sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O segredo dos Templários

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Os arquivos secretos – à parte a sua mitomania merovíngia – dão grande ênfase ao Santo Graal, à tribo de Benjamim e à personagem do novo Testamento, Maria Madalena. Por exemplo, em Le serpent rouge surge esta declaração:

“Daquela que desejo libertar, chegam até mim os aromas do perfume que impregna o sepulcro. Antigamente alguns invocavam-na, ÍSIS, rainha das fontes benéficas. VINDE A MIM TODOS OS QUE SOFREM E ESTÃO OPRIMIDOS E EU VOS CONFORTAREI“. Outros: MADALENA, do famoso vaso de unguento balsâmico. Os iniciados sabem o seu verdadeiro nome: NOTRE DAME DES CROSS.

Esta curta passagem é confusa, não apenas porque a última frase – Notre Dame des Cross – não faz qualquer sentido (a não ser que «Cross» seja um nome de família e, nesse caso, ela tornar-se-ia apenas um pouco mais inteligível). «Des» é a forma plural de «de», mas cross nem existe em francês e está no singular, em inglês. Há também a confusão peculiar (n.t. para os neófitos) de ÍSIS com Maria Madalena – afinal, uma era uma deusa e a outra «uma mulher perdida» e são figuras de culturas diferentes, sem qualquer ligação aparente.  

Podíamos pensar, evidentemente, que há um problema imediato em ligar temas, aparentemente tão diferentes, como Madalena, o Santo Graal e a tribo de Benjamim – para não falar de ÍSIS, a deusa-mãe egípcia – com o da descendência merovíngia. Os Arquivos Secretos explicam que os francos sicambros, a tribo da qual descendiam os merovíngios, eram de origem hebraica, eram descendentes da tribo perdida de Benjamim, que emigrou para a Grécia e, depois, para a Alemanha, onde se transformou nos sicambros.

Contudo, os autores de The Holy Blood and The Holy Grail complicaram ainda mais o cenário. Segundo eles, a importância da geração merovíngia não era apenas um sonho fantástico de um pequeno grupo de realistas excêntricos. As suas pretensões transpuseram toda a questão para uma esfera muito diferente – a esfera que prendeu a imaginação de milhares de leitores entusiásticos do livro. Eles alegaram que Jesus fora casado com Maria Madalena e que havia descendência dessa união. Jesus (o Cristo) sobreviveu à cruz, mas a sua mulher partiu sem ele, quando levou os filhos para uma colônia judaica, fundada no que é o atual (e antigamente) Sul da França. Foram os seus descendentes que se tornaram a família reinante dos sicambros, fundando, assim, a dinastia real merovíngia.

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Embora seja fácil compreender o motivo por que o documento Montgomery foi aproveitado por Baigent, Leigh e Lincoln como suporte para a sua hipótese, é estranho que não tenham atribuído maior importância a certos aspectos da história. Nesta narrativa, Maria de Betânia é descrita como «uma alta sacerdotisa de um culto feminino»; tal como a veneração dos merovíngios à deusa Diana, isto acrescenta à história uma feição distintamente pagã que é difícil conciliar com o conceito de que o Priorado está principalmente preocupado com a continuação da descendência do rei judaico David – a qual inclui Jesus.

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Por exemplo, Nicolas Flamel, grão-mestre entre 1398 e 1418, era um mestre alquimista. Robert Fludd (1595-1637) era rosacruz e, mais próximo do nosso tempo, Charles Nodier (grão-mestre entre 1081-1844) foi uma grande influência, que inspirou o renascimento do ocultismo moderno.

Mesmo Sir lsaac Newton (grão-mestre entre 1691-1727), atualmente mais conhecido como cientista e matemático, era um alquimista e um hermético e ocultista devotado e, certamente, possuiu cópias, profusamente anotadas, dos manifestos rosacruzes. Há também, evidentemente, Leonardo da Vinci, outro gênio que os modernos interpretam mal, considerando a sua viva inteligência apenas como fruto do pensamento materialista.

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Assim, qual o possível segredo (CONHECIMENTO SECRETO) podia ter atraído tantas das mais brilhantes mentes esotéricas mundiais, durante tanto tempo, admitindo que é improvável que tivesse sido a inverosímil e ilusória história merovíngia?

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É evidente que alguma coisa se passou e se passa, a qual, dado o enorme montante de tempo, pessoas e de energia que parece ter sido consumido, ao longo dos séculos, dificilmente pode ser relativa apenas à legitimidade da monarquia francesa. E, seja ela qual for, deve ser tão ameaçadora para o status (n.t. para o FALSO sistema de crenças, o paradigma atual) quo que, mesmo depois do Século das Luzes, “ELA” teve de continuar a ser mantida secreta, a ser cautelosamente guardada por uma rede oculta de iniciados.

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Eratóstenes (+ 194 a.C.) identificou a Virgem com ÍSIS, a deusa de mil-nomes, com a espiga de trigo em sua mão e que foi mais tarde deixada cair de maneira a formar a Via Láctea (OU OS SÓIS QUE A FORMAM), ou segurando em seus braços seu filho HÓRUS, o deus do sol, o último dos reis divinos. Este simbolismo antigo reapareceu na Idade Média como a Virgem Maria com seu filho Jesus e através das palavras eternas de Shakespeare (Francis Bacon-Saint Germain): Good Boy in Virgo’s lap (O Bom Menino no Colo da Virgem). Na Índia, Virgo era Kanya, e representada como deusa sentada diante do fogo. No Zodíaco Cingalês, era a Mulher no Navio e segurando um ramo de trigo em sua mão. Possivelmente, o navio era nomeado a partir das estrelas Beta, Eta, Gamma, Delta e Epsilon da constelação, representando a quilha do navio. Na Pérsia, Virgo era Khosha, o ramo de trigo, bem como nomeada como a Virgem inteiramente Pura. Os turcomanos conheciam esta constelação como a Pura Virgem, Dufhiza Pakhiza. Os chineses a conheciam como She Sang Neu, a Donzela Frígida. No pais dos Judeus, a Virgem era Bethulah e sempre associada com a idéia de abundância na colheita. Virgem tem sempre sido a figura dos céus mais nomeada e mais simbolizada! Virgem representa a mais antiga e puramente alegórica representação de inocência, de virtude e DO PODER FEMININO DA DIVINDADE, a BASE DO MUNDO MATERIAL UNIVERSAL.

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Para um leigo, qualquer ligação particularmente esotérica entre Maria Madalena e João Batista é uma questão de fantasia, porque os textos evangélicos conhecidos não registram que eles se tivessem conhecido. Contudo, aqui, temos um segredo aparentemente antigo que implica – e venera – ambos, e não de uma maneira vaga. Que havia nestas figuras do século I que assegurou esta tradição duradoura, embora «herética»? Que poderiam eles ter representado que fosse tão perturbador para a Igreja?

Fonte: https://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-2b-no-mundo-secreto/

Eu resumi o texto, tirando as partes onde os autores viajam na maionese ou citam o Priorado de Sião, uma velha fraude já desmascarada. A título de comentário, eu citei aqui um texto templário, atribuído a Marcião, onde a Deusa é identificada como Ishtar.

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