segunda-feira, 1 de abril de 2024

Como pinto no lixo

“A expressão popular teria surgido da observação do comportamento dos filhotes das galinhas. O cronista Márcio Cotrim explica, na edição 93 da Revista da Língua Portuguesa, que os pintinhos costumam ficar entusiasmados quando encontram lixo.

Isso acontece porque, em meio aos detritos, os animais podem achar toda a sorte de vestígios de alimentos.”

(https://www.dicionariopopular.com/pinto-no-lixo/)

Dia 31 de março ou primeiro de abril completam-se 60 anos da Ditadura no Brasil.
O presidente disse que não quer remexer nessa memória. Eu concordo e discordo.
Eu concordo porque os facínoras morreram ou estão velhos demais. Eu discordo porque o problema é na instituição. Conforme vimos nas últimas notícias, por pouco o Inominável não consumiu um golpe de estado. Com a participação da cúpula do exército brasileiro.

Nossos patrícios deram mais espaço para a extrema direita. Inclusive o partido tem um deputado que é brasileiro e negro. Que nega o racismo e a escravidão. No mandado do Inominável, a fundação Palmares foi presidida por um negro com a mesma mentalidade. Na câmara municipal de São Paulo, nós temos o Fernando Holiday, negro e homossexual, que faz parte do MBL e tem a mesma mentalidade.

Eu vejo colunistas e analistas tentando entender essa guinada à direita no mundo todo.
Enquanto isso, na republiqueta, os jornais (todos pertencentes a uma oligarquia) comemoram as recentes pesquisas mostrando uma perda de popularidade no governo atual. Eu lamento ser redundante, mas governar não é BBB.

Eu não fiquei surpreso ao ver que Caturo, aquele português pagão esquisito, comemorou a ascensão da extrema direita.
Freud não está mais nesse mundo, mas ele poderia explicar. A extrema direita se serve do rancor da classe média, de medos inculcados por séculos e da ignorância da pessoa média (falta de educação somada ao hábito de acreditar em fake news). O que não falta são bodes expiatórios.

O perfil da pessoa que apoia as ideias da extrema direita é homem, branco, heterossexual e cristão. Mal se dá conta que está apenas sendo usado como massa de manobra, que será descartado quando perder a serventia.

Um exemplo disso é a questão da guerra em Gaza. Qualquer crítica à ação do estado de Israel, que está fazendo uma limpeza étnica, um genocídio, é taxado de antissemitismo.

Eu tenho visto um aumento no déficit cognitivo nas pessoas e só a extrema direita lucra com isso.

Torna-se preocupante ao ver, no desfile fascista na Paulista, manifestante dizer que Israel é cristão.

Por favor, não confunda antisionismo com antissemitismo. Afinal, os palestinos são semitas. E tem direito igual a esse território. E esse conflito teve início desde que os países europeus “devolveram” o território aos judeus, com o fim da Segunda Guerra Mundial.

Então a questão é complexa demais para ser resumida com uma caricatura ou um meme.
Essa é uma guerra cultural e parece que nós estamos perdendo.
Ainda não existe uma política de educação pública consistente. Ainda não existe um projeto para democratizar os meios de comunicação. Ainda não existe uma lei regulamentando as redes sociais e aplicativos de mensagens, principal fonte de disseminação de fake news.

O reacionário, geralmente conservador, de direita e fundamentalista cristão, está como um pinto no lixo. Completamente alienado da conjuntura. Pouco importa que seu “alimento” possa causar doenças. Pouco importa que isso vai degradar o ambiente e o futuro das próximas gerações. Em seu egoísmo imediatista, só importa é que ele está com o bucho (ou o bolso) cheio.

A ameaça à humanidade não é a inteligência artificial. Nós somos nossa maior e pior ameaça.

Adendo. Notícia no Brasil 247 mostra que o problema é o Exército brasileiro enquanto instituição.

https://www.brasil247.com/blog/nota-ordem-da-noite-desafia-acordo-sobre-1964-hvf7dnbd

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