quarta-feira, 23 de junho de 2021

Cad Goddeau

Faz muito tempo que eu li o livro "A Deusa Branca" de Robert Graves.
Faz igual tempo em que eu doei esse livro a uma pessoa muito importante.
Ali tem muito material de pesquisa, para conhecer o Ogham.
O oráculo do Ogham é uma sequência de sinais, cada qual vinculado a alguma árvore sagrada.
Essas árvores sagradas estão citadas no poema medieval Cad Goddeau.
O poema, além de citar as árvores sagradas, segue uma lista que não é aleatória, existe um mistério, que Robert Graves explora no livro "A Deusa Branca". Se quiser saber mais, adquira o seu exemplar.
Eu vou citar o artigo do Wikipédia.

Cad Goddeu (galês médio: Kat Godeu, A Batalha das Árvores) é um poema medieval galês preservado no manuscrito do século XIV conhecido como Livro de Taliesin. O poema se refere a uma história tradicional em que o lendário feiticeiro Gwydion anima as árvores da floresta para lutar como seu exército. O poema é especialmente notável por seu simbolismo marcante e enigmático e pela grande variedade de interpretações que isso ocasionou.

Com extensão de 250 linhas curtas (geralmente cinco sílabas e uma pausa), e pendendo em várias seções, o poema começa com uma reivindicação estendida de conhecimento de primeira mão de todas as coisas, de uma forma encontrada a frente no poema e também em vários outros atribuídos a Taliesin; culminando em uma alegação de ter estado em "Caer Vevenir" quando o Senhor da Grã-Bretanha lutou. Segue-se o relato de uma grande besta monstruosa, do medo dos bretões e de como, pela habilidade de Gwydion e pela graça de Deus, as árvores marcharam para a batalha: segue então uma lista de plantas, cada uma com algum atributo notável, ora apto, ora obscuro; O poema então se divide em um relato em primeira pessoa do nascimento da donzela das flores Blodeuwedd, e depois na história de outro, um grande guerreiro, outrora pastor, agora um viajante erudito, talvez Artur ou o próprio Taliesin. Depois de repetir uma referência anterior ao Dilúvio, à Crucificação e ao dia do julgamento, o poema termina com uma referência obscura à metalurgia.

Interpretações

Existem alusões contemporâneas à Batalha das Árvores em outras partes das coleções medievais de Gales: As Tríades Galesas registram-na como uma batalha "frívola", enquanto em outro poema do Livro de Taliesin o poeta afirma ter estado presente na batalha.

De acordo com um resumo de uma história semelhante preservada em Peniarth MS 98B (que data do final do século XVI), o poema descreve uma batalha entre Gwydion e Arawn, o Senhor de Annwn. A luta começou depois que o arado divino Amaethon roubou um cachorro, um abibe e um cabrito de Arawn. Gwydion finalmente triunfou ao adivinhar o nome de um dos homens de Arawn, Bran (possivelmente Brân, o Abençoado).

Na história do Mabinogi da infância de Lleu Llaw Gyffes, Gwydion faz uma floresta parecer uma força invasora.

O Cad Goddeu, que é difícil de traduzir por causa de sua alusividade lacônica e ambiguidade gramatical, foi o assunto de vários comentários especulativos do século XIX e traduções em inglês, gerando ainda discussões nos séculos XX e na academia atualmente; Pierre Le Roux chegou a chamá-lo de "um texto metafísico sobre o qual sempre há algo a ser dito, e no qual - como acontece com um versículo bíblico - todos podem sempre encontrar o que desejam".

Dentre os primeiros estudos no século XIX, a mitografia propagava diversas alegações exorbitantes sobre origens babélicas e diluvianas segundo o contexto religioso, o que influenciou a Celtomania. Thomas Stephens considerou o poema a respeito de "uma superstição helio-arquita (helio-arkite), a metempsicose de um Druida Chefe e um relato simbólico do Dilúvio". O trabalho monumental de Gerald Massey sobre as origens africanas sugeriu que o poema refletia a religião egípcia.

