sábado, 19 de agosto de 2017

Entrevista com o Espírito do Vento

Onde os demônios habitam? Isso os textos sagrados não explicam direito. Os Hebreus dizem que Babilônia [transliterando: Porta dos Deuses] tornou-se habitação de demônios após sua queda. O misticismo judaico diz que Lilith [a Primeira Humana, transformada em espírito e em demônio noturno] fugiu para o Mar Vermelho [outras versões apontam o Mar Morto], local “selvagem” habitado por demônios. Também estas regiões são comparadas como lugares de desolação… ruínas? Ou melhor indicar a região do deserto, onde inúmeras lendas dão como domicílio do insano, do possuído, do demônio? Então porque é exatamente ali que os homens santos vão peregrinar? Nisso há um grande segredo que está codificado no Caminho do Bosque Sagrado. Quanto a isso, não há erro, a Natureza é a base da Iluminação e são os espíritos contidos na Natureza os nossos condutores.

Eh, felizmente eu conheço muito bem a natureza humana e não vou precisar ir muito longe. A maldade está dentro de nós mesmos, não nos demônios. Minha experiência de vida, minha experiência espiritual, tem sido muito mais agradável entre os demônios do que entre seres humanos. Aliás, um erro comum entre meus colegas de Caminho [Paganismo Moderno] é achar que a Natureza é somente a floresta. O Firmamento, que eu simploriamente chamo de Jardim de Urano, também é Natureza. A cidade, a urbe, a despeito de todo asfalto, vidro e aço, também faz parte da Natureza. Não faltam lugares desabitados, desolados, desérticos, possuídos aqui em Sampa City, uma imitação barata de Gotham City que acha que é igual à New York City.

Usar sexo e sangue como catalisador, evocar espíritos e demônios. Algo que, infelizmente, tornou-se ponto de polêmica e controvérsia entre estes, que se dizem bruxos e sacerdotes. Isso é algo bem simples e comum para mim. Chamá-la é algo bom e agradável para mim. Eu acho que nunca vou entender por que ela me escolheu… afinal, por que eu a atraí, sempre será um mistério insolúvel.

– Ah, querido! Você me chamou. Aposto que você estava com saudades de mim. Eu também estava com saudades de você.

Ela me abraça, me aperta, me morde, como sempre. Eu tenho dificuldades de respirar, com os seios dela espremendo meu rosto.

– Lilith, assim eu morro sufocado!

[risos]- Você reclama demais. Pouquíssimos tiveram a sorte de ver meus seios, quanto mais de tocá-los. Isso sem falar nas “outras partes” e das “outras coisas”.

– Nós temos a eternidade inteira para isso. Eu gostaria que você me ajudasse nesse projeto.

– Projeto? [ela começa a me alisar] Isso vai te custar caro.

– Sim, eu… [minhas calças são rasgadas] eu quero escrever como foi o encontro de Satan com Cristo [ela começa a manusear meu trabuco].

– Cristo? [eu começo a ficar excitado] O verdadeiro ou o falso?

– O… os dois… [minha consciência flutua].

– Hum… então vai custar em dobro [ela abocanha meu soldado que sofre torturado por sua língua e lábios].

– Lilith… [eu estou quase no limite] se isso continuar, eu vou perder minha essência! Não tem outra forma?

[slurp]- Ora, mas a minha espécie vive da essência masculina. Vocês só erram em achar que os súcubos se alimentam de sangue. Minha gente se alimenta de sêmen. Agora seja um bom menino e me alimente… como fez inúmeras vezes.

Impiedosa, gulosa e insaciável, Lilith faz aquele truque [titjob e blowjob simultâneo]. Impossível resistir. A eletricidade atravessa minha espinha, meus músculos se contraem e minhas bolas murcham. Lilith arregala os olhos, surpresa e satisfeita, com a farta dose de sêmen que eu estou jorrando para dentro daquela boca e garganta.

[gasp]- Depois de tantos anos… você ainda me surpreende, querido. Então pare de pensar bobagem que você está com problemas com seu “amiguinho”.

[resfolegando]- N… nós podemos começar o projeto?

[ronronando]- Oquei, eu falo do Cristo… o verdadeiro… ou melhor dizer, da verdadeira. Depois nós vemos se você vai ter condição de pagar a segunda fatura.

Lilith se enrosca em mim, me abraça, me beija, me morde e me cutuca de tal forma que não demora para meu corpo começar a reagir. Animada com a expectativa do segundo round, ela começa a falar.

– Oh… bem… [cutuca] você também é parte do Espírito da Desolação, o Espírito do Vento, do meu povo, da minha gente. Você esteve lá. [cutuca] Você a viu. Nós nos apaixonamos por Ela, evidente. Nós dois sabíamos que era inconsequente, perigoso, arriscado, mas Ela tinha decidido acreditar no ser humano. Esse seu lado humano deve estar cheio de remorso, arrependimento e vergonha, mas você não deve carregar consigo essa culpa.

– Meu lado demoníaco nunca entendeu ou aceitou essa decisão. Afinal, Ela gerou muitos de nós. Ela gerou o ser humano. Inúmeras vezes Ela abriu mão de seu imenso e enorme poder, diminui-se e humilhou-se até a existência carnal e, tornada igual ao Homem, deu a nós o Conhecimento… só para depois ser perseguida, presa, torturada e morta de inúmeras maneiras [meus olhos começam a lacrimejar]. Mesmo assim… Ela ainda acredita em nós.

– Sim… [ela começa a me lamber] eu achei bem engraçado quando Ela se apresentou como Cristo. Ela pediu para que eu a levasse para Satan. [ela começa a me chupar]

– Ng! [eu não controlo mais meu corpo] Eu me lembro de como eu fiquei contrariado. [Ah!] Mesmo depois dos eventos e aventuras pelos quais eu e Satan passamos, ele ainda quis continuar com a encenação, a farsa.

[risos]- Você estava é com ciúmes! [sem cerimônia, Lilith vai encaixando meu poste na porta de trás dela]

[trecho indescritível e indecifrável, rabiscado, rasgado]

[risos]- Você é mesmo incrível, querido. Não é para menos que Ela te escolheu.

[arfando]- Ela e Satan conversaram por sete dias. Eu gostaria de saber o que conversaram.

– Ora