Eu tenho o mesmo conhecimento extenso sobre a história da Wicca e, para ser sincero e honesto, eu vou tentar escrever textos sobre os momentos embaraçosos dessa crença.
Aqui no Brasil a Wicca chegou adulterada, foi "importada" como mais um produto comercial como outro qualquer, americanizada.
Eu sou grato a Janluis Duarte por seu trabalho ao escrever sobre a história da Wicca e Bruxaria no Brasil. Nós compartilhamos momentos agradáveis no Amber and Jet, grupo do yahoo criado e mantido por altos sacerdotes e altas sacerdotisas da Wicca Tradicional Britânica.
Então esqueçam a propaganda disseminada pela internet sobre o Claudiney Prieto ser o pioneiro da Wicca no Brasil. Teve muitas pessoas antes dele, só aqui no Brasil e muito mais no exterior.
Eu vou pular o cenário de fundo, como as influências da Golden Dawn e livros americanos que começaram a ser publicados no Brasil por volta de 1990.
Quem pode ser indicada como precursora da Wicca no Brasil é Marcia Frasão. Segundo Janluis, a Wicca começou a ser divulgada publicamente no Brasil entre 1980 e 1990 na cidade de São Paulo com um grupo de pessoas que se articularam em volta da loja Além da Lenda, da escritora e ilustradora Heloisa Alves.
Na época em que eu estava estudando essa religião eu cheguei a ver as acusações de exploração cometida contra os artesãos que trabalhavam para esta loja, exploração efetuada com a possível participação da Abrawicca, mas isso se perdeu.
Voltando ao grupo que surgiu na loja, dentre estes, Roberto Carvalho foi o mais atuante, liderou o grupo até sua morte em 1999. Outro nome é Claudia Hauy quem, segundo ela mesma conta, deu aulas para Claudiney Prieto.
Denise de Santi é citada por janluis como a mais mística. Wagner Périco é outro que, pelos materiais americanos, se autoiniciou e fundou o Coven Phoenix em 1992.
Enquanto nos Estados Unidos a disseminação da Wicca foi iniciada por Raymond Buckland, cujo histórico eu irei detalhar mais adiante, mas seu trabalho não teria sido eficiente sem a "contribuição" (eu diria traição) de Monique Wilson, de quem eu detalharei o histórico mais adiante.
O que ajudou a potencializar a disseminação da Wicca no Brasil foi a internet, meio de comunicação digital de alcance mundial, onde a liberdade propicia a organização de grupos, nem sempre bem intencionados e, frequentemente, mal informados.
Outro nome conhecido é Mirella Faur que, apesar de não ser wiccana, produziu material de referência e organizou grupos que podem ser considerados um reflexo das religiões da Deusa, tendência que ganhou enorme notoriedade e popularidade nos Estados Unidos. A presença e influência dessas religiões é fundamental para entender o Dianismo, algo que foi fundamental para a formação da Abrawicca e as bases do sucesso de Claudiney Prieto.
O nome de Caludiney Prieto está fortemente associado com outra celebridade local, Mavesper Ceridwen, a Abrawicca e a Tradição Diânica Nemorensis.
Outro nome é Claudio Crow Quintino, proprietário da loja Hera Mágica. Ele traduziu o trabalho de Charles Godfrey Leland e é autor de uma obra que se tornou referência no Brasil.
Como dito acima, o nome de Mavesper Ceridwen está fortemente associado ao de Claudiney Prieto e a Abrawicca. Segundo Janluis, esta celebridade local fez parte do círculo de mulheres organizado por Mirella Faur. Mavesper e Claudiney proclamavam publicamente serem diânicos, mas foram desmentidos pelos círculos diânicos americanos. Janluis não cita, mas causou um enorme desconforto quando Zsuzsanna Budapest, em um dos eventos organizados por Claudiney Prieto em São Paulo, concedeu ao mesmo uma ordenação - que depois foi desmentido e declarado como mera benção - no Dianismo, como um couretes, algo que nunca foi concedido pela própria Zsuzsanna, sendo que ela mesma declarou em seus textos que os homens não possuem sacerdócio.
Janluis cita Mario Martinez e sua obra Wicca Gardneriana, mas não deve ter acompanhado a polêmica e controvérsia, pois o mesmo foi desmascarado por Altos Sacerdotes legitimamente gardnerianos.
Menos recomendável, mais suspeita, é o nome de Eddie Van Feu, de quem eu escrevi anteriormente ao divulgar um texto que eu encontrei pela internet. Uma figura semelhante à Silver Ravenwolf, de quem eu terei que descrever o histórico mais adiante.
Cita-se a obra de Scott Cunningham, de quem eu terei que descrever o histórico mais adiante.
O fato é que a Wicca virou arroz de festa no Brasil, algo que eu chamo pejorativamente de Wilka S/A. Nessa bagunça tupiniquim surgiu Tânia Gori, Og Sperle e outras subcelebridades.
Novamente, esse texto não seria possível sem o trabalho de Janluis Duarte e sua tese Reinventando Tradições. Muito obrigado, Janluis.
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