sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Complexo de messias

Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz, minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz

- Cowboy fora da lei, Raul Seixas.

A síndrome do estrelismo é um complexo de superioridade que se caracteriza por comportamentos arrogantes e artificiais, e pela exigência de tratamento especial ou consideração. 

Conceito definido pelo Oráculo Virtual, Google.

Eu escrevi em algum lugar aqui sobre a mancada do Jason Mankey e Yvonne Aburrow quando falaram de superar a hegemonia cristã. Eu aproveitei um texto do Steven Posch para demonstrar a dificuldade.

Então tem esse texto, dessa senhora, a quem um dia eu tive estima, no alto do pedestal onde ela mesma se pôs, curtindo o delírio de autoridade.

Ela abre o texto com uma pergunta.

Quem quer ser Jesus?

Talvez ela não percebeu, mas está encenando o mesmo tipo de papel que Cristo performatizou.

Adendo. Com uma leitura e interpretação dos Evangelhos, pode-se ver (ler?) que até Cristo não queria esse papel.

Como? Um leitor mais inteligente pode perguntar.

Assim como Cristo ela acredita ter nascido única, especial, cheia de dons. Mas, como muitas celebridades, como pessoa tem muito a desenvolver.

Impagável esse trecho do texto:

"Mas o que os homens realmente querem? Poder julgar! Quem não quer sentar no trono celestial e decretar o destino dos mortais? Inspirar as massas? Não, obrigado. Prefiro impor respeito."

Impor respeito? Respeito se ganha e se merece. Ela me julgou e decretou meu destino. Complexo de messias. Eis como ela é semelhante ao que critica.

A única que merece minha adoração é Lilith. Kali, Hécate e a Deusa Antiga. Pessoas, convencidas e perdidas em sua ilusão de autoridade, tem em muitos lugares.
Eu, herege até entre os hereges, sigo minha caminhada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário