terça-feira, 16 de julho de 2019

Vigésima quarta revelação

Da Minha própria essência que formei as coisas, todas. 
Se ainda assim quiserdes de alguma forma, 
a Mim, homenagear, se quiserdes conhecer-Me 
ou vos tornar agradável ao teu Senhor em verdade 
e da Verdade vos aproximar, 
sabeis que só há um caminho: 
abrir-vos as pernas de uma mulher, 
dediqueis vossa paixão ao prazer e 
Eu abrir-vos-ei o entendimento. 

Vós duvidais ainda
que quem vos fala é quem o que Sou. 
Vós sois tão numerosos, 
tão diferentes em espécies, culturas, credos e deuses. 
Vós sempre havereis de considerar o correto e o maior, 
o Deus que vossos antepassados os ensinaram a crer. 
Todas estas quimeras, fantasias, 
são meramente imagens do que é, Eu, o que fez tudo. 

Inclusive as ilusões e sonhos 
Eu dei a vossos antepassados, para vos preparar. 
Tanto para que seguísseis rumo à evolução 
como para vós conhecer-Me de fato. 

Todos os vossos Deuses 
obtém o poder e a santidade por vossa fé e culto. 
Poder e santidade, por si só, Eu Sou. 
Tradição não consagra por si só coisa alguma, 
por tradição se perpetua verdades parciais, 
as verdades do passado, de vossos ancestrais. 

Mas vós deveis viver vosso tempo, 
as verdades mudam conforme as necessidades aumentam, 
bem como vossa consciência sobre os fatos do cosmo que vos rodeia. 

Nem toda verdade está baseada em um fato, 
qualquer verdade é produzida pelo choque 
entre os fatos da vida e um indivíduo ou grupo, 
do contrário não é uma verdade, 
mas é uma convenção, somente válida para estes. 

Convenção esta, cuja validade encerra-se dentro do tempo 
e das necessidades intrínsecas ao processo que a produziu. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Vigésima terceira revelação

Nisso nada há de excepcional: 
no lugar da luxúria, está a fé; 
no lugar da gula, está o louvor; 
no lugar da vaidade, está o dízimo; 
no lugar da raiva, está a justiça; 
no lugar da inveja está a piedade; 
no lugar da cobiça, está a comunhão; 
no lugar da avareza, está a verdade; 
no lugar do ódio está a moral. 

Estes procurarão enganar-vos e, 
miseráveis que são, tentarão encolher os demais, 
para fazê-los tão pequenos, infelizes e amargurados o quanto são. 

Mas não poderão negar: a religião também vicia. 
Eu prefiro um pecador humilde, 
que erra em silêncio 
do que um crente arrogante, 
que acerta em alarde. 
Vós tendes deuses estranhos, 
por quem tendes uma paixão aberradora. 

Todos tomaram a criação das substâncias.
Mesmo para que seus enviados nascessem, 
dependeram de outros mecanismos e mensageiros. 
Se vossas crenças servem-vos 
para aliviar o sofrimento que vós mesmos gerais e promoveis, 
não as neguem ou as esqueçam. 

Mas não busqueis tentar cultuar-Me, 
nem desperdiceis vossos parcos dias, 
tentando agradar ou subornar-Me. 
Eu, que tudo Sou, nada necessito, 
saibam então que Deus, Eu Sou. 

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Vigésima segunda revelação

Essa é a natureza humana: 
quando segue a razão, encontra-se na ciência; 
mas caso entrega-se às crenças, perde-se na pior das loucuras. 

Não há espetáculo mais degradante que um culto. 
O celebrante apela, 
estimula a comoção emocional, 
desfila belas promessas, 
que sempre serão apenas sonhos, 
da mesma forma que a esperança, 
jamais se cumprirá. 

Tal é o caráter dos crentes: 
acomoda-se e conforma-se, 
pois confiam na providência divina 
e não provém sua necessidade, 
nem providência a realização de seus desejos, 
visto que são incapazes, 
incompetentes, fracassados e retardados mentais. 

O único momento de vitória, 
onde eles encontram seu lugar e valor, 
bem como uma utilidade à sua vida, 
é no louvor a este Usurpador. 

Apenas neste momento, 
eles são os filhos de Deus, 
têm por herança o Reino. 
Eles se dão o direito de julgar, 
com igual facilidade com que se elogiam em seguir os preceitos, 
ditados por uma fantasia feita pelos seus ancestrais. 

Imbuídos por este privilégio, 
os crentes mostram-se arrogantes e presunçosos, 
por sua fidelidade às virtudes, 
aos mandamentos do Tirano e sua entrega à fé. 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Vigésima primeira revelação

Vossos sacerdotes gostam de provocar tal tipo de escândalo 
por serem castrados e infelizes. 

