quinta-feira, 7 de maio de 2009

Homossexualidade e Paganismo

Bom, eu ainda não escrevi um texto exclusivamente falando de homossexualidade no Paganismo, mas vou tentar.
Antes eu acho bom avisar meio que pedindo desculpas se por acaso algum leitor se sentir ofendido de alguma forma, afinal em muitos aspectos o Paganismo é diferente do Cristianismo.
O Paganismo coloca sua base de crença no conceito do sagrado focado na natureza, isso incluindo o corpo e a sexualidade.
O sexo, em suas diversas formas e manifestações, é visto como algo natural, saudável e sagrado. O corpo de cada pessoa é sagrado, bem como a morada do divino, visto que nós, o nosso corpo, é parte da natureza.
Nos povos antigos, dois são os mais citados para entender o papel da homossexualidade no Paganismo: Grécia e Roma. Hoje podemos falar no "culto ao corpo", no "culto à beleza", bem como no hedonismo, graças aos Gregos Antigos.
No mundo antigo, a função o trabalho da pessoa não era um mero instrumento de exploração ou de sustento, mas era igualmente uma forma de vivenciar o sagrado e o divino. Isso era tão levado a sério, que cada trabalho só podia ser ocupado por uma pessoa que pertencia a tal ofício ou que era filho de alguém e, portanto, treinado e iniciado nesse ofício sagrado. Essa foi, basicamente, a origem das ordens iniciáticas sagradas, fraternidades e sindicatos.
Cada oficio tinha seus ritos sagrados e iniciáticos onde fórmulas eram compartilhadas e guardadas estritamente para uso dos profissionais. Cada rito sagrado tinha seus métodos para comungar com o divino e alguns destes ritos incluiam a sexualidade sagrada, magia sexual, de alguma forma.
Curiosamente foi no ofício militar, nas ordens militares, onde os ritos homossexuais foram adotados, para garantir a honra, a fraternidade e o destemor dos combatentes no campo de batalha. Um soldado era mais confiável se tivesse feito um compromisso, um laço com seu irmão em armas com uma relação que os ligasse intimamente e isso era feito com um soldado experiente adotando um mancebo (um jovem, púbere) como seu protegido, como seu amado, como seu aluno. Ambos viviam juntos de tal forma que era impossivel não surgir uma atração física, amor e desejo, fundamentais para que o jovem se dispusesse até a morrer se necessário fosse pelo seu tutor.
No devido tempo, o jovem recebia a iniciação na companhia através do rito homossexual com seu tutor, para então ser apresentado aos seus agora irmãos em armas, a quem ele jurava igual amor e devoção que tinha pelo seu tutor, tornando-o um soldado eficiente e confiável. Eventualmente, no campo de batalha, os ritos continuavam a ser celebrados, para o sucesso da campanha, nisso incluindo os ritos homossexuais.
Entretanto, isso nunca significou nem significará que o paganismo concorda ou permite qualquer forma de violência sexual ou promiscuidade. Os ritos são sagrados, portanto, devem ocorrer dentro de uma cerimônia, sempre entre pessoas fisica, mental, emocional e espiritualmente maduras, sempre com os mesmos parceiros.
Fonte: Resposta que eu dei em email para Marcio Retamero, da BetelRJ.

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