A foto foi tirada no estádio Allegiant Stadium, Las Vegas, durante o vexame do jogo Brasil X Uruguai.
Na imagem, compartilhada por Gabrielle Figueiredo, esposa de jogador Gabriel Magalhães, posam Carol Cabrino, Duda Fournier, Natalia Rodrigues Belloli, Ana Lídia Martins Guimarães, Myckaela Lobianco, Isabella Rousso, Tainá Castro e Gabriela Melchior, companheiras de Marquinhos, Lucas Paquetá, Raphinha, Bruno Guimarães, Éderson, Martinelli, Éder Militão e Guilherme Arana.
Todas magras, brancas (loiras, em sua maioria) e muitíssimo bem adaptadas ao cruel padrão de beleza da pós-modernidade.
É sintomático que jogadores de futebol – sobretudo os mais ricos e prestigiados, e também negros em sua maioria – prefiram mulheres padrão, mulheres que, muitas vezes, o dinheiro pode comprar. Mulheres que topam se transformar em artigo de ostentação.
Num país miscigenado e de maioria negra, as escolhas “pessoais” desses jogadores (enviesadas pelo padrão de beleza estabelecido) revelam muito sobre a objetificação do corpo feminino (nesse caso, precisamente branco e magro).
Essa escolha coletiva que revela ainda muitas coisas: se você não é uma mulher padrão, “digna” de ser usada como troféu por um homem rico e famoso, é porque você é gorda, ou seus lábios são finos demais, ou sua lista de obrigações de adulta funcional não te deixa tempo para se adequar a esse padrão. Ou, simplesmente, você é negra.
Talvez tenha sido Pelé o primeiro a escolher uma namorada como quem escolhe uma taça de prêmio ao namorar Xuxa no auge de sua carreira e beleza.
Para esses jogadores, aparentemente seu sucesso só é completo com uma branca gostosa ao seu lado.
O fato de serem essas mulheres, por escolha (consciente ou não) é talvez o menor dos problemas. A grande preocupação é o padrão de “beleza” seguido pelas mulheres que desejam se tornar ostentação para homens de autoestima frágil.
Nas redes sociais, a superexposição de corpos aparentemente perfeitos leva mulheres a acreditarem que seus corpos não são belos o suficiente, gerando uma onda nunca antes vista de cirurgias plásticas e procedimentos estéticos (caríssimos e, muitos deles, nocivos).
Por óbvio, o padrão de beleza sempre existiu, mas agora assume uma roupagem mais sofisticada, algo mais difícil de ser identificado e mudado, porque somos bombardeadas diariamente com conteúdos que nos dizem que somos feias, que nosso corpo não é “instagramável” e que isso é necessariamente um problema.
Em outras palavras, o mito da beleza, nosso velho conhecido, se radicaliza nas redes sociais a partir de uma lógica de comparação e consumo.
No fim das contas, apesar de tudo isso, nossos jogadores anseiam mais por loiras super gostosas do que por títulos no futebol.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/brancas-magras-loiras-as-esposas-trofeus-dos-jogadores-da-selecao-por-nathali/
Nota: Nathalí não falou, eu aponto para outro problema. A glamourização do futebol. Há algo de muito errado quando se normaliza as posturas e ações do Neymar. Até quando vamos ficar vendendo essa ideia que só sendo jogador de futebol, rico, que o jovem de periferia, pobre e negro, pode ser bem sucedido?
Dizer que são esposas troféus, parece-me uma concepção um tanto machista. Elas que são os troféus ou eles é que são? Do ponto de vista delas, creio que eles é que sejam os bilhetes premiados.
ResponderExcluirSe é que existiram algum dia, hoje não existem mais Chapeuzinhos Vermelhos; as presas, hoje, são os Lobos Maus.
Parece. Eu vejo uma definição. Mas é uma opinião interessante. Tem também a Maria Chuteira. Vale a pena pensar.
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