sexta-feira, 30 de julho de 2021

As Práticas de Magia do Antigo Egito

No antigo Egito, a magia [heka] era uma das forças que o Criador tinha usado para fazer o mundo e a magia consistia, principalmente, em atos simbólicos que produziam efeitos práticos. Todas as divindades possuíam algum tipo desse poder e havia regras sobre os motivos e modos de usar magia. Os sacerdotes eram os guardiões desse conhecimento secreto; eram os únicos capazes de ler os livros antigos que continham as fórmulas, dádivas dos deuses que protegiam os homens das "desgraças do destino", verdadeiros tesouros guardados nos palácios e bibliotecas.

Havia uma hierarquia de magos e magias: a mais importantes, protegiam o faraó, influíam sobre o nascimento e a morte. A magia curativa era uma especialidade dos sacerdotes de Sekhmet, a apavorante deusa da calamidade. Em um nível mais baixo de especialização, estavam os "escantadores de escorpiões", conhecedores do venenos dos répteis e dos insetos. As mulheres também conheciam a magia prática do dia a dia e algumas, consideradas sábias, eram consultadas em casos que envolviam fantasmas e perturbações na vida pessoal. Conheça um pouco mais sobre as práticas de magia do Antigo Egito.

Amuletos

Os amuletos eram muito usados para proteção contra diferentes tipos de males. Alguns deles eram simplesmente fórmulas escritas em papiro, dobradas, inseridas em tecido de linho e costuradas às roupas, como alguns bentinhos, usados pelos católicos há poucas décadas, hoje mais raros. Estes amuletos eram propiciadores de longa vida, prosperidade e saúde. Em geral, o alvorecer era o momento mais propício para os rituais e oficiante deveria estar "puro", uma condição que envolvia o uso de roupas rigorosamente limpas, abstinência sexual e evitar contato com pessoas consideradas impuras, como os embalsamadores e as mulheres menstruadas. Um encantamento consistia em dizer as palavras corretamente, principalmente o nome das divindades, descrevendo as ações que seriam empreendidas.

A Ankh (ou cruz ansata) é um símbolo bastante popular do Antigo Egito, era usado como um amuleto, hoje em dia o mesmo possui vários significados, geralmente atribuídos à vida, imortalidade e ressurreição, há todo um contexto por trás desse símbolo que daria um artigo inteiro (se não mais).

As palavras podiam ativar a potência de amuleto, uma figura ou uma poção. As poções, muitas vezes continham ingredientes bizarros, como o sangue de uma cachorro negro ou o leite de uma mulher que estivesse amamentando um menino. Música e dança podiam complementar o encanto, como o som dos tambores, usado para afastar entidades malignas. Doenças, acidentes, pobreza e infertilidade podiam ser causados por divindades irritadas, fantasmas invejosos, demônios e bruxas. As vítimas mais comuns dos males causados por essas figuras eram as mulheres grávidas e as crianças.
 
Bastões mágicos, feitos de marfim ou metal, decorados com entalhes de símbolos mágicos podiam ser usados para formar um círculo protetor contra as forças do mal que, não raro, eram atribuídas a magos estrangeiros. A deusa hipopótamo Taweret e anão-leão Bes eram considerados deuses protetores cujas imagens eram traçadas em utensílios domésticos e peças do mobiliário. Também apareciam freqüentemente nos amuletos.

Magia de Cura

Magia empregada em casos de doença era um tratamento alternativo e, também, terapia complementar. Os papiros médico-mágicos continham fórmulas usadas pelos sacerdotes de Sekmet contra seres sobrenaturais causadores de diferentes males dos corpo e da mente. Conhecer os nomes desses seres era uma forma eficaz de agir sobre e contra eles. Os demônios eram atraídos pelas coisas feias e/ou delituosas e, assim, o lógico era usar coisas deste tipo para atraí-los e afastá-los; outro recurso era usar substâncias doces, como o mel e/ou desenhar na pele do paciente imagens de divindades protetoras para repelir as criaturas.

