sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Choque de identidade

Notícia que deve deixar conservadores e racistas confusos.

Citando:

A escolha de ucraniana como Miss Japão que gerou debate sobre identidade nacional.

"Houve barreiras raciais, e tem sido desafiador ser aceita como japonesa."

Foi o que uma Carolina Shiino chorosa disse, num japonês impecável, logo após ser coroada Miss Japão 2024 na segunda-feira (22/01).

A modelo de 26 anos nasceu na Ucrânia, mas mudou-se para o Japão aos cinco anos de idade e cresceu em Nagoya.

Ela virou a primeira cidadã japonesa naturalizada a vencer o concurso, mas sua vitória reacendeu um debate sobre o que significa ser japonesa.

A conquista de Carolina acontece quase 10 anos depois de Ariana Miyamoto tornar-se a primeira mulher birracial a ser coroada Miss Japão em 2015.

Na época, a coroação de Miyamoto, filha de mãe japonesa e pai afro-americano, acendeu um debate sobre se uma pessoa mestiça deveria ser elegível.

Fonte, citado parcialmente: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6pv9l1zlveo

Isso me lembra da notícia da miss Portugal, uma mulher transgênero.
Eu dei mancada ao não divulgar essa notícia, mas citar aqui fica melhor.
Citando:

Uma mulher trans venceu pela primeira vez o concurso Miss Portugal e vai competir em El Salvador pelo título de Miss Universo. Marina Machete tem 28 anos e trabalha como comissária de bordo.

A coroação ocorreu na noite de quinta-feira (5/10), em Borba. Pelas redes sociais, Marina compartilhou um relato emocionante. "Durante anos não pude participar, e hoje tenho orgulho de fazer parte desse grupo incrível de finalistas.”

Fonte, citado parcialmente: https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2023/10/amp/5131810-mulher-trans-vence-miss-portugal-durante-anos-nao-pude-participar.html

O que me levou a lembrar do caso da Rachel Dolezal e Caitlyn Jenner. Tentaram comparar e equiparar os casos, Rachel ressignificou sua etnia para que pudesse refletir a etnia que acreditava pertencer. Caitlyn passou por cirurgias de redesignação sexual para que seu corpo se adequasse ao seu sexo, que foi alterado para “homem” por ela ter nascido intersexual.

O termo disforia de gênero tem sido utilizado por conservadores e grupos de fundamentalistas cristãos para negar a existência de pessoas intersexuais e suas políticas para combater o que chamam de Ideologia de Gênero.
O argumento, ao fazer referência ao caso da Rachel, é que, se uma pessoa pode se identificar como mulher, então pode se identificar como negra. Uma enorme confusão, pois envolve questões de DNA, fatores sociais e culturais.

O Caturo, por exemplo, acredita mesmo nessa bobagem de “estirpe”. Os Lusitanos eram todos os povos habitantes da Lusitânia, com origens e etnias distintas, mas que tinham (como os Celtas) a língua e a religião em comum.

Então, o que faz uma identidade nacional? O que faz uma nação?
Existe uma relação entre nossas origens, nossas raízes, com o sangue que recebemos dos antepassados/ancestrais através de nossos parentes.
Eu sou brasileiro por ter nascido no Brasil e o Brasil é uma nação que é definida por seus habitantes.
Meus avós eram portugueses, italianos e espanhóis por terem nascido nesses países.
Os meus ancestrais então podem ser os Romanos, os Iberos e os Lusitanos porque nasceram nessas regiões.
E nossos Deuses? Os que fazem parte da mitologia clássica tem essa mesma relação com uma região e os habitantes dali. Assim como nós, suas origens nem sempre estão conectadas àquele povo e região, mas seus nomes e cultos foram fundados e consolidados na cultura greco-romana.
Então podemos nos perguntar onde a identidade é estabelecida. O que nos faz homem ou mulher? O que nos faz humanos?

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