domingo, 27 de janeiro de 2008
A descida da Deusa - Proserpina
Conta Claudiano (poeta romano, 370-408 d.C.) que Plutão, deus dos mortos, cansado do seu tenebroso reino, decidiu, um dia, aflorar à luz deste mundo.
Após uma longa e cansativa viagem, chegou a uma maravilhosa planície a meio da encosta de um monte. Esta planície era famosa pelo seu lago, de águas límpidas alimentadas por harmoniosos ribeiros, e pela grande variedade de flores que criavam um perfume suave e inebriante para os sentidos.
Foi aqui que Plutão viu um grupos de raparigas que, com movimentos alegres e ligeiros, colhiam flores. Eram todas muito bonitas... Flores entre as flores! De entre elas, sobressaía uma... Prosérpina, filha de Ceres.
Plutão sentia que ardia de amor e desejo! Correu direito a Prosérpina e ela, ao vê-lo assim grande e negro, com os olhos de fogo e as mãos prontas a capturá-la, fugiu aterrorizada. Mas o deus do Hades não pensou duas vezes, alcançou-a, agarrou-a e levou-a no seu carro até ao seu reino debaixo da terra.
Ceres ficou desesperada com o desaparecimento da sua amada filha... Após 9 dias e 9 noites de dor e insónia, decidiu pedir ajuda a Júpiter. Mas todos os seus esforços foram em vão... Afinal, como podia Júpiter traír o seu irmão?
Foi então que, louca de dor, Ceres provocou uma grande seca... E depois da seca veio a fome... E homens e animais morriam... E de nada serviam os pedidos de clemência dos homens... A deusa era determinada a reaver a sua filha!
Júpiter, apercebendo-se finalmente da gravidade da situação, decidiu enviar Mercúrio ao Hades e exigir a restituição de Prosérpina à sua Mãe.
Plutão viu-se obrigado a obedecer mas antes que Prosérpina partisse fê-la comer sementes de romã, fruto da fidelidade conjugal segundo as antigas tradições.
Quando Ceres viu a sua filha, correu a abraçá-la, com o coração cheio de amor... Mas depressa se apercebeu do truque de Plutão!
A deusa decidiu, uma vez mais, pedir a intervenção do deus dos deuses. Júpiter procurou o seu irmão e os deuses chegaram, finalmente, a um acordo... Durante dois terços do ano, Prosérpina estaria com a sua Mãe e o resto do tempo com o seu marido, no reino debaixo da terra. E assim se definiram as estações do ano, o Verão e o Inverno.
fonte: http://diariodeproserpina.blog.com/2039951/ [link morto]
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