.

A festa do Ivan Kupala desde os tempos antigos foi conhecida entre os eslavos como uma celebração em homenagem do Sol, maturidade e roçada de verão. As pessoas se decoravam com as flores, fizeram fogueiras, dançavam ao redor e cantavam música ritual. Os homens idosos com a ajuda de fricção dos galhos secos acendiam o “fogo vivo” e no meio das fogueiras colocavam um polo com uma roda pegando fogo em cima, como o símbolo do Sol.

Foi considerado que é perigoso dormir nessa noite por que as bruxas e toda força de maldição está acordada.

As meninas colocavam coroas de flores com velas acesas na água do rio e fizeram adivinhação sobre seu futuro marido. Os casais pulavam juntos pela fogueira com as mãos dadas por que soltar as mãos significava separação em breve.

Existe uma lenda que somente nessa noite floresce uma flor de samambaia e quem conseguirá a encontrar vai ganhar grande poder e riqueza.

Desde época da Rus Kievana os representantes da Igreja Ortodoxa continuam a opor-se a alguns dos costumes dessa celebração.

Fonte: https://www.cursorusso.com.br/7-de-julho-celebracao-do-ivan-kupala/

Kupala, no caso, está associada à uma Deusa.

Na Mitologia Eslava, Kupala é a deusa polonesa das ervas, feitiçaria, sexo e do verão. Ela é também a Mãe d'Água, associada às árvores, ervas e flores. Sua celebração ocorre durante o solstício de verão. Era um dia sagrado que honrava os dois elementos mais importantes: Fogo e Água. Kupalo é a forma masculina de Kupala, e reconhecido em outras regiões eslavas. Kupalo é associado a São João, sendo seu banquete no dia 24 de junho.

A festa de Kupala, também conhecida como Sobótka, é comemorada durante o solstício de verão em junho. É um dia considerado sagrado, que honra os dois elementos mais importantes: o fogo e a água. A tradição manda queimar fogos no fim do dia, tomar um banho ao ar livre no por do sol e cantar e dançar, em torno do "amigo" até a meia-noite. Com a chegada da meia-noite, sob o pretexto de procurar pela Flor de samambaia, as solteiras correm para dentro da floresta. As mulheres com as flores de diadema na cabeça, o símbolo das solteiras, correm cantando, sendo seguidas, pelos homens solteiros. Se você encontra a flor de samambaia, todos os desejos da sua vida, serão realizados, porém se não a encontrar, terá uma vida feliz... O afortunado homem que retornar com o anel de flor em sua cabeça, se casará em breve.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Kupala

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Carta para "dra" Laura

Laura Schlessinger é uma conhecida locutora de rádio nos Estados Unidos. Ela tem um desses programas interativos que dá respostas e conselhos aos ouvintes que a chamam ao telefone. Recentemente, perguntada sobre a homossexualidade, a locutora disse que se trata de uma abominação, pois assim a Bíblia o afirma no livro de Levítico 18:22. Um ouvinte escreveu-lhe então uma carta que vou transcrever: 

