https://www.diariodocentrodomundo.com.br/saude-debilitada-de-bolsonaro-vira-chantagem-pela-anistia/
Na época da pandemia, com pessoas morrendo por causa da negligência e negacionismo do Bolsonaro, o próprio disse apenas que não era coveiro.
Agora se faz de coitadinho.
Eu não sou médico.
Consegue criar uma história com humor, ironia, sarcasmo e sátira?
Uma com um tom político, contra a extrema direita.
Resposta do Toolbaz:
O Anjo da Morte
Naquela escura noite de tardinha, o pequeno hotel no centro de Brasília estava quase vazio. Somente um hóspede ocupava uma das suítes: Jair Bolsonaro, o ex-presidente que, após quatro anos de uma administração que viveu a legenda, agora enfrentava um confronto direto com a morte.
Sua saúde havia deteriorado drasticamente. O homem que, em outra vida, prometia enterrar os inimigos, agora estava sendo enterrado vivo pelas próprias ambições e um estilo de vida desriticado. De repente, o personagem que se gabava de não ser coveiro agora se via como um estranho rei dos mortos.
Sozinho no quarto, Bolsonaro escutava o ritmo denso do batimento cardíaco, um som que lembrava o pânico latejante de suas vítimas durante a pandemia. Ele se lembrava dos corpos empilhados em funeralas improvisadas, os familiares desesperados e os médicos exaustos.
Bolsonaro conhecia a causa daquela catástrofe: a negligência crassa, a omissão voluntária e o descompromisso com a vida humana. E, no entanto, em vez de aceitar a responsabilidade, ele agora se apresentava como a vítima mais necessitada do sistema.
— Eu não sou médico — repetia para si mesmo, como se aquela bobagem o absolvesse de qualquer culpa. Mas a ironia da situação não lhe escapava.
Sua mente, assolada por lembranças, revivia os discursos triunfantes em que atribuía à morte as falhas do governo, quando, na verdade, ele próprio era um dos maiores cancros do Estado brasileiro.
Uma batida suave na porta o fez erguer a cabeça do travesseiro. Era o serviço de quarto, com uma xícara de café e uma pires de pão fresco. Bolsonaro aceitou a comida de beleza mujique com um sorrisinho forçado, quase um ritual de sacrifício.
Enquanto bebia o café, ele lia um artigo no jornal sobre as demandas de anistia para militares envolvidos em torturas e desaparecimentos políticos durante a ditadura. Um sorriso cruel se espalhou pelo seu rosto.
— Agora, eu entendo — murmurou, enquanto rasgava o papel com os dedos. — O que é ser anistiado é ter o peito cheio de cicatrizes e uma alma cheia de justiça, não é? Então, eu deveria ser o primeiro a pedir.
Bolsonaro riu alto, um som lamentável e assustador. Ele se imaginava como um ex-refém político, cheio de medalhas e histórias para contar, e não como o líder de um regime que matou e perseguiu oponentes e inocentes.
As palavras ecoavam em sua cabeça: "Eu não sou médico". Uma frase banal, quase infantil, mas que revelava a profunda crise de consciência do homem. Ele começava a compreender que a melhor forma de escapar da justiça seria se tornar um personagem nos livros de história, uma espécie de anjo da morte, para usar o jargão dos militares.
E assim, enquanto o sol já se punha sobre a cidade, Bolsonaro se deitava na cama, acompanhado pelo ritmo mortífero do coração, e imaginava comoeria contar seu dramático, auto-inventado drama de perseguição política para os futuros biógrafos.
— Só não quero um médico lá — cochichava para o quarto escuro —, que fique muito claro. Eu sou a vítima, não o executor. O coveiro é outro.
E com essas palavras, Bolsonaro adormecia, esperando que amanhã todos o achassem um cavalheiro sofredor, e não o autor de um do cenário mais sombrios da história recente do Brasil.
Criado com o Toolbaz.
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