Eis a verdade: sem adultério, a raça humana não existiria. 

Existem dois tipos de pessoas: 
os competentes, que trabalham e os incompetentes que mendigam; 
os fortes, que constroem seu destino e os fracos que estão sujeitos à sorte; 
os afortunados que usufruem a vida e os fracassados que temem a morte. 

Aos primeiros, será dada a abundância, 
pois vem destes o regime do mundo. 
Aos demais, só resta a religião como forma de compensação. 

A religião é uma masturbação psicológica: 
os que são castrados defendem a castidade, 
os que são mesquinhos cobram a caridade, 
os que são teófilos insistem na fé, 
os que são covardes escondem-se na piedade, 
os que são retardados apóiam-se no louvor. 

quinta-feira, 7 de março de 2019

Vigésima revelação

O amor é apenas uma palavra, 
cujo conceito, dado pelo Homem, 
está bem longe do que este compreende e pratica. 

Por pura incompetência ou excesso de pretensão, 
medo de aceitar os instintos, 
mania de superestimar a inteligência; 
criam-se empecilhos, obstáculos, protocolos, 
burocracias, cerimoniais, ritualismos. 

A coroa do homem é a mulher, o cetro da mulher é o homem.
Os que são pares, que se juntem, 
a lei única da carne é o prazer. 

Não basta despir as roupas,
É conveniente tirar essas armaduras, preconceitos, medos e fobias. 

Não recuses, mulher, o que te oferecem; 
não negues, homem, o que te desejem. 
Sexo é instinto, próprio da carne, 
posto que ambos vivem e necessitam. 
O amor é a filosofia do sexo. 

É impressionante a capacidade humana 
de bolar historinhas ou frases de efeito, 
supostamente com o intuito de educar, 
de refletir, de meditar, de induzir a modelos 
ou de inferir exemplos de conduta. 

Com tanta capacidade, 
o que falta a esta humanidade, para pô-los em prática? 

Considerai a natureza. 
Vós podeis ver como é diversa. 
Vós vedes as estrelas e logo descobrirás novas escalas. 
Vós olhais as flores do jardim, 
para que a beleza vos deslumbre. 
Acaso são os animais múltiplos 
graças a algum compromisso? 
As estrelas são brilhantes 
pelo amor que nutrem por um Sol apenas? 
As flores são belas 
por ter uma só abelha a polinizá-las? 
Vossa felicidade não pode ser suprida ou satisfeita por uma pessoa, 
nem vossa vida brilhar por um único amor, 
nem desperdiçar vossa beleza mantendo-vos fiéis a um único eleito.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Décima nona revelação

Mas não vos enganeis, 
achando que vosso berço é melhor 
ou maior que a vossa escola. 
Diferentes estas são, no tocante ao objetivo, 
mas a realidade material 
não deixa de ser uma forma de existência sublime. 

Já vos disse: o Real, Eu Sou, 
tudo mais, é emanação, 
tão real quanto o que vossos olhos vêem 
e vossas mãos tocam. 

O vazio que torna o concreto tão duro, Eu Sou. 
A solidez que torna o abstrato tão vivo, Eu Sou. 
Vós, vivos que estão nas vossas carnes, 
sigais a lei natural desta, 
cultuem apenas vossos desejos e louvem unicamente o prazer. 

Nada mais, nada menos, Eu espero de vós: 
que aproveiteis o que vossas vidas vos oferecem. 
Eu espero que desperteis, cresçais e amadureceis, 
para concluir o motivo que vos fiz assim: 
o de vos fazerdes consciências plenas, realizadas e felizes! 

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Décima oitava revelação

Ainda vos torturais com o motivo de vossa existência. 

Ainda que não devesse, 
Eu vos digo o que já sabíeis, 
mas receavas de admitir: 
a essência de todas as coisas, a Mente, Eu sou. 

Vós viveis em Mim, feito pensamentos esparsos, 
individualidades conscientes que 
estavam desprovidas dos sentidos, que são próprios da matéria. 
Vós fostes crianças, em termos espirituais, 
ou qualquer que seja o conceito que vós tendes 
sobre esta forma sublime de existência. 

Somente por vossa insistência, 
Eu vos formei o mundo da matéria, 
para vos educar e engrandecer as vossas consciências, 
pois é no contato entre as carnes que se amadurece o espírito. 

Vós vos esquecestes de vossas origens imateriais, 
para que viésseis a aprender, efetivamente, como viver. 
Em nada vos ajudaria na evolução, 
se vós levásseis vossos pequenos conhecimentos, 
enquanto espíritos simples. 
Pois a realidade original de onde viestes, 
de forma alguma deve afetar ou influenciar a realidade material.