sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Lamúria ou desdém

O espectro, completado mais um ano dessa torturosa existência, mais uma vez vê como quem se achava Musa agora esmola desesperadamente por atenção.

Interessante a escolha do título: provocação.
Segundo disse o Nário, provocação é o ato ou efeito de, com palavras ou atos, forçar alguém para a luta, conflito, discussão.

Outra palavra usada foi protagonismo.
Segundo disse o Nário, protagonismo é a capacidade de uma pessoa em tomar ações que influenciem o resultado de um evento ou situação. Não é necessariamente o mesmo que liderança, pois a protagonização não é necessariamente uma posição de liderança, mas sim a capacidade de tomar ações que gerem influências num resultado.

Então agora que a cortina fechou e só temos as sombras dos bastidores, onde somos todos anônimos, o que a rancorosa sente falta é do aplauso e da audiência.

Então quando ela diz:
-Não procuro saber de notícias dos desafetos, não os sigo em redes sociais e evito trazê-los para minhas conversas e pensamentos.

O que ela realmente diz (ou não assume) é que teve sua parte, sua contribuição nessas "relações sombrias". O que é peculiar, pois nós, que somos artífices do Ofício, temos as sombras e as trevas como nossa matéria prima.

E quando ela diz:
-Corri de gente odienta, maledicente, falsa, interesseira e desonesta. E se não corri, botei para correr pelos mesmos motivos de sempre "same old greed, same old envy, same old lies".

O que ela realmente diz é que não superou essas experiências. Não é capaz de ver, perceber e assumir que assim também se portou. E sente remorso, ciúme ou inveja de ver que aqueles de quem se afastou ou pôs a correr continua a viver e caminhar sem precisar da tutela dela.

E quando ela diz:
-Mais" não significa "Melhor", da mesma maneira em que "Forma" não significa "Função".

Ela deveria saber que a função define a forma. E só se pode ser melhor quando se faz mais.

E quando ela diz:
-Esta resolução só me deu mais força e foco nas relações que escolhi manter, nos projetos que resolvi tocar e nas vozes que me edificam, que me envolvem e que me fazem acreditar que o mundo é grande, que a vida é esta sinfonia maravilhosa de vozes queridas, e que a maestra da minha vida sou eu mesma.

Eu sinto pena. Porque é fácil se contentar com quem concorda. Quem precisa de rebanho é pastor. Tem um mundo imenso fora do curral. Tem mais música na entropia do que na sinfonia.

Talvez algum dia, toda essa bobagem finda. Talvez algum dia, em um círculo sagrado, no meio da floresta, debaixo da luz da lua, nós vamos olhar um para o outro e rir muito de tudo isso.
Assim seja, assim é, assim será.

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