quarta-feira, 15 de maio de 2024

Efeito Tarcísio

Um estudo realizado pelo Instituto Pólis revelou um aumento alarmante de 970% nos casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ na cidade de São Paulo no ano passado, em comparação com os registros de 2015. Os dados, que ainda não divulgados publicamente, apontam para uma escalada significativa desse tipo de violência. As informações são da Folha de S.Paulo.

Particularmente preocupante é o aumento de 1.424% nos boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil no mesmo período, totalizando 3.868 vítimas. Esses números indicam uma gravidade crescente nos episódios de violência física, sexual e psicológica enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ na capital paulista.

O estudo identificou que os casos de violência estão concentrados principalmente em regiões periféricas da cidade, com destaque para distritos como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela. No entanto, os registros policiais indicam que as ocorrências são mais frequentes na região central, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação.

A implementação da Delegacia Eletrônica é apontada como um fator que contribuiu para o aumento dos registros de ocorrências, facilitando o acesso das vítimas à denúncia virtual. O levantamento também revelou que as mulheres são mais propensas a utilizar esse recurso do que os homens.

Homens jovens e negros são os mais afetados pela violência LGBTQIA+ em São Paulo, representando a maioria das vítimas. Apesar de corresponderem a apenas 43,5% da população, os negros constituem 55% dos casos relatados. Além disso, uma parcela significativa das vítimas alega ter sofrido agressões por parte de policiais.

O diretor-executivo do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, ressaltou a importância de políticas públicas direcionadas para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade LGBTQIA+. Ele destacou a necessidade de aprimoramento das políticas de segurança pública e de atendimento às mulheres lésbicas, bissexuais e trans.

O estudo completo, intitulado “Violências LGBTQIAPN+ na Cidade de São Paulo”, será divulgado na próxima sexta-feira (17), em comemoração ao Dia Mundial de Combate à LGBTfobia. Os dados utilizados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação, mas os pesquisadores observaram algumas limitações nas informações disponíveis, como a falta de identificação da orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas nos registros policiais.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/violencia-contra-pessoas-lgbtqia-dispara-970-em-sp-diz-estudo/

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