domingo, 26 de maio de 2024

Pedra não pensa

Eu estava tentando assistir o anime Black Clover na Netflix (eu não estou ganhando um centavo com isso) quando achei o (anime) Dr Stone.

Black Clover foi uma decepção. Mais um anime de luta, com muita marmelada à favor do protagonista.


Eu gostei mais de Dungeon Meshi. Os autores (atenção spoiler!) não esconderam os seios das harpias, mas mostrou Izutsumi (fera humana) coberta de pelos. Laion que me perdoe, mas a Falin (irmã dele) ficou mais atraente em sua forma como monstro.

Esse anime mostra muitas receitas feitas com monstros, será que os autores sabem que “comer” tem duplo sentido no ocidente? Eu certamente “comeria” monstros fêmeas 😏. Aliás, tem um jogo assim 😏.


Enfim, voltando ao anime Dr Stone.

Um anime feito supostamente para falar de ciência. Mas cometeu muitos erros e preconceitos.


Atenção spoiler!


Tudo começa com o fim da humanidade que virou pedra. O mundo volta a ser um paraíso da natureza. Mas um dos protagonistas demonstra ter preservado a consciência, mesmo depois de virar pedra. Ciência? Não existe qualquer explicação plausível. Aqui ficou implícito a ideia do xintoísmo de que coisas podem ter uma mente, uma consciência, um espírito, habitando-as.


Então outro protagonista descobre uma forma de “ressuscitar” a pessoa empedrada através de um composto químico. Ciência? A ressurreição é um conceito espiritual. Então aparece um erro. A petrificação é superficial, por dentro, a pessoa está com o corpo em um tipo de criostase.


O outro protagonista diz algo que demonstra preconceito, ao prometer que recuperaria a civilização perdida. O modelo de “civilização” mostrada é um modelo idealizado longe da realidade social e histórica. Nesse padrão, muitas civilizações ficam de fora.


Convenientemente esse protagonista, supostamente cientista, ignora os males inerentes contidos nesse modelo de civilização que ele romantizou. O terceiro protagonista discorda e quer apenas que os “puros” sejam ressuscitados e dizer isso evoca ideias perturbadoras.


O protagonista #1 resolve ressuscitar a garota que ele gostava, o que em condições normais, consistiria em problema, pois temos nesse cenário uma fêmea para três machos.

O roteirista, talvez antecipando esse contraste, inclui mais sobreviventes, embora sem qualquer explicação plausível.


Para fazer ciência, o "dr Pedra" faz algo bem comum na "civilização", ele explora/escraviza os habitantes de uma vila primitiva.


Conforme apareciam mais sobreviventes e a "civilização" era desenvolvida, o efeito (inevitável) foi a do conflito, de batalha, de guerra. Confirmando que o problema somos nós.

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