Cerco em uma casa, tiros de fuzil, granadas, agentes e viaturas sendo alvejados. O público deve ter pensado que estava vendo algum filme em algum serviço de streaming.
Não, essa foi a cena retratada nos noticiários locais. Agentes da Polícia Federal, cumprindo uma ordem legal e legítima, enfrentaram a resistência criminosa de Roberto Jefferson.
A cena, típica de filme americano, é a demonstração cabal de que o porte e posse de arma precisam de restrição e controle.
O atual mandatário da presidência sustentou sua campanha de 2018 na liberação e durante seu mandato manteve o apoio à adoção do American Way.
Ao longo desse período escabroso da história do Brasil, o resultado da facilidade em ter o posse e porte de arma foi o aumento de casos de feminicídio, de casos de discussões sendo resolvidas na bala e de atentados. Eu citei a notícia de que o Exército não tem controle sobre as armas e surgiram casos de concessão (ou revenda) de armas para o crime organizado.
Como era de se esperar, o presidente (fascista genocida) se fez de desentendido e rifou seu aliado. Jefferson é apenas um do séquito de simpatizantes, apoiadores e seguidores desse fenômeno social, político (e religioso) chamado Bolsonarismo.
Parece incompreensível que 51 milhões tiveram a capacidade de votar na reeleição do pior presidente que tivemos. Mas não se engane, Bolsonaro não é o problema, ele é o sintoma. Como outros personagens (que cunharam seu nome na história), Bolsonaro apenas capitalizou (cristalizou) uma mentalidade, uma tendência, que tem voltado à consciência humana: o Fascismo e o Nazismo. Tal como antes, determinados grupos (ligados ao sistema e às elites) vão causar a crise apenas para vender a solução. Os regimes ditatoriais foram instalados unicamente para manter e garantir o lucro de poucos.
Quando, em 2013, eu profetizei que os black blocks eram ensaio da direita para um projeto político, eu fui chamado de exagerado. Veio o golpe (que foi admitido e confirmado posteriormente), o mandato tampão que tirou muitos de nossos direitos e, enfim, a manipulação do processo eleitoral por fake news e redes sociais. A direita soube usar e se apropriar dos meios de comunicação alternativos para assegurar o seu predomínio na opinião popular, ou, como foi bem colocado, na guerra cultural, para cultivar (e colher) o discurso de ódio. Não é mera coincidência que esse projeto tenha a participação e o apoio de conservadores e de cristãos fundamentalistas.
Esse é o resumo da história do Brasil (talvez do mundo): o público sendo usado e manipulado por uma elite. Ainda que uma teoria diga que a organização social e política da humanidade irá "evoluir naturalmente" para o Socialismo e Comunismo, isso está muito longe. Para tal, seria necessário uma mudança cultural, a criação de uma educação, consciência e participação política de todos. Tantos, maiores e melhores do que eu, lutaram por esse futuro. Eu ignoro se o que eu faço tem algum efeito ou diferença no estado das coisas. Eu só posso pedir (e torcer) que minha alma (se existente) seja colhida, entre as coxas, por Ela.
Assim seja, assim é, assim será.
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