terça-feira, 7 de março de 2023

Dinkley vs Dinkley

Adaptações para o cinema dos quadrinhos suscitam reações apaixonadas dos nerds, geeks e congêneres. Eu creio ter visto reações furiosas [geralmente por parte de racistas] quando Nick Fury [da Shield, do Universo Marvel] foi representado por Samuel L Jackson no cinema. O mesmo aconteceu quando a major Motoko [do anime Ghost in the Shell] foi representada por Scarlett Johansson no cinema. Eu mesmo fiquei chateado quando eu vi o filme “O Último Mestre do Ar”, uma adaptação do anime “Avatar, a Lenda de Aang”, porque os atores que interpretaram os personagens do anime eram completamente inadequados ao contexto da história.
-Quando Loki encontra Loki

Eu estou ficando sem ideias e eu dei espaço para comentar a série Wednesday. Outra série que tem provocado muitas reações foi Velma, uma das protagonistas do desenho Scooby-Doo.

Eu vou usar a estratégia empresarial e vou diversificar. A cultura pop tem  muito material para trabalhar. Então eu vou fazer a resenha da série Velma e das reações do público.

Em sua versão "original" Velma tem traços americanos. Dados obtidos em páginas de fãs e do Oráculo Virtual (Google) apontam que Velma tem origem alemã. De cabelos castanhos e curtos, sardas, óculos quadrados "fundo de garrafa", veste um suéter laranja, saia vermelha, meias laranjas e sapatilhas vermelhas, Velma é uma típica nerd.

O público não aceitou a nova versão, que descreve a Velma como sendo de origem sul-asiática (sendo mais específico, da Índia, conforme se pode supor pelo contexto da série). Também não gostaram que o Salsicha (Norville) foi designado como afro americano.

A gritaria ficou mais intensa diante da postura mais adulta da série e o pessoal careta ficou revoltado porque Velma é lésbica. Algo que estava implícito desde sua versão original, mas os novos donos dos personagens resolveram tirar a Velma do armário.

Nós estamos no século XXI, mas a opinião pública ainda resiste em velhos conceitos sobre sexo biológico, gênero, identidade e preferência sexual. Não existe um roteiro definido (regras) para a sexualidade humana, hetero ou homossexual, não deixamos de ser o que somos por queremos variar (experimentar) outras formas de amor. Como disse Freud, todos nós somos bissexuais.

Mas pessoas ignorantes ou inseguras, tentam impor esse recalque, opressão e repressão sexual advindo de estúpidos dogmas. Deixa a Velma pegar quem ela quiser.

A série tem um humor mais adulto e brinca com seus próprios elementos narrativos, o que inclui uma possível explicação de como tudo começou.
Assista e curta o espetáculo.

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