quinta-feira, 18 de maio de 2023

Nunca aconteceu o Êxodo

Por que há tão poucas evidências históricas do Êxodo?
Moisés teria levado milhares de pessoas à Terra Prometida. Mas, no deserto e em Israel, não há sinais de uma grande migração
Por Redação Super Atualizado em 25/05/2015
Por Reinaldo José Lopes

A Bíblia está repleta de imagens inesquecíveis, mas pouca gente discorda de que uma das mais fortes é a de Moisés usando seu cajado para abrir o mar Vermelho e conduzir uns 600 mil israelitas rumo à liberdade. O consenso entre os historiadores, no entanto, é que a fuga dessa multidão do Egito nunca aconteceu ou, pelo menos, deu-se numa escala infinitamente menor. Em vez de serem escravos libertos e conquistadores de uma nova terra, os israelitas, ancestrais dos judeus, teriam surgido lentamente na própria Palestina, cristalizando-se a partir de povos que sempre estiveram naquela região.

De nômades a escravos

Só para refrescar a memória de quem nunca assistiu O Príncipe do Egito, vale lembrar como o Antigo Testamento relata o surgimento do povo de Israel. Segundo as Escrituras, uma família de pastores nômades que vagava pela terra de Canaã (onde hoje ficam Israel e a Palestina) se refugiou no Egito para escapar da fome e da seca. Os egípcios os receberam bem porque José, filho de Jacó (o patriarca da família, também chamado de Israel), era o primeiro-ministro do faraó. Passaram-se 400 anos e a família se tornou um povo numeroso. Com medo de que eles tomassem o poder, os egípcios os escravizaram. Inspirado por Deus, um líder carismático chamado Moisés forçou o faraó a libertar os israelitas e eles voltaram para Canaã, exterminando os habitantes da terra e tomando-a para si.

Acontece que esse roteiro parece ter mais furos que um queijo suíço. Para começar, nenhum documento egípcio ou de outros povos do antigo Oriente Médio traz qualquer menção a José, ao faraó que o “empregou” ou à fuga em massa dos israelitas. “Isso é um problema grave. O argumento de que os egípcios não registravam derrotas é falso: a saída de um pequeno grupo nem era um revés, e eles relatavam derrotas, sim, mesmo quando diziam que tinha sido um empate”, afirma Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP). A menção mais antiga a Israel fora da Bíblia data mais ou menos do ano 1200 a.C., vem – ironicamente – de um documento egípcio e fala de um povo já instalado em Canaã. Num monumento, o faraó Merneptah diz que “Israel está destruído, sua semente não existe mais” – nitidamente um exagero da parte do monarca egípcio, que dizia ter vencido Israel.

Embora a Bíblia diga que Moisés e seu povo passaram 40 anos vagando pelo deserto do Sinai, os arqueológos não acharam nem sinal deles na área durante a época – por volta de 1300 a.C. – em que o Êxodo teria ocorrido. O grande problema, porém, vem dos dados obtidos na própria terra de Canaã. Segundo Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Tel-Aviv, os assentamentos que vão dar origem às cidades israelitas começam a aparecer nas montanhas da Palestina em torno de 1200 a.C. São pequenas vilas rurais e pastoris que apresentam exatamente o mesmo tipo de cultura material – cerâmica, ferramentas, maneira de construir as casas etc. – presente nas cidades costeiras de Canaã. Ora, a Bíblia diz que os habitantes dessas cidades, os cananeus, eram um povo inimigo e totalmente diferente dos israelitas.

Mas o que a arqueologia indica é que o próprio povo de Israel era uma dissidência dos cananeus – gente que teria se estabelecido em novas vilas nas montanhas por razões que ainda não foram totalmente esclarecidas.

Outros indícios de que a hipótese da origem cananéia está certa são lingüísticos: o hebraico, língua em que foi escrito o Antigo Testamento, é quase igual ao idioma dos povos vizinhos. Sem falar no próprio nome Israel: ele termina com o nome do deus cananeu El, enquanto os israelitas adoravam Javé, diz a Bíblia.

Ainda pairam, no entanto, algumas dúvidas. Por que diabos o povo de Israel inventaria uma origem escrava e estrangeira para si próprio? E como explicar a origem genuinamente egípcia do nome de Moisés? Para alguns especialistas, isso indica que um pequeno grupo de fugitivos do Egito se incorporou, de fato, ao grupo maior de cananeus que deu origem a Israel, de forma que sua história de libertação virou parte das narrativas sobre o surgimento dos israelitas.

Refugiados da atual Palestina costumavam ir para o Egito quando havia grandes secas, o que poderia ser uma inspiração para o Êxodo.

http://super.abril.com.br/historia/por-que-ha-tao-poucas-evidencias-historicas-do-exodo

Após ler toda a matéria, em vez de "tão poucas evidências históricas do Êxodo", podemos dizer "nenhuma evidência do Êxodo. Pois, se "os arqueólogos nem acharam sinais deles" (israelitas andando pelo deserto), e eles seriam, segundo a bíblia, próximo de dois milhões de pessoas, esses relatos não podem ser verdadeiros. Dois milhões de pessoas por quarenta anos deixariam um rastro arqueológico enorme.

Publicado em: https://www.joaodefreitas.com.br/nao-existe-evidencia-do-exodo.htm
Nota: o cristão comemora a Festa de Ramos, que é uma cópia do Sukkot, festa que tem origem nas comemorações da colheita (de origem pagã) e comemora a Páscoa que é uma cópia do Pessach, exatamente a comemoração do Êxodo que nunca aconteceu que, depois que assimilou as crenças antigas, copiou os símbolos e as celebrações (pagãs) feitas à Eoster.

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