Deliciosamente revolucionário e icônico é a obra de Joan
Jett, especialmente a musica “Bad Reputation”. Bons tempos quando o Rock era
Rock. Mas agora o Rock é Pop a ponto da presença dos Rolling Stones em Cuba ser
celebrada pelos reacionários como “prova” que o socialismo morreu. A atitude
roqueira, até punk de Joan Jett de não dar a mínima para a opinião alheia sobre
ela parece ter sido esquecida pelos pagãos, wiccanos e bruxos.
Eu inclusive aproveitei os artigos de Pat Mosley no Patheos,
na seção de Paganismo, ele falando da satanização e eu da sanitização da
Bruxaria e Wicca tradicionais. Lilith Dorsey despertou algo em minha memória ao
falar da Serpente e do Arco Iris e havemos de concordar com Anton Lavey quando
ele diz que Satan é o maior amigo da Igreja, eu estenderia e incluiria a
Cultura Popular, pois o Diabo está presente na literatura, na música, no teatro
e, evidentemente, no cinema. Perde-se a conta dos filmes que falam em bruxas e
Diabo, pactos demoníacos e a maldade sobrenatural das bruxas.
Um dia desses eu vi o filme “As Bruxas de Zugarramurdi” um
filme espanhol que explicita, com certa ironia e sarcasmo, a paranoia e
histeria que acometeu a Europa entre os séculos XV ao XVIII. Bem que Hollywood
poderia levar um pouco desse humor e autocrítica antes de lanças mais um filme
sobre bruxas, bruxarias, pactos e o Diabo.
O filme é supostamente baseado em um fato histórico. Esta é
a narrativa encontrada na enciclopédia virtual [Wikipédia]:
Os julgamentos de bruxas bascas ocorreram no século XVII,
representando a tentativa mais ambiciosa já vista em extirpar a feitiçaria,
empreendida pela Inquisição espanhola. O julgamento das bruxas bascas em
Logroño, perto de Navarra, no norte da Espanha, que começou em janeiro de 1609,
contra o fundo de perseguições semelhantes realizados em Labourd por Pierre de
Lancre , foi quase certamente o maior evento de seu tipo na história. Até o
final do século, cerca de 7.000 casos tinham sido examinados pela Inquisição.
Embora Logroño não seja uma cidade basca, foi o cenário para
um tribunal de inquisição responsável pelo Reino de Navarra, Álava, Guipúscoa,
Biscaia, La Rioja e partes do norte de Burgos e Sória. Entre os acusados não
estavam apena mulheres (embora tenha sido o gênero predominante), mas também
crianças e homens, incluindo padres acusados de criarem amuletos com nomes de
santos. A primeira fase terminou em 1610, com uma declaração de auto-da-fé
contra trinta e um dos acusados, doze ou onze dos quais foram queimados até a
morte (cinco deles simbolicamente, como haviam morrido antes do auto-da-fé).
Posteriormente, o processo foi suspenso até que os
inquisidores tiveram a chance de reunir mais provas, sobre o que eles
acreditavam ser um culto das bruxas generalizado na região basca. Alonso de
Salazar Frías, um inquisidor júnior e um advogado por formação, foi responsável
de examinar o assunto. Armado com um Édito de Graça, prometendo perdão a todos
aqueles que, voluntariamente, relatassem e denunciassem seus cúmplices, ele
viajou por todo o campo durante o ano de 1611, principalmente nas imediações do
Zugarramurdi, junto à fronteira franco-espanhola. Alonso também passou por uma
caverna onde, alegadamente, existia uma corrente de água (Olabidea ou Infernuko
erreka, "riacho do Inferno"), que foi dito ser o lugar de encontro
das bruxas.
Como era habitual em casos deste tipo, várias denúncias
foram feitas. Frías finalmente voltou a Logroño com "confissões" de,
ao menos, 2.000 pessoas, 1.384 das quais eram crianças entre as idades de sete
e quatorze anos, implicando em mais de 5.000 indivíduos nomeados bruxos. A
maioria das denúncias (cerca de 1.802) foram confissões à tortura. As provas
reunidas cobriam 11.000 páginas no total.
Na agitação dos eventos, os processos foram iniciados também
em Hondarribia (1611), cerca de 35 km de distância de Zugarramurdi e 19 km de
St-Jean-de-Luz, principais focos de acusações de feitiçaria, contra
presumivelmente bruxas, do sexo feminino denunciadas de lançar encantamentos na
criaturas vivas e de fazerem o Akelarre em Jaizkibel, lideradas por um bode em
forma de diabo. Não passou despercebido o fato de que os homens nesta região em
Bidasoa foram recrutados em massa para a baleeira, deixando as mulheres por
conta própria (exceto padres, filhos e velhos) para lidar com os seus problemas
e cuidar de si mesmas durante longos períodos . Curiosamente, de acordo com a
evidência dada por uma testemunha, o Diabo convocou no idioma gascão os habitantes
de San Sebastian e Pasaia, e em basco os de Irún e Hendaye, dirigindo algumas
palavras para eles.
Então é muito esquisito e incoerente saber que certas
celebridades do Paganismo, Bruxaria e Wicca tem se valido de entrevistas ou
textos para tentar convencer que a “verdadeira bruxaria” é este produto massificado
e caiado para atrair o gosto popular. Por estas e outras que eu dou graças aos
meus ancestrais e aos Deuses por eu ter mantido a minha má reputação.
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