segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Atributos divinos da consciência

Oquei, eu descasquei, mastiguei e cuspi fora o estelionato esotérico. Mesmo assim eu acho crucial descrever a importância da consciência e suas manifestações, como a memória, o pensamento e a razão. Quando se fala em consciência, falamos também em mente, praticamente sinônimos. Colocando em termos bem simples e superficiais, essa concepção [ocidental] é completamente oposta à concepção [oriental] de que o nosso “verdadeiro” Eu [ou Self] é a consciência, não a mente.

Na mitologia nórdica Odin tem dois corvos: Hugin [pensamento] e Munin [memória]. Odin adquiriu a sabedoria [outro atributo da consciência] após ter se sacrificado voluntariamente na árvore Yggdrasil.

Na mitologia grega, Mnemosine é a Deusa [titanesa] da memória. Ela também concede o dom de raciocinar, prever e antecipar resultados. Ela é a mãe das Musas.

Também na mitologia grega, Apolo é o Deus da razão. E do raciocínio lógico. A filosofia contemporânea cunhou o termo apolíneo exatamente por isso.

Na mitologia grega, na origem de Atena, ela é resultado da união de Zeus com Métis [oceânida], ou que ela “brotou” da cabeça de Zeus depois que este engoliu Métis, a Deusa da prudência e da astúcia, que são atributos da inteligência e produtos da mente.

A nossa mente é a nossa consciência e vice-versa. Se for possível apontar onde nosso “verdadeiro” Eu ou Self se encontra, como reflexo dos Deuses, nisso consiste nossa mente, nossa consciência. Ali repousa o nosso espírito e nossa alma. O corpo é o vasilhame, o veículo, no qual nossa mente se aloja. Sem essa encarnação, sem o mundo e a vida, seria impossível aprender, crescer e amadurecer.

Não busque por culpados além de você mesmo. Os Deuses nos concedem a vida exatamente para que possamos ser conscientes e com ações concretas, intenções legítimas e palavras coerentes nós possamos conciliar nossa dupla natureza: titânica e olímpica.

Pedir perdão a uma entidade que, supostamente, nos criou tal como somos, ou seja, criou também nossa natureza, é estúpido e inútil. O “perdão dos pecados” é a mesma atitude negligente de pais omissos que passam a mão na cabeça da criança travessa. Por isso que cristãos são tão imaturos. Procuram pelo perdão, mas voltam a cometer os mesmos erros. O erro não está no corpo, nem no mundo, mas em nós, em nossas atitudes, ações e palavras.

Tal como o corpo, o pensamento, o sentido e a emoção são ferramentas. O erro não recai na ferramenta, mas no artífice. Nossos Deuses não julgam nem condenam. Eles apenas esperam que nós deixemos de ser imaturos e sejamos responsáveis. Em suma, que façamos uso de nossa mente e consciência.

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