terça-feira, 12 de dezembro de 2023

A divina caçadora

Recapitulando.
E a pergunta que o leitor deve ter. Ártemis ordenou o sacrifício de Ifigênia? Quem é Ártemis?

Eu escrevi em outra postagem:

Heródoto diz que o rei Creso recebeu a visita das Fúrias e Ésquilo diz que Orestes quem foi perseguido por elas. Na tragédia escrito por Ésquilo explica (mostra?) que isso aconteceu porque Orestes matou a mãe dele, Clitemnestra. Porque ela matou o pai dele (e marido dela). Porque ela queria vingar a morte de sua filha, Ifigênia, sacrificada por exigência de Ártemis.
Ou assim o dramaturgo quer que acreditemos. Quem interpretou a vontade dos Deuses foi Calcas, ao dizer para Agamenon que os ventos não estavam favoráveis para seu caminho (e conquista) de Tróia porque o rei tinha irritado a Deusa por ter matado um cervo. Em uma segunda versão, Ifigênia não foi sacrificada, mas tornou-se sacerdotisa de Ártemis.

E para não esquecer, eu escrevi em outra postagem:

Mas não podemos confundir. Ainda que Diana seja identificada com Ártemis, nós falamos de Deusas diferentes.

Ártemis é filha de Zeus com Leto, sendo irmã gêmea de Apolo. Considerada a Deusa da caça, também era considerada protetora da vida selvagem e dos partos.
Uma aparente contradição, se considerarmos que ela é toda como uma donzela virgem. Uma confusão de termos, ela apenas não era formalmente casada com qualquer Deus. Explica-se sua associação com o parto como parte da natureza. O que muito pagão moderno tenta omitir é que Ártemis trazia morte súbita e doenças às crianças.
Costumam também confundir o vínculo dela com a natureza (e a vida selvagem) como sendo sua expressão como um "espírito independente". Como se ela tivesse aversão à civilização. Incongruente, afinal, ela é representada portando um arco, um sinal e símbolo muito usado para representar a civilização humana.
Ela conheceu ao menos dois parceiros. Órion, o gigante que foi transformado em constelação e Acteon que foi transformado em cervo (e morto pelos próprios cães de caça).
Como todos os Olimpianos, sua verdadeira origem está esquecida ou mal registrada nos mitos clássicos.

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