quinta-feira, 31 de março de 2022

Por um Brasil sem histeria

Encontrei em minhas andanças pela internet o texto do "bispo" Dom Robinson Cavalcanti entitulado "Por um Brasil não-heterofóbico".
Segue os destaques e a critica:

"Vale recordar que Documentos Sociais emanados das Igrejas Cristãs, na Idade Contemporânea – consentâneos com as Sagradas Escrituras e a Tradição Apostólica – têm afirmado a dignidade de toda pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, detentora de iguais direitos e deveres".

Não obstante, a Igreja tem negado aos homossexuais tais direitos e dignidade.

"A presença do Cristianismo, e de outras expressões religiosas, é um fato histórico no Brasil, e a religião uma variável social que não se pode negar, desprezar ou agredir".

Não obstante, existem diversas formas de Cristianismo, existem diversas opiniões e visões cristãs sobre a homossexualidade.

"São apenas alguns exemplos, dentre tantos, de uma Pós-Modernidade, que torna relativo os absolutos e torna absoluto o relativo (Relativismo), de um Multiculturalismo extremado, que não respeita a cultura das maiorias, e de um Secularismo ideológico, que tem como um dos seus alvos o ataque às religiões, em particular as monoteístas de revelação, em virtude dos seus ensinos normativos sobre Ética, Moral e padrões de comportamento".

Não obstante, vemos diariamente notícias com padres e pastores em atividades e comportamentos nem um pouco morais ou éticos.

"As religiões monoteístas semíticas de revelação escrita – o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo – têm estabelecido conceitos multisseculares, desde cinco mil anos, que consideram como valores a serem livre e publicamente expressados em sua vida social, cultural e política, e que são preceitos para os seus seguidores".

Exatamente - preceitos para SEUS seguidores, não para a sociedade como um todo. E temos os casos que demonstram que os seguidores destas crenças são igualmente falhos, portanto não lhes cabe exigir da sociedade a observância destes preceitos.
Os padrões morais e éticos não são monopólio nem privilégio da Igreja ou do Cristianismo. Séculos antes de Cristo existir, haviam filósofos Gregos e Romanos [pagãos] que preconizavam a Moral e a Ética.

"A Comunhão Anglicana, e outras igrejas e religiões, afirmam a dignidade da pessoa humana, mas afirmam, também, a realidade do pecado (ao contrário da “bondade natural” defendida pelas ideologias seculares modernas) como um distanciamento físico, intelectual, emocional e moral dos seres humanos dos ideais do seu Criador".

Nem todas as religiões tem essa obsessão, paranóia e histeria com a doutrina do "pecado".

"A tentação ou a prática homoerótica é apenas uma manifestação dentre tantas – nem maior, nem menor – do estado pecaminoso da humanidade, e essa prática, para os cristãos, é incompatível com os ensinos das Sagradas Escrituras. É dever dos cristãos amar os pecadores e rejeitar o pecado".

A doutrina do pecado é uma verdade apenas para o Cristianismo, não é uma verdade axiomática.
As sagradas escrituras são sagradas apenas para quem as crê assim - e não são as únicas "escrituras sagradas" existentes.
As sagradas escrituras não sobrevivem nem a uma análise textual consigo mesmas.

Repostado. Texto originalmente publicado em 30/05/2010, resgatado com o Wayback Machine.

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