domingo, 28 de abril de 2024

EUA quer banir atos pró Palestina

Por Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York.

A presidente da Universidade de Columbia, Nemat Shafik, foi ouvida nesta quarta-feira (17) pelo Comitê de Educação formado por membros do partido Republicano norte-americano. Como representantes de outros estabelecimentos de ensino, ela foi convocada para responder questões sobre discurso de ódio e liberdade de expressão na instituição desde o início do conflito em Gaza. Protestos em apoio aos palestinos foram organizados em frente à universidade.

Nemat Shafik e os membros do conselho de administração da universidade foram ouvidos por integrantes do Comitê de Educação e Força de Trabalho da Câmara sobre a resposta da instituição diante de episódios de antissemitismo no campus. De acordo com o comitê, a Universidade de Columbia vem apresentando uma resposta branda a um “padrão generalizado de ataques antissemitas, assédio e vandalismo desde o início da guerra Israel-Hamas”. A legisladora republicana Virginia Foxx, presidente do comitê, acusou Columbia de ser um “foco de antissemitismo e ódio”.

“O antissemitismo não tem lugar no nosso campus e estou pessoalmente empenhada em fazer tudo o que puder para enfrentá-lo diretamente”, respondeu Shafik. “Columbia se esforça para ser uma comunidade livre de discriminação e ódio em todas as suas formas, e condenamos o antissemitismo que é tão difundido hoje”, acrescentou, lembrando que a instituição suspendeu 15 alunos e tomou medidas disciplinares contra vários membros do corpo docente.

Em 5 de dezembro, as presidentes da Harvard e da Universidade de Pensilvânia também foram chamadas a explicar o que pretendiam fazer para punir os estudantes que, desde o começo do conflito em Gaza, em outubro de 2023, vinham apresentando, segundo o comitê, uma postura antissemita. O fracasso em dar uma resposta efetiva sobre o tema acabou levando ambas presidentes a renunciarem.

Na madrugada anterior ao interrogatório de Nemat Shafik, mais de 60 barracas foram instaladas em meio ao campus da Universidade de Columbia em uma manifestação chamada de ‘Acampamento em Apoio a Gaza’. O protesto, que começou por volta das 4h da manhã, tem como objetivo pedir a suspensão do financiamento da instituição de doadores de fundos que estejam ligados a Israel.

As manifestações nos campi universitários americanos têm sido frequentes desde o início do conflito no Oriente Médio. Os protestos geralmente são pacíficos, mas por vezes levam à violência física.

De acordo com os organizadores do protesto, ao convocar Shafik a depor, o Congresso pretende fazer uso da vigilância estatal para reprimir o ativismo pró-Palestina e a liberdade de expressão no campus.

Em postagens convocando os alunos para a manifestação, os organizadores compararam o ato com a ocupação de abril de 1968, quando estudantes permaneceram por uma quase semana pedindo que Columbia cortasse seus laços com pesquisas ligadas à guerra do Vietnã.

Além de Columbia, estudantes da Universidade Estadual de Nova Jersey realizaram um protesto similar pedindo que a instituição deixe de receber ajuda financeira de empresas cujos lucros estejam relacionados ao conflito em Gaza. Um referendo perguntando se os estudantes estavam de acordo com a suspensão do financiamento resultou em mais de 80,42% de votos favoráveis.

Em uma jornada que prometia ser agitada, o grupo Stop Jew Hatred (Basta de ódio aos judeus) também pretendia se manifestar no campus de Columbia, em um ato previsto para o final do dia. A polícia de Nova York foi acionada para evitar confrontos entre os dois grupos de manifestantes.

A Câmara dos Representantes aprovou por esmagadora maioria uma resolução bipartidária na terça-feira (16) condenando o uso da frase “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, repetida durante os protestos em defesa de Gaza.

De acordo com um comunicado do deputado Josh Gotteimer (R-NJ) um dos três principais representantes por trás da resolução, a frase é “um apelo antissemita às armas com o objetivo de erradicar o Estado de Israel, que está localizado entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo”.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/liberdade-de-expressao-universidades-dos-eua-querem-banir-atos-pro-palestina/

Adendo. A chamada Terra da Liberdade pode banir o Tik Tok.
https://olhardigital.com.br/2024/04/21/internet-e-redes-sociais/proibicao-do-tiktok-e-aprovada-na-camara-dos-eua/
Cadê os boçais que gritaram pela liberdade de expressão, defendendo Elon Musk?

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