quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Nada sabemos sobre o amor

Steven Posch escreveu um texto interessante, intrigante, mas equivocado.

Eu vou citar, comentar e criticar.

"Alguns amores excluem outros? Não amamos nós, ao amar os outros, também os nossos deuses?

Para o Cornudo, para Aquele que é toda a vida animal, certamente sim. E para Cristo?"

E sobre o que Steven diz que nosso Doce Senhor tem em comum com Cristo:

"Ambos não se chamam Amor?"

Primeiro erro do Steven: descreveu Cristo como Deus. Isso é teologia cristã, bem longe de seu real significado e mitologia.

Algo que padres e pastores nunca vão admitir. A ideia (escatológica) da vinda do Reino de Deus tem a ver com o Povo de Israel. Nessa visão vinda dos Profetas o "resto da humanidade" fica de fora. O povo de Israel vivia no exílio, a região esteve sob o domínio de Babilônios, Assírios, Persas e Romanos. Era um sonho voltar para Israel, considerada a Terra Prometida, que foi tirada dos Cananeus, Moabitas e outros.
Então os Profetas anunciaram que viria o Cristo, o Ungido de Deus (Yahveh), para preparar (purificar) o Povo de Israel para o Fim do Mundo e a vinda do Reino de Deus. Clube exclusivo. Só para o Povo de Israel. Quem não for, lamento, vai para o Inferno. Mas isso nunca será dito ou admitido pelos padres e pastores.
Resumindo, Cristo não é Deus.
Os ensinamentos supostamente deixados por ele foram revolucionários, para o local e a época, mas não eram completamente desconhecidos.
Muitos trechos mostram que esse "amor" de Cristo é limitado e condicional.
Muitas partes desses ensinamentos são usados para justificar a perseguição da comunidade LGBT.

Segundo errado o do Steven. Que é de toda a humanidade. Descrever uma emoção humana como sendo um atributo divino.
Eros ou Cupido, nós temos a tragédia de Medéia para mostrar que o amor pode ser doença e loucura.
Nós falamos, escrevemos, fazemos música falando de amor, mas estamos muito longe de compreender ou de expressar esses sentimento de forma completa.
Nós somos um dos países que mais mata pessoas homossexuais.

Eu duvido que qualquer celebridade (ou que alegue ter sacerdócio) no meio do Paganismo Moderno consiga responder.

Por que Inanna/Ishtar é a Deusa do Amor e da Guerra?
Resposta rápida desse pagão (herege) ordinário (ênfase no ordinário): nós nos vestimos e nos preparamos para ambos, para o amor e para a guerra.

Eu escrevi em algum lugar que Steven era filhinho do Papai e que eu sou o filhinho da Mamãe.
Nossa concepção sobre nosso Deus e Deusa é resultado de uma construção idealizada e romântica. Nosso Deus é a enxada que faz a semente ser plantada no solo, mas também é a lança que tira a vida.

Nós falamos de amor, mas negamos a sexualidade da Deusa. Nós falamos de amor, mas adotamos o ritual simbólico do hiero gamos.

Titio Crowley disse que o Amor é o todo da Lei.
Eu escrevi algo sobre isso em algum lugar.
Eu me restrinjo a expressar meus pensamentos. Mesmo no nosso meio, eu sou mal interpretado. Nós ainda estamos debaixo de um sistema repleto de repressão e opressão sexual. Vivemos vidas cheias de frustrações e recalques.
Tudo que eu quero é ser arrebatado no êxtase e isso envolve inúmeros tabus que devem ser calados.
Quando é que a Senhora vem?

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