domingo, 8 de setembro de 2024

Os perigos na concorrência

Eu sinto incomodado quando vejo similaridade entre ateus e cristãos.

Por exemplo, o OnlySky, que virou um clube burguês, com matérias exclusivas apenas para assinantes, soa como um cristão fundamentalista no Patheos.

Bruce Ledewitz escreveu:

“O secularismo está tão preocupado em negar Deus que jogamos fora o bebê da verdade, justiça e progresso junto com a água do banho do teísmo sobrenatural.”

Não, Ledewitz, o secularismo não está querendo negar o divino, apenas busca neutralidade. Essa é a essência do Estado Laico.

Em outro texto, Ledewitz diz:

“Por muitos anos, a América vem se movendo de uma sociedade completamente religiosa para uma basicamente secular.”

Novamente, secular não é sinônimo de irreligioso, descrente ou ateu.
Eu vi uma notícia onde foi apontado a existência de ateu que acredita em Cristo.
Oh, bem, eu conheço um homem que se diz pagão e ateu. O homem adora fazer ginástica mental.

“Não apenas mais de um quarto dos americanos não tem conexão com nenhuma instituição religiosa — esses são os “Nones” — mas, apenas nos últimos 20 anos, a porcentagem de americanos que consideram a religião muito importante em suas vidas caiu de 61% para 45%.”

Novamente, os “nones”. E a generalização e sumarização da religião em Igreja e Cristianismo. O ateu é tão preguiçoso assim? Esses “nones” estão apenas querendo distância das organizações religiosas, mas demonstram ter algum tipo de espiritualidade, como até alguns ateus famosos, celebridades, afirmam terem.

“A principal razão para o declínio da religião pode ser resumida como o filósofo Friedrich Nietzsche fez em 1882 — a morte de Deus.”

Essa obra e a frase tirada dela, são as preferidas do ateu. Igual ao cristão, cita o trecho que interessa a despeito do contexto. A obra, Assim Falou Zaratustra, tem tantos elementos esotéricos que deixaria qualquer ateu desconcertado. Além do que é uma obra de filosofia, nada mais do que a opinião de Nietzsche.

“Esmagadoramente, as religiões da humanidade contêm importantes elementos sobrenaturais que são incompatíveis com qualquer tipo de perspectiva científica.”

Como todo ateu, Ledewitz ignora que toda nossa cultura, inclusive a ciência, foi desenvolvida pelos povos antigos, todos religiosos, eu diria até pagão.

Falando no Patheos, que virou mais uma página de fundamentalismo cristão, de onde muitos colunistas (ateus e pagãos) saíram, duas escritoras escrevem livremente seu preconceito ao falar do “perigo” do ocultismo e de consultar médiuns e adivinhos.

Melissa Argay diz:

“Avisos sobre falsos profetas podem ser encontrados no Antigo e Novo Testamento.”

“Há muitas razões válidas pelas quais as Escrituras condenam o ocultismo, os adivinhos, os cartomantes e a adivinhação. Mesmo deixando a religião de lado, a orientação da Bíblia parece bastante sensata.”

Jocelyn Soriano diz:

“Em nosso mundo secular, mais e mais pessoas estão praticando o ocultismo sem saber de seus perigos. Enquanto o cristianismo ensina que a única fonte válida de poder é Deus, o ocultismo invoca outros meios de poder que prometem ser manipulados à vontade.”

Pelo visto, essas escritoras não conhecem a própria Bíblia. Ali está descrito o uso do urim e tumim. Tem a inconveniente cena de Saul, em Endor, consultando uma “feiticeira” e foi visitado pelo profeta Samuel.

Que os cristãos vão ser intolerantes, isso é notório. Mas é triste ver que o ateu não é diferente.

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