Também recorria-se à recitação de palavras mágicas que podiam ser a reconstituição de mitos ligados à cura: o sacerdote proclamava que era Toth, o possuidor do conhecimento que curou o olho de Hórus.

Coleções e magias curativas e de proteção, muitas vezes eram inscritas sobre estátuas e placas de pedras, as estelas. Seu uso era público. Uma estátua do faraó Ramsés III [1184 a.C.-1153 d.C.], colocada no deserto, servia para repelir cobras e curar suas mordidas. Um tipo de estela mágica conhecida como Cippus mostrava o deus Hórus menino subjugando animais perigosos e répteis. Muitas continham descrições de como Hórus foi envenenado por seus inimigos e como sua mãe, Isis, implorou pela vida do filho até que Rá enviou a cura. A história termina com a promessa de que qualquer um que esteja doente será curado como Hórus. O poder daquelas palavras e imagens podia ser obtido colhendo água derramada sobre a stela. Esta água mágica podia ser bebida pelo paciente ou usada para lavar suas feridas.

Maldições

Os egípcios também praticavam a magia das maldições ou magia destrutiva. Nomes de inimigos estrangeiros e traidores eram escritos em vasos, tabuletas ou figuras de cerâmica. Nas figuras, os inimigos eram representados amarrados. Os objetos eram, então, queimados ou enterrados em cemitérios. Esse procedimento deveria enfraquecer ou destruir o adversário. Nos templos, sacerdotes e sacerdotisas realizavam cerimônias para amaldiçoar inimigos de ordem divina, como a serpente do caos, Apophis, que vivia eternamente em guerra com o Sol, deus da Criação. Imagens de Apophis traçadas em papiro ou modeladas em cera eram recebiam manifestações de desprezo, como cusparadas ou eram espancadas, pisadas, apunhaladas, queimadas. Os resíduos eram dissolvidos em baldes de urina.

Deuses violentos do panteão eram convocados para combater e destruir Apophis, incluindo sua alma e sua magia. Os rivais humanos dos faraós também eram amaldiçoados durante essa cerimônia. Este tipo de magia foi usado contra o faraó Ramsés III por um grupos de magos, cortesãos e mulheres do harém. Os conspiradores, apoderando-se de um livro de magia negra da biblioteca real, usaram os conhecimentos ali contidos para preparar poções e figuras de cera a fim de prejudicar o faraó e sua guarda. As maldições projetadas nas figuras de cera eram mais eficazes se nelas eram incorporadas elementos pertencentes à vítima: cabelos, unhas, fluidos corporais [como é feito em ritos do voodoo]. No caso de Ramsés III, esses elementos foram facilmente obtidos pelas mulheres do faraó. Não obstante, o plano falhou e os conspiradores, descobertos, foram condenados à morte.

Sonhos

Os egípcios acreditavam que a vontade divina podia ser conhecida através dos sonhos. Sonhos eram considerados como prova da existência de um outro mundo não muito diferente do mundo terreno por que conheciam. O conhecimento da arte de provocar os sonhos e interpretá-los era muito valorizado no antigo Egito e o sacerdote que possuía esse dom podia alcançar um status de grande honra na hierarquia do Estado, como na história de José, o garoto judeu que chegou à terra dos faraós como escravo e alcançou o mais alto posto administrativo da época interpretando sonhos do faraó que permitiram a previsão de uma época de seca e o reforço do estoque de grãos, salvando o país da fome que, de fato, na época indicada, assolaram o Oriente Médio. Assim, o futuro era revelado nos sonhos de modo que tragédias podiam ser evitadas e mistérios, desvendados.

Porém, sonhos reveladores não eram uma coisa comum e os mágicos eram solicitados para produzi-los através de encantamentos.
 
