Mattei sustenta que as políticas de austeridade não surgiram como uma resposta pontual para crises fiscais, mas como uma reação antidemocrática às demandas por mudança social. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a pesquisadora destaca que as decisões econômicas são, em sua essência, políticas, e que o capitalismo e a democracia têm uma relação tensa, especialmente no que diz respeito à participação das pessoas nas decisões econômicas.
A autora destaca que a austeridade não é exclusiva de governos de direita, atravessando linhas partidárias, e ressalta que ela é uma expressão do falso pluralismo econômico presente nas democracias eleitorais.
Mattei estabelece uma ligação entre austeridade e ascensão de governos de extrema direita, argumentando que esses governos ganham confiança do mercado por serem vistos como eficientes na implementação de políticas de austeridade. No entanto, ela destaca que essa ascensão também reflete a insatisfação das pessoas com o sistema econômico atual, percebido como favorecedor das elites.
A pesquisadora conclui que a mudança para um sistema econômico alternativo requer uma participação mais ativa das pessoas na economia e na política. Ela enfatiza que as decisões econômicas são políticas e que desafiar o sistema atual exigirá esforços substanciais.
Fonte: https://www.brasil247.com/ideias/economista-italiana-afirma-que-capitalismo-e-incompativel-com-democracia
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