sábado, 14 de dezembro de 2024

O masoquismo cristão

Não é novidade. Cristãos e ateus usam a questão do sofrimento para sustentar suas opiniões.
Eu também escrevi sobre essa questão, fique à vontade para procurar e ler.

Eu vou citar, analisar e criticar um texto publicado em uma página direcionada aos evanjegues.

Citando:

Vimos que o mal é um enigma tanto para os crentes quanto para os não crentes. Muitos céticos afirmam que a existência do mal é uma prova da inexistência de Deus, mas sem fé em Deus não temos base para considerar o mal “mal”.

O evanjegue evita a questão de forma óbvia. O que é "mal"? Por que existe? Por que é necessário uma "fé em Deus" (que é convenientemente reduzido ao padrão cristão) para termos percepção e o conceito de "mal"?

A resposta cristã clássica é que Deus não criou o mal. Criou pessoas livres, que têm uma consciência moral e a capacidade de escolher. Nós escolhemos traí-lo, seguir nosso próprio caminho e agora sofremos as consequências do pecado.

A primeira é: por que Deus nos deu o livre-arbítrio, então? Se Ele era capaz de prever toda a dor que isso traria, por que colocou aquela árvore no jardim?

Um mundo sem liberdade humana seria um mundo sem humanos.

O evanjegue não deve ter lido ou entendido a Bíblia. Tem várias passagens onde descreve esse Deus como criador de tudo. Inclusive o mal, o Diabo e o Inferno. Em outros tempos, ele seria acusado, caçado e morto por seus pares por heresia.

Como uma vez eu escrevi em um texto, quando o resultado do "livre arbítrio" é uma ameaça, não existe livre arbítrio.

A cena da árvore e da tentação mostram que esse Deus é omisso, negligente e incompetente. Não merece o título de Deus.

A segunda pergunta que pode vir à mente quando pensamos sobre o livre-arbítrio é: “OK, eu entendo que os atos humanos não teriam sentido sem a capacidade de escolha e que seria melhor ter um mundo que desse significado real à possibilidade de amar e ser amado. Mas por que não mudar as circunstâncias que nos fazem sofrer?”

Acho que muitas vezes Deus impede que coisas ruins aconteçam. Mas Deus não pode interromper sistematicamente todo o sofrimento do mundo, porque se o fizesse, isso destruiria o mundo.

Para acabar com o sofrimento do mundo, Deus teria que acabar com o mundo. Para acabar com as fontes de sofrimento, Ele teria que acabar conosco! Se quiser eliminar o sofrimento, você também deve eliminar a vida.

O evanjegue não deve ter lido ou entendido a Bíblia. Em várias passagens é possível ver esse "Deus" sendo a causa de dor e sofrimento, apenas porque é ciumento, vingativo e possessivo. E não faltam registros históricos mostrando os crimes dos seguidores desse "Deus" e de seu capanga, Cristo.

Isso nos leva à terceira pergunta que vem à mente quando consideramos o livre-arbítrio que Deus nos concedeu: "OK, se a escolha for entre este mundo (com a liberdade e o significado e também o sofrimento que temos) e um mundo de robôs ou a aniquilação do mundo, vale a pena? Há muito sofrimento neste mundo... Não seria melhor se o mundo não existisse mais?

O livre-arbítrio torna possível o mal, mas também a humanidade e o amor. Para eliminar o mal, Deus teria que aniquilar o universo ou criar um mundo de seres sem livre escolha e sem a possibilidade de amor verdadeiro.

O evanjegue nem se dá conta de que deu um tiro no pé.
Vamos resumir. Tanto pelos textos sagrados quanto pela teologia, esse Deus criou tudo, é Onisciente, Onipresente e Onipotente. Mas colocou a árvore para testar o casal primordial. E ficou surpreso com o resultado. Agiu como um moleque mimado, temperamental e imaturo.
O cristão precisa e gosta desse sofrimento. Acha que pode usar essa "salvação" para evitar e se eximir da responsabilidade. Trapaça e covardia.

Concluindo:
Evidente que eu não vou indicar a fonte. Mas que os cristãos (e alguns ateus) são sofríveis em argumentos... isso eles são 😏🤭.

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