No acervo do Britsh Museum, o papiro nº 122 contém uma fórmula para obter uma visão ou sonho com a deusa Bes:

"Faça um desenho da deusa em sua mão esquerda e envolva a mão e o pescoço em uma tira de tecido preto consagrado a Ísis. Deite-se e durma sem dizer uma só palavra. A tinta usada para fazer o desenho deve ser feita com sangue de vaca, sangue de uma pomba branca, incenso puro e fresco, mirra, tinta para escrita negra, cinábrio, suco de amora, suco de ervilhaca, suco de ervas amargas e água da chuva. Com essa mesma tinta, escreva seu pedido antes do por do sol. Envie ao verdadeiro vidente do santuário e suplique: Lampsuer, Sumarta, Baribas, Dardalam, Iorlex, Senhor! Envia a sagrada divindade Anuth, Salbana, Breith, Salbana, Chambré, agora, rapidamente. Faça a súplica à noite".

Ou, ainda:

"Para provocar sonhos, disponha de uma bolsa limpa e escreva sobre ela os nomes de Aemiuth, Lailamchouch, Arsenophrephren, Phta, Archentechtha. Dobre a bolsa e coloque-a sobre uma lâmpada de puro óleo. Ao crepúsculo, vá se deitar sem comer, em jejum levando consigo a lâmpada e repita sete vezes a fórmula: "Sachmu, Aeon Trovejador, Vós que possuis o culto da serpente e faz exaurir a própria lua, e faz raiar o sol nas estações, Chthetho é teu nome. eu peço, Senhor dos Deuses, Seth, Chreps, conceda-me a informação que desejo". Antes de adormecer, apague a lâmpada".

Fantasmas

As ideias dos egípcio sobre a composição do homem favoreceram a crença em aparições e fantasmas. O homem seria uma combinação de corpos:

1. Corpo físico
2. A sombra [ou corpo astral]
3. Duplo [ka - espírito]
4. Alma
5. Coração [ou alma-coração, a porção anímica do animal]
6. Khu [veículo do espírito]
7. Força vital

Com a morte do corpo físico, dele se desprende a sombra que somente pode ser trazida de volta por meio de cerimônias místicas. O duplo permanecia na tumba com o corpo e era visitado pela alma, que passava a habitar o Paraíso. Essa alma ka, o duplo, era, ainda, algo material, assim como khu, veículo do espírito que partilhava [alimentava-se] das oferendas funerárias depositadas na tumba: carnes e bebidas. Se o duplo não encontrasse alimentos na sepultura, passava a vagar entre os vivos em busca de algo para comer e beber, consumindo mesmo coisas imundas, o que era considerado uma maldição (e lembra o conceito de vampiros astrais, obsessores e eguns, bastante disseminados atualmente). Mas além da sombra, do duplo e da alma, também o espírito, a parte realmente imortal do homem que, em geral, tinha sua morada no Céu, muitas vezes era encontrado no sepulcro. Nesse caso, tal espírito estava preso a uma estátua representativa do morto. Nestas tumbas, uma parte especial era reservada para ka [o espírito, o duplo], chamada "casa de ka" e o sacerdote de ka cuidava especialmente desse aspecto, provendo o espírito com perfume de incensos, flores, ervas, carne e bebida, as coisas que a pessoa apreciava em vida.

Ka, era, por excelência, o fantasma dos egípcios, muitas vezes confundido com seu veículo, khu. [Ou seja, o espírito ka possui um suporte material, khu].

Apesar dessa confusa constituição do homem, o fato é que os egípcio acreditavam podia interagir com seus parentes e amigos que permaneciam no mundo terreno. Esse contato poderia ser propiciado por meio de encantamentos escritos em um papiro, declamados diante da estátua que abrigava ka [o espírito], uma espécie de evocação egípcia. Um fantasma insatisfeito poderia, por exemplo, perturbar a vida de um vivo. Foi o caso de um homem que se queixava da esposa morta há três anos e que não o deixava em paz, lançando sobre a vida dele toda sorte de infortúnios. Para se livrar da perseguição da falecida, ele escreveu em um papiro seus próprios méritos, lembrou o bom tratamento dedicado a ela em vida e alegou que que o mal que ela vinha fazendo não se justificava. O papiro foi levado à tumba da mulher e ali depositado, amarrado à estátua que abrigava o duplo da morta que, assim, poderia ler a petição de paz.

