sábado, 25 de maio de 2024

A flor do Lácio

Na primeira noite 
De lua cheia
Da primavera 
Dríade observa humanos 

Deitados, dormindo 
Bêbados e saciados 
Após festejar o equinócio 
Restam nus e silentes

Alguns têm corpo parecido 
Dríade a estes não aprecia
Mas outros têm algo
Que atrai a curiosidade

Dríade conhece toda fauna
Mas não reconhece a espécie
Tem forma de cogumelo
Mas é rijo como um tronco

Vegetal, mineral e animal 
Sólido, líquido e gasoso
O sábio discerne as coisas 
Está espécie desafia categoria 

Dríade investiga, observa
Analisa, mede, cutuca 
Aquilo fica maior, mais duro 
Goteja um tipo de seiva 

Cheira como flor 
Enrijece feito galho 
Esuda como fruto
Reage feito animal 

Aqui tem magia
Ou habita espírito 
Acomete um encantamento 
Afeta corpo e mente 

De um beijo 
Nada demais 
Um ato segue outro 
Dríade suga o talo

Como fonte termal
Do fruto flor animal
Brota caldo quente 
Espesso e salgado 

Extrato natural 
Caiu no gosto dela
Foi coletar esse pólen
De outros frutos flores animais 

A muitos aliviou
Usando mãos 
Seios e coxas 
E seus orifícios 

A ninguém cause furor
Vergonha ou censura 
Esse ato é normal 
Natural e saudável 

Junção de frutos
Flores e animais 
Ventres existem 
Para serem preenchidos

Dríade satisfeita 
O ventre cheio
Nove meses 
Essa é a origem dos heróis 

Celebrada seja a primavera 
Erga o poste de maio
Acendam fogo no alto da colina 
Semeiam a terra e o ventre 

Todo aquele que se opor
Seja banido e expulso 
Maldito seja aquele 
Que tornar sexo pecaminoso

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