domingo, 6 de outubro de 2024

Perigo em Niterói

O candidato bolsonarista à prefeitura de Niterói, deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), defende que empresários possam contratar crianças para trabalhar, que agressores contumazes de mulheres possam portar armas de fogo e que o assassino da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) fique fora da cadeia.

Por outro lado, é contra desconto na conta de água para quem não condições mínimas financeiras para pagar. Também votou contra a Reforma Tributária, normas de preservação do meio ambiente e contra queimadas e a agilidade do Poder Público em caso de calamidades.

É este o resumo de sua atuação no Congresso Nacional. Jordy está no Parlamento nacional desde 2019, e atualmente é o líder da oposição ao governo Lula.

Veja, abaixo, como pensa e age o bolsonarista Jordy, por meio de suas votações no Congresso Nacional.

Em defesa do trabalho infantil

Em 2021, deputados aliados ao presidente Jair Bolsonaro tentaram reativar a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 18, de 2011. O projeto, apresentado pelo então deputado Dilceu Sperafico (PP-PR), visa permitir o trabalho de crianças com 14 anos ou mais no país –algo que é amplamente criticado por especialistas.

A ideia de desengavetar tal proposta partiu da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL), que na época era a presidenta da Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), da Câmara dos Deputados. Na CCJ, Carlos Jordy se posicionou a favor da iniciativa, seguindo orientação de seu partido.

Em entrevistas na época, disse que “o trabalho dignifica o homem” e que geraria “oportunidades” para as crianças. O projeto, contudo, nunca avançou.

A favor da MP da Boiada

Em março de 2023, Jordy e outros membros do seu partido aprovaram uma Medida Provisória (MP), editada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), a qual acabou apelidada por defensores do meio ambiente como a MP da Boiada.

A MP prorrogou prazo para produtores rurais regularizarem sua situação ambiental, liberou obras em áreas protegidas de mata e ainda facilitou a expansão de cidades para áreas de margens de rios. Essas áreas são as mais suscetíveis a alagamentos por conta de temporais cada vez mais frequentes em tempos de mudanças climáticas.

A MP, mais tarde, virou uma lei sancionada por Bolsonaro. A ONG SOS Mata Atlântica chamou a lei de uma “tragédia”.

Contra tarifa social da água

Jordy votou contra o projeto que criou a tarifa social de água e esgoto. O projeto garantiu desconto de 50% na conta de água a clientes de baixa renda inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), ou de família com pessoa com deficiência ou idosa também de baixa renda.

A votação ocorreu em fevereiro deste ano. Jordy e outros membros da oposição foram derrotados. O presidente Lula, aliás, já sancionou o projeto, que virou lei em junho deste ano.

As concessionárias de água e esgoto do país todo têm dois anos para se adaptar à lei, caso ainda não ofereçam o desconto. Jordy votou contra tal direito.

Armas liberadas para agressores de mulheres

Em março, Jordy também votou contra um projeto de lei para proibir que envolvidos em casos de agressão contra mulher comprem, portem ou mantenham posse de armas de fogo.

O requerimento de urgência foi aprovado na Câmara por 302 votos favoráveis e 82 contrários, incluindo o de Jordy. O projeto aguarda votação no plenário da Casa. Na mesma sessão na Câmara, em fevereiro de 2019, Jordy votou contra projeto de lei que tornou crime o assédio moral no trabalho. De acordo com o deputado, tal norma iria “criminalizar o empresário brasileiro”.

Liberdade para assassino de Marielle

Já em abril, Jordy também votou para a soltura do seu ex-colega deputado Chiquinho Brazão, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.

Jordy novamente saiu derrotado. A prisão foi mantida por 277 a favor e 129 contra, incluindo o dele.

Antes da votação, Jordy disse que Brazão deveria ser solto pois não foi preso em flagrante. “Ele deve ser investigado para que ele seja punido. Não podemos abrir precedente [de manter um deputado preso sem condenação] para quem quer que seja, para que futuramente isso possa acontecer com outros deputados”, afirmou.

Contra ajuda para o RS

Jordy foi ainda parte da minoria da Câmara que votou contra um projeto de lei para acelerar a compra de bens e contratação de obras em situações de calamidade. A medida foi proposta após as enchentes no Rio Grande do Sul.

Acabou aprovada e já virou lei, sancionada por Lula em setembro. Facilitou, inclusive, ações do prefeito bolsonarista de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), e do governador tucano Eduardo Leite (PSDB) em prol das milhares de pessoas que perderam tudo no Sul. Isso só foi possível após uma derrota política do deputado Jordy na Câmara.

Reforma Tributária

Liderança da oposição na Câmara, Jordy votou contra a Reforma Tributária, em dezembro do ano passado. A reforma visa simplificar a cobrança de impostos no Brasil, reduzindo o trabalho que empresas têm para estarem em dia com o Fisco.

Tal reforma era algo discutido no Congresso Nacional há mais de 30 anos. Governo após governo, ela surgia como uma promessa em prol do desenvolvimento econômico do país. Nunca saia do papel.

O governo Lula elegeu a reforma como uma prioridade de sua gestão. Jordy foi contra, mas saiu derrotado.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/candidato-bolsonarista-em-niteroi-carlos-jordy-quer-arma-para-agressor-de-mulher-e-trabalho-infantil-liberado/

Nota: aqui em São Paulo temos o candidato Ricardo Nunes. Apoiado pelo Inominável.

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