“Querida dra. Laura: Muito obrigado por se esforçar tanto para educar as pessoas segundo a Lei de Deus. Eu mesmo tenho aprendido muito do seu programa de rádio e desejo compartilhar meus conhecimentos com o maior número de pessoas possível. Por exemplo, quando alguém se põe a defender o estilo homossexual de vida, eu me limito a lembrar-lhe que o livro de Levítico, no capítulo 18, versículo 22, estabelece claramente que a homossexualidade é uma abominação. E ponto final... Mas, de qualquer forma, necessito de alguns conselhos adicionais de sua parte a respeito de outras leis bíblicas concretamente e sobre a forma de cumpri-las:
Gostaria de vender minha filha como serva, tal como o indica o livro de Êxodo, 21:7. Nos tempos em que vivemos, na sua opinião, qual seria o preço adequado?
O livro de Levítico 25:44 estabelece que posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, desde que sejam adquiridos de países vizinhos. Um amigo meu afirma que isso só se aplica aos mexicanos, mas não aos canadenses. Será que a senhora poderia esclarecer esse ponto? Por que não posso possuir canadenses?
Sei que não estou autorizado a ter qualquer contato com mulher alguma no seu período de impureza menstrual (Lev. 18:19, 20:18, etc.). O problema que se me coloca é o seguinte: como posso saber se as mulheres estão menstruadas ou não? Tenho tentado perguntar-lhes, mas muitas mulheres são tímidas e outras se sentem ofendidas.
Tenho um vizinho que insiste em trabalhar no sábado. O livro de Êxodo 35:2 claramente estabelece que quem trabalha nos sábados deve receber a pena de morte. Isso quer dizer que eu, pessoalmente, sou obrigado a matá-lo? Será que a senhora poderia, de alguma maneira, aliviar--me dessa obrigação aborrecida?
No livro de Levítico 21:18-21 está estabelecido que uma pessoa não pode se aproximar do altar de Deus se tiver algum defeito na vista. Preciso confessar que eu preciso de óculos para ver. Minha acuidade visual tem de ser 100% para que eu me aproxime do altar de Deus? Será que se pode abrandar um pouco essa exigência?
A maioria dos meus amigos homens tem o cabelo bem cortado, muito embora isto esteja claramente proibido em Levítico 19:27. Como é que eles devem morrer?
Eu sei, graças a Levítico 11:6-8, que quem tocar a pele de um porco morto fica impuro. Acontece que adoro jogar futebol americano, cujas bolas são feitas de pele de porco. Será que me será permitido continuar a jogar futebol americano se usar luvas?
Meu tio tem uma granja. Deixa de cumprir o que diz Levítico 19:19, pois planta dois tipos diferentes de sementes no mesmo campo, e também deixa de cumprir a sua mulher, que usa roupas de dois tecidos diferentes, a saber, algodão e poliéster. Além disso, ele passa o dia proferindo blasfêmias e maldizendo. Será que é necessário levar a cabo o complicado procedimento de reunir todas as pessoas da vila para apedrejá-los? Não poderíamos adotar um procedimento mais simples, qual seja, o de queimá-los numa reunião privada, como se faz com um homem que dorme com a sua sogra, ou uma mulher que dorme com o seu sogro (Levítico 20:14). Sei que a senhora estudou esses assuntos com grande profundidade de forma que confio plenamente na sua ajuda. Obrigado de novo por recordar-nos que a Palavra de Deus é eterna e imutável.” 

Original: http://apoesc.blogspot.com/2016/08/carta-ironica-dra-laura-schlessinger.html

domingo, 19 de dezembro de 2021

A primeira literatura da história

Filha do rei Sargão da Acádia, conhecido como um dos primeiros líderes a fundar um império na civilização mesopotâmica, a princesa Enheduana — provavelmente nascida em 2300 a.C. —, recebeu esse nome como uma referência para a Lua, como algo que pode ser traduzido para “adorno do céu".

Assim como o satélite natural, a autora iluminou os caminhos por onde passou, deixando como legado mais de 40 obras literárias. Por isso, ela é considerada como a primeira escritora do mundo, já que seus textos verdadeiramente foram atribuídos a ela.

Antes de Enheduanna, outras pessoas já haviam escrito textos. Contudo, seus nomes não apareciam e permaneciam anônimos; já os trabalhos da princesa costumavam ser constantemente assinados, trazendo para ela um diferencial jamais visto.

À frente de seu tempo

Seu pai uniu várias cidades-estados que foram distribuídas no famoso eixo dos rios Tigre e Eufrates, que contribuíram para que as civilizações mesopotâmicas se desenvolvessem na época. Pensando nisso, Enheduana tinha um papel importante.

A mulher foi alta sacerdotisa do deus lunar Nana, também conhecido como Anu ou Innana, no antigo estado de Ur, seu cargo foi exercido durante o reinado de seu irmão Rimush. Além disso, consta que ela também foi a primeira mulher a receber o título de EN, o que representava uma personalidade de grande importância para a política, título que depois foi atribuído a todas as outras filhas do rei.

Contudo, o que verdadeiramente fez com que Enheduana entrasse para a história, foram os seus textos.

Obras marcantes

Sabe-se que na antiguidade as tradições escribas eram funções que costumavam ser atribuídas para homens, entretanto, o legado da poetisa deixa em evidência que a literatura na Mesopotâmia também contou com a presença feminina.

Ao todo, Enheduana tem seu nome atribuído a 42 hinos dedicados a templos que fazem parte de um extenso território da Suméria e Acádia, o que inclui regiões como Eridu, Sipar e Esnuna, obras essas que ficaram conhecidas como Hinos Sumérios do Templo. Além disso, a autora também escreveu hinos dedicados à deusa Inanna.

37 placas de argila encontradas nas regiçoes de Ur e Nippur foram reconstituídas: elas continham textos de Enheduana. A maioria data dos antigos períodos babilônicos e da terceira dinastia de Ur. Porém, mesmo sendo pioneira, a escritora não desfrutava de tanta liberdade para sua escrita e seguia os padrões da época.

