Autora: Gabriela Moncau.
O ato se concentrou na praça do Ciclista, na av. Paulista, e depois de atrações culturais, saiu em caminhada pela rua Augusta até a praça Roosevelt, na região central. Na faixa da frente, os dizeres “Pela luta, memória e resistência. Contra o racismo, a transfobia, a bifobia e a lesbofobia”. Segundo a organização, entre 1.500 e 2.000 pessoas participaram da caminhada.
“Hoje é um dia de alegria para a gente celebrar nosso amor e nosso modo de ser, mas é também um dia de luta porque nossa invisibilidade é muito grande: no trabalho, na família, em todos os campos da sociedade”, frisou Marcia Balades, da Liga Brasileira de Lésbicas e do Bloco Feminista da Marcha da Maconha.
“Também pedimos justiça por Marielle Franco e por Luana Barbosa”, disse Balades, se referindo a duas mulheres negras, periféricas e LGBTQIA+ brutalmente assassinadas.
A vereadora carioca do PSOL foi executada em março de 2018 no Rio de Janeiro, em caso cujos mandantes ainda não foram apontados. Luana Barbosa foi morta dois anos antes disso, em abril de 2016, em Ribeirão Preto (SP). Ela foi espancada por três policiais militares depois de recusar ser revistada sem a presença policial feminina.
“Estamos aqui para resistir a essa violência institucional, física, sexual e moral. A esse heteropatriarcado que se impõe sobre nossas vidas e corpos e que determina o que é considerado normal na sociedade”, destacou Célia, da Marcha Mundial de Mulheres (MMM).
“Estamos em marcha em defesa de um projeto popular e feminista de vida. Ou seja, por uma sociedade em que todas, todos, todes vivamos com liberdade, autonomia e sem violência. Onde não tenhamos medo de ser felizes”, resumiu.
“A festa está bonita”, descreveu Paula Mendes, também da MMM, ao som da música eletrônica tocando no fundo. Cartazes e adesivos “Fora Bolsonaro” permearam o ato, em consonância com a fala de Mendes de que o “desgoverno” é responsável pelo aumento da pobreza e, consequentemente, pelo crescimento da população vivendo em situação de rua.
“Essa situação atinge muito as mulheres lésbicas, bissexuais e trans, porque nossa orientação sexual faz com que estejamos mais vulnerabilizadas economicamente”, avaliou Paula. “Muitas de nós perdemos inclusive o direito de continuar convivendo com a família, perdemos o teto”, exemplificou. “Mas seguimos resistimos com muita luta, alegria e festa”.
A Caminhada Lésbica e Bissexual acontece tradicionalmente um dia antes da Parada LGBTQIA+ de São Paulo. Marcado para este domingo (19), a expectativa é que 3,5 milhões de pessoas compareçam ao evento.
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2022/06/18/em-alegria-e-luta-lesbicas-e-bissexuais-fazem-caminhada-contra-violencia-e-invisibilidade
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