sexta-feira, 19 de abril de 2024

Sobre as virtudes da oração

«O contínuo exercício da oração fortalece o vigor do nosso intelecto e torna os receptáculos da alma muito mais capazes para as comunicações dos Deuses. É igualmente a chave divina, que abre aos homens a penetralia dos Deuses; acostuma-nos aos esplêndidos rios de luz celestial; em pouco tempo aperfeiçoa os nossos recantos mais íntimos e dispõe-nos para o inefável abraço e contacto dos Deuses; e não desiste até que nos eleve ao cume de todos. Também eleva gradual e silenciosamente as maneiras da nossa alma, despojando-a de tudo o que é estranho à natureza divina, e reveste-nos com as perfeições dos Deuses. Além disso, produz uma comunhão e amizade indissolúvel com a Divindade, nutre um amor divino e inflama a parte divina da alma. Tudo o que é de natureza oposta e contrária na alma, a oração expia e purifica; expulsa tudo o que é propenso à geração e mal retém qualquer resíduo da mortalidade no seu espírito etéreo e esplêndido; aperfeiçoa uma boa esperança e fé em relação à recepção da luz divina; e, numa palavra, torna aqueles por quem é empregado os familiares e domésticos dos Deuses.»

«Sobre os Mistérios» («De Mysteriis»), pelo neo-platónico assírio Jâmblico (245 - 325), aqui traduzido pelo inglês Thomas Taylor (1758 - 1835).
 
Fonte: https://gladio.blogspot.com/2024/04/sobre-as-virtudes-da-oracao.html

Nota: de vez em quando Caturo pública algo útil e notável.

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