David William Nash acreditava que ele era um romance do século XII de baixa qualidade sobreposto a um romance ou história da era arturiana e juntado a outros fragmentos poéticos. W. F. Skene rejeitou a antiguidade do relato em prosa e pensou que o poema refletia a história do norte do país durante as incursões irlandesas. Watson seguiu Skene e Ifor Williams fez a pergunta 'E sobre a Batalha da Floresta da Caledônia?'

Robert Graves assumiu uma especulação que foi considerada e rejeitada por Nash; de que as árvores que lutaram na batalha correspondem ao alfabeto ogam, no qual cada caractere está associado a uma determinada árvore. Cada árvore teria um significado próprio e Gwydion adivinhou o nome de Bran pelo ramo de amieiro que Bran carregava, sendo o amieiro um dos principais símbolos de Bran. Graves argumentou que o poeta original ocultou segredos druídicos sobre uma religião matriarcal celta mais antiga, por medo da censura das autoridades cristãs. Ele sugeriu que Arawn e Bran eram nomes para o mesmo deus do submundo e que a batalha provavelmente não era física, mas sim uma luta de inteligência e erudição: as forças de Gwydion só poderiam ser derrotadas se o nome de sua companheira, Lady Achren ("Árvores"), fosse adivinhado, e a tropa de Arawn apenas se o nome de Bran fosse adivinhado. Estudos acadêmicos contemporâneos da literatura galesa não aprovam essas suposições de Graves.

Graves, seguindo Nash, aceitou que o poema é uma composição de várias seções diferentes, entre as quais ele nomeou uma Hanes Taliesin (História de Taliesin) e uma Hanes Blodeuwedd (História de Blodeuwedd).

Outros estudiosos apontam como provável a associação arturiana, em que o rei Artur é citado uma vez no poema, nos versos: "Druidas, sábios, profetizem a Artur!". Há argumentos que situam a batalha de árvores mitológica, aparecida também em outras fontes, na renomada Floresta Caledoniana, como sendo a batalha de Coed Celyddon ("Cat Coit Celidon") citada na Historia Brittonium.

A transmutação de formas do eu-lírico pode refletir um tema do estilo de composição poética celta, com o qual o Canto de Amergin também guarda semelhanças. Arbois de Jubainville interpretou a fórmula "eu sou" no início dos versos deste último como um panteísmo, enquanto que na Batalha das Árvores é utilizado "eu fui", denotando transmigração da alma; essa escrita talvez possa ainda se referir à versatilidade do fili sobre tudo aquilo de que já cantou e se corporificou, em disputa com outros poetas.

Uma metáfora corrente entre galeses e irlandeses era também a de armas e exércitos comparados a árvores, em que os soldados se enfileiravam. Não parece haver, entretanto, relação do agrupamento de árvores apresentado com ordenações já existentes de catálogos legais de árvores em Gales e Irlanda ou poesias sobre plantas, mas talvez o poeta tenha imitado o estilo clássico de listagem biológica em poemas com intento satírico, aludindo ao público uma distante imagem de Taliesin em sua paródia heroica. Patrick K. Ford sugere que o poema poderia guardar estratos de alguma noção de bosque sagrado.

Marged Haycock e Mary Ann Constantine rejeitam a ideia de que Cad Goddeu codifica antigas religiões pagãs como Graves acreditava, mas a veem como uma burlesca, uma grande paródia da linguagem bárdica. Francesco Bennozo argumenta que o poema representa os medos antigos da floresta e seus poderes mágicos. Trudy Carmany Last sugere que Cad Goddeu é uma variante celta da Eneida de Virgílio.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cad_Goddeu

Eu encontrei esta versão do poema [no original]:

https://sites.google.com/view/haycocktranslation/home

Tem essa versão do poema [em inglês]:

http://www.ancienttexts.org/library/celtic/ctexts/t08.html

Utilizem o Google Tradutor para ver a tradução.

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