Os cemitérios ou necrópoles eram lugares temidos pelos egípcios justamente porque ali moravam os espíritos. A crença era compartilhada também entre os povos de língua árabe do Egito e do Sudão, exceto pelos violadores de túmulos. No Sudão, acreditavam que os espíritos daqueles que morriam em batalhas permaneciam nos locais em que tombaram mortos ou onde seus corpos tinham sido enterrados.

Destino

O destino de uma pessoa era determinado antes do nascimento e não podia ser alterado. Os sábios podiam antever a vida futura de alguém a partir da data de nascimento e da análise da posição de estrelas e planetas neste dia: era o horóscopo egípcio.

A deusa do destino chamava-se Shai, geralmente acompanhada de outra deusa, Renenet, esta, Senhora da Fortuna. Ambas estavam presentes na Cena do Julgamento onde testemunhavam a pesagem do coração do morto (psicostasia). Outra deusa, Meskhenet, também se apresentava e influenciava a vida futura daqueles que acabavam de morrer.

A vida também poderia ser feliz ou infeliz em função do dia e da hora do nascimento. Cada dia do ano egípcio era dividido em três partes, cada uma delas mais ou menos afortunada. Quando Alexandre, o Grande, estava para nascer, o sábio Nectanebus, observando os corpos celestes, controlava o momento do parto junto à mãe, Olímpia, para que a criança viesse ao mundo em uma hora favorável; e somente permitiu o nascimento no momento em que viu certo esplendor no céu. Quando o menino nasceu, ele disse: "Rainha, acaba de nascer de ti um Governador do Mundo". A terra tremeu, luzes eram vistas no firmamento e um trovão se fez ouvir ao longe.

Nos papiros dos mágicos, freqüentemente aparece a advertência de que certas cerimônias não devem ser feitas em determinados dias considerados negativos para as forças e/ou potências que serão acionadas. O calendário egípcio, em correspondência com o calendário Gregoriano, começa no dia 11 de setembro, o mês de Toth. O terceiro dia do ano é o primeiro assinalado como desafortunado e a partir daí, dias e horas são marcados com símbolos que indicam boa ou má sorte, do dia e das horas das três partes nas quais se divide o dia.

Os sacerdotes que elaboraram o calendário tinham suas razões para definir dias propícios ou não. Por exemplo, o dia 19 do mês de Toth, completamente afortunado e, segundo o papiro Sallier IV, este era um dia de festa no Céu e na Terra na presença de Rá. O dia 26, ao contrário, era um dia ruim, dia que lembrava a batalha entre Hórus e Seth: era um dia de fazer oferendas a Osíris e Toth mas completamente inadequado para qualquer tipo de trabalho.

O dia 20 de Toth era desfavorável para receber estrangeiros. No mês de Paophi, nascer no dia 4 era vaticínio de morte por doença. No quinto dia, devia-se evitar as relações sexuais e os nascidos nesse dia morreriam por excesso de luxúria. Já os nascidos em 9 de setembro, morreriam em idade avançada. No mês de Hator, No 5º dia, não era recomendável acender o fogo em casa e no 16º dia era proibido ouvir música. Os nascidos no dia 26, morreriam afogados.

