segunda-feira, 9 de junho de 2014

Os quatro centros do Paganismo

O movimento pagão tem quatro centros, quarto conceitos e práticas centrais nas quais o Paganismo Moderno se desenvolveu: 1) Natureza, 2) Divindades, 3) o Self e 4) Comunidade.

O paganismo centrado na natureza encontra o divino na natureza. A preocupação principal é o mundo natural e nossa relação com ele.

Esta pode ser uma prática não-teísta, mas não necessariamente. Inclui Animismo, a ideia de que o que quer que dê ânimo a nós, pássaros e insetos também anima o vento, a chuva e mesmo as montanhas.
Nós sabemos que a vida na Terra desenvolveu-se uma vez – todos os seres vivos compartilham um ancestral em comum e, portanto, estão relacionados. Pagãos centrados na natureza compreendem que a Terra é sagrada por si e nela mesma – seu valor não depende de sua utilidade para os humanos e então nós tratamos a Terra com honra e respeito.

Práticas centradas na natureza começaram com a ciência, o estudo da natureza. Seus mitos de criação incluem o Big Bang e a evolução. Suas práticas diárias incluem observar o sol, a lua, as árvores e os animais, simplesmente dispendendo tempo no mundo natural. Muitos pagãos centrados na natureza são ativistas ambientais.

O paganismo centrado no divino encontra a divindade nos muitos Deuses e Deusas. Esta é uma prática geralmente politeísta, embora possamos debater sobre o que significa “politeísmo”. Paganismo centrado no divino está preocupado principalmente em formar e manter relacionamentos com os Deuses, ancestrais e espíritos. Isso é feito através de atos de devoção: adoração, oferendas, sacrifícios, orações e meditação.

Os politeístas olham para o mundo como nós o experimentamos e se vê pouca evidência de um Deus Todo Poderoso e Bondoso. Mas múltiplas divindades, de poder e alcance limitados, se encaixam melhor em nosso mundo.

O paganismo centrado no divino incluem muitos dos reconstrucionistas étnicos que estão tentando restaurar e reinventar as religiões de nossos ancestrais pré-cristãos. Eles enfatizam o conhecimento acadêmico, tanto para aprender como nossos ancestrais adoravam tais divindades e para encontrar e compartilhar a melhor maneira para adorar aqui e agora. Nós lemos Suas histórias, mas também estudamos a história humana, arqueologia e antropologia.
Um compromisso com os Deuses é um compromisso em incorporar Suas virtudes. Muitos de nossos Deuses têm o título de “Deus/Deusa de Alguma Coisa”. Isto não significa que Eles sejam mais do que artista, ou engenheiro ou mãe ou qualquer dos Seus papéis ou identidades descrevam tudo que nós somos. Ainda assim, é uma parte importante do que Eles são e o que Eles têm a nos ensinar. Eles são diferentes de nós, mas não tão diferentes. O quanto mais nós incorporarmos Suas virtudes, o quanto mais nos tornamos como Eles.

O paganismo centrado no self não significa estar centrado em você ou no seu ego, significa encontrar o divino dentro de si. Significa que o foco de sua prática religiosa é torna-lo mais forte, sábio, compassivo e magico, assim você pode prestar um grande serviço ao mundo.
A Wicca – ao menos em suas formas tradicionais – é centrada no self. Assim como muito da magia cerimonial, bruxaria tradicional e bruxaria feminista.
O paganismo centrado no self pode ser não-teísta, panteísta ou monístico. Está mais preocupado com o uso da magia.
O paganismo centrado na comunidade encontra o divino na família e na tribo – seja lá como eles definem esses grupos. As antigas religiões tribais eram [e ainda são] sobre manter uma relação harmônica e preservar as coisas como sempre foram. O individuo é secundário à família e imortalidade é a continuação da família, não do indivíduo.
Este tipo geralmente inclui alguma forma de veneração aos ancestrais e pode incluir alguma oferenda ao daimon – o bom espírito ou espírito guardião da residência. Os ancestrais e espíritos familiares são geralmente mais acessíveis do que os Deuses.
Os humanos são animais sociais – nós vivemos juntos, nossas famílias de sangue e escolha providencia encorajamento, reforço e responsabilidade. Comunidades são suas próprias entidades – elas são mais do que uma coleção de indivíduos. Comunidades existem para cumprir com sua missão e continuar sua tradição, não para satisfazer suas necessidades – estar em uma comunidade é tornar-se parte de algo maior que você mesmo.

Pagãos centrados em comunidade ensinam hospitalidade para os convidados, incluindo os divinos. E ensinam reciprocidade – você está dando tanto quanto recebe? Comunidades são auxiliadoras e recompensadoras, mas exigem trabalho de todos os seus membros. Evitar as partes desagradáveis da comunidade irá te marcar como um consumidor religioso ao invés de alguém que está comprometido com os objetivos da comunidade.

Síntese e exceções

Na prática, muitos se identificam com mais de um centro. Nós sentimos o chamado da natureza, mas nos interessamos por magia. Nós adoramos aos Deuses, mas preferimos fazê-lo junto com outros pagãos.

Nem todos que fazem estas coisas é pagão. Existem ateus que reverenciam a natureza, hindus que adoram muitos Deuses, cristãos que praticam magia e judeus que amam a comunidade. E existem pessoas que estão claramente dentro da Grande Tenda do Paganismo que simplesmente não gosta do termo e prefere ser chamado de outra coisa.

Fonte: Under the Ancient Oaks, autor John Beckett.

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