Nas paredes da caverna, Lilith escreveu suas memórias, para nunca deixar que o fato fosse esquecido, para que sempre que ali passasse, pudesse alegrar-se em recordações gratificantes. Este homem citado, o décimo, vendo as inscrições, põe-se a tentar traduzi-las e compreendê-las, pois estavam na língua familiar de Lilith, uma língua original da qual muitas outras surgiram, como a deste homem. Muito do que havia lá foram transferidas aos seus herdeiros, memórias estas, uma parte encontra-se neste livro. Muita coisa foi esquecida e até escondida, por que algumas eram muito íntimas, não poderiam ser citadas a qualquer um, outras eram melhores para o gênero humano que fossem esquecidas, ou a sede de destruição que o homem tem, as subverteria para seus interesses escusos.
Uma vez traduzidos os escritos, suas mensagens trariam grande alegria e satisfação, não por responder a todas as questões, nem se pretendia tal presunção. Eram apenas opiniões de grande sabedoria que, como tais, podem ser de grande auxílio. Como um ensinamento básico do qual, cada um, segundo as possibilidades e necessidades que a razão tenha, pode ser melhorado e aperfeiçoado. Uma obra é isso, não é de forma alguma sagrada ou um dogma a ser conservado hermético à passagem do tempo, das gerações e das descobertas. Mesmo o mais privilegiado visionário jamais poderia supor até que grau evoluiria as gerações vindouras. Tais escritos, por tantas condições exigidas para seu entendimento, pediam um trato delicado, ensinando o recomendável e guardando o indizível pelos motivos já ditos anteriormente.
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