Os meses egípcios:

1. Toth - deus da escrita e da sabedoria, entre 11 de setembro e 10 de outubro
2. Paophi - deus do Nilo, entre 11 de outubro e 10 de novembro
3. Hathor - deusa da beleza e amor, entre 11 de novembro e 09 de dezembro
4. Koiak - o sagrado boi Ápis, entre 10 de dezembro e 8 de janeiro
5. Tobi - Amon-Rá, o Sol, entre 9 de janeiro e 7 de fevereiro
6. Meshir - deus dos ventos, entre 8 de janeiro e 9 de março
7. Paremhat - deus da guerra, entre 10 de março e 8 de abril
8. Paremoude - deus das tempestades e morte, entre 9 de abril e 8 de maio
9. Pashons - deus da Lua, entre 9 de maio e 7 de junho
10. Paoni - mês do Festival do Vale, em Tebas, entre 8 de junho e 7 de julho
11. Epip - a Serpente que Hórus matou, entre 8 de julho e 6 de agosto
12. Mesori - mês do Nascimento do Sol, entre 7 de agosto e 5 de setembro

Estes meses somavam 360 dias. Os cinco restantes, últimos dias do ano eram dias especiais, os epagomenals days, dedicados ao nascimento de cinco divindades principais: Osíris ─ Hórus ─ Seth ─ Ísis ─ Neftis. Dos 5 dias epagomenais, o primeiro, o terceiro e o quinto, eram desafortunados para o trabalho.

Animais Sagrados

Na vida futura, deuses e homens poderiam assumir formas de animais e plantas maravilhosas que lhes fossem agradáveis e essa transformação, no entendimento popular, era considerada um poder desejável. No livro dos mortos, ao menos 12 capítulos são dedicados a ensinar ao morto as palavras de encantamento necessárias à realização de uma reencarnação nessas condições: "falcão de ouro" ou "falcão divino", "governador dos príncipes soberanos", o deus portador da luz na escuridão, o lótus, a fênix, o crocodilo, um "espírito livre" ou como Ptah, deus do Tempo. Entretanto, tudo indica que o texto do Livro dos Mortos, neste caso, refere-se a estes animais como alegorias que se referem a um estado superior de existência e não a uma reencarnação em forma animal ou mesmo assumindo personalidade divina. O Livro firma, ainda, que no Paraíso, o Espírito poderia voar ou nadar qualquer distância em qualquer direção. Os egípcios reverenciavam certos animais.

A representação de Bastet, deusa solar e da fertilidade, possuía a cabeça de um felino. É válido ressaltar o fascínio que os egípcios possuíam por felinos, como animais sagrados. Também é perceptível que muitas divindades são metade humanos e metade animais, como Anúbis, que possuí a cabeça de um chacal, Hórus, com a cabeça de um falcão, dentre muitos outros.

O povo, considerava estes animais como encarnações de deuses; magos e pessoas mais cultas, entendiam, mais acertadamente, que aqueles animais representavam manifestações de qualidades dos deuses. Quando um animal sagrado morria, as qualidades do deus que ele [o animal] simbolizava eram transferidas para outro indivíduo da mesma espécie, reencarnação do que morrera. O animal morto recebia a honra da mumificação.

Eram sagrados: o touro e a vaca, representantes da força física e de procriação; o crocodilo, reverenciado como uma espécie de rei das águas fluviais e identificado com o deus Sobek; outra potência dos rios, era o hipopótamo, relacionado à deusa Tauret e à gestação. Os gatos simbolizavam a deusa Bastet. O escaravelho era associado a Rá, o Sol. Anúbis tinha cabeça de chacal, animal que rondava os cemitérios sendo, assim, apropriadamente ligado àquele deus que presidia a morte.

Referências: BUDGE, E. A. Wallis. Egyptian Magic, cap. VII, 1901.
PINCH, Geraldine. Ancient Egyptian Magic, 2003. In BBC History.
Wikipédia, a enciclopédia livre e Revista Sofá da Sala.

Fonte: http://www.blogmortalha.com/

Original: https://www.oarquivo.com.br/temas-polemicos/religiao-cultos-e-outros/5975-as-pr%C3%A1ticas-de-magia-do-antigo-egito.html

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