O legado de uma princesa 

Mesmo depois de sua morte, a filha do rei não foi esquecida por seu povo e ficou marcada como uma figura de importância para região. Acredita-se que até mesmo chegou a ser representada com caráter semi-divino.

A prática da escrita realizada pela princesa trouxe à tona a questão da alfabetização de mulheres na antiga Mesopotâmia. Apesar de ter ficado marcada, Enheduana, não foi a única. Historiadores revelam que muitas esposas de reis também escreviam poesias. Além disso, era comum a adoração a uma deusa escriba chamada Nidaba.

Atualmente, boa parte dos trabalhos, textos e poemas feitos por Enheduana se encontram disponíveis para a leitura na língua inglesa, através da plataforma Electronic Text Corpus of Sumerian Literature.

Nesse site, os textos antigos foram traduzidos por Samuel Noah Kramer, um especialista em povos sumérios. Além disso, sabe-se que a poetisa Diane Wolkstein, também destaca a história da princesa em seu livro intitulado Inana, Rainha dos Céus e da Terra: suas histórias e hinos da Suméria (1983).

Original: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/saiba-quem-foi-enheduana-primeira-escritora-da-historia.phtml

sábado, 18 de dezembro de 2021

Fidelidade pagã

A lendária Sigrid Storråda ou Sigrid a Orgulhosa, filha do rei da Suécia, foi em 998 levada a casar-se com o rei norueguês Olaf Tryggvason. Mas recusou o matrimónio porque o monarca norueguês exigiu a sua conversão ao Cristianismo. Disse-o claramente a Tryggvason, frente a frente:
 «Não irei abandonar a fé que os meus antepassados mantiveram antes de mim.»
O norueguês, enraivecido, bateu-lhe. A resposta de Sigrid foi calma e altaneira: «Isto que fizeste poderá um dia causar a tua queda».
Tryggvason, que fora pagão, e se tornara famoso por ter saqueado Londres em 994, queimando nesse ataque a ponte de Londres (que originou uma rima infantil da cultura popular inglesa), converteu-se a dada altura ao Cristianismo, construiu a primeira igreja da Noruega e passou a empreender uma espécie de guerra santa em nome do Crucificado, campanha de terror e massacres destinada a destruir a religião dos seus ancestrais e do seu Povo: numa ocasião, forçou um compatriota seu a engolir uma víbora pelo facto de este recusar o culto do Judeu Morto, tendo depois oferecido as terras da vítima à Igreja, deixando a família do assassinado na miséria; noutro episódio, colocou uma taça com brasas no estômago doutro resistente à nova ordem cristã até que as entranhas do pagão rebentaram. Chacinou além disso centenas de homens e mulheres por realizarem o festival de Ostara (festa pagã nórdica equivalente à Páscoa e donde deriva o inglês «Easter»). E cortou a língua do rei anterior, Guthroth, por se pronunciar contra a tirania do novo rei cristão.
Converteu a Islândia ao Cristianismo - com base na chantagem e no cerco asfixiante. Os seus missionários falharam na missão de converter os Islandeses ao culto do Judeu Morto, um deles até foi declarado fora-da-lei em solo islandês por ter andado a destruir santuários e estátuas de Deuses. Trygvasson recorreu então a métodos político-económicos: proibiu o acesso de marinheiros islandeses aos portos noruegueses, o que prejudicou o principal comércio islandês, e tomou como reféns sob ameaça de morte vários islandeses que viviam na Noruega, entre os quais se contavam filhos de alguns dos principais líderes da Islândia. Os actuais asatruar (adoradores dos Deuses nórdicos) chamam-lhe «Olaf o Traidor».
Sigrid conseguiu sempre evitar o casamento com o monarca cristão, ao mesmo tempo que criou uma coligação dos inimigos do seu pretenso esposo. Logrou assim mover a Suécia e a Dinamarca contra a Noruega. No dia 9 de Setembro do ano 1000 obteve a vingança que prometera: as forças cristãs de Olav Tryggvason foram batidas pela aliança sueco-dinamarquesa na batalha naval de Svolder, que representou um grande revés para o Cristianismo no extremo norte europeu.

Original: http://gladio.blogspot.com/2021/09/nao-abandonarei-fe-dos-meus-ancestrais.html

Caturo tem excelente artigos, quando não desanda com seu delírio racista.