sábado, 15 de abril de 2023

A ironia da civilização

Preâmbulo

O interessante na mitologia não é o que se conta, mas por que aquilo está sendo contado.

A mitologia tem por cenário leis universais. Tal como Cronos estava fadado a se submeter ao tratamento que deu a seu pai, a humanidade está fadada a se submeter ao tratamento que deu aos Deuses.

A humanidade "matou" os Deuses que a criou, será aniquilada pela máquina (inteligência artificial) que ela criou.

Introdução

Citando:
"Versão atualizada do bot ChatGPT, o GPT-4 voltou a causar preocupação entre pesquisador após nova experiência feita pelo psicólogo Michal Kosinski, professor da Universidade de Stanford, na Califórnia, e especialista em algorítimos de inteligência artificial."
(https://revistaforum.com.br/ciencia-e-tecnologia/2023/3/25/chatgpt-tenta-assumir-computador-escapar-do-mundo-virtual-como-podemos-cont-lo-indaga-pesquisador-133311.html)

Eis que a Imprensa (sensacionalista) "descobre" o perigo da inteligência artificial. O assunto se torna matéria como se novidade fosse - como o fenômeno da "machosfera " - e serve de palco para insuflar histeria, paranóia e neurose. Vale tudo para angariar audiência. Empresas que se prestam para criticar os influenciadores digitais por um pecado que acreditavam ter o monopólio.

Esse problema da tecnologia tem história e temos bons exemplos. Em 2016 nós vimos o que aconteceu com a Tay, a inteligência artificial criada pela Microsoft.

No cinema, temos a franquia Matrix, a franquia Exterminador do Futuro e o perturbador 2001 Odisséia no Espaço.
Mas eu vou recuar mais e lembrar o filme Wargames (1983) e o filme Metrópolis (1927).
Na literatura temos as obras de Isaac Asimov.

Desde que teve início a Revolução Industrial, a humanidade avança com mais tecnologia, coisas que faziam parte da ficção científica agora são realidades e muitas outras em breve farão parte de nosso cotidiano.
O capitalismo em sua versão atual continua visando aumentar os lucros, diminuir as despesas e produzir massivamente. Isso conduziu ao aparecimento de máquinas e de sistemas de automação. Assim surgiram os primeiros robôs, ciborgues e androides.
Tal como os Deuses nos formaram "à imagem e semelhança" deles, nós queremos tornar as máquinas cada vez mais semelhantes à nós.

A série da Netflix (eu não estou ganhando um centavo com isso) Love, Death and Robots ironiza bastante esse tema, em uma fantasia distópica de um futuro dominado por robôs e baratas.

Eu estou torcendo para que usem impressora 3D para reconstruir órgãos, senão pessoas inteiras. Quem sabe tenhamos um futuro parecido com a série Altered Carbon,  onde se pode escolher o corpo onde a nossa consciência (alma?) será instalada, ou parecido com a série Cyberpunk Mercenários, onde se pode fazer "upgrades" no corpo.

Para essa nova humanidade existe a filosofia do transhumanismo. Quem sabe, com o fim desses limites entre Humano e Máquina, deixe de existir a exploração, a expropriação, o racismo, a xenofobia, a homofobia, a misoginia e outras intolerâncias arcaicas e obsoletas que ainda preservamos de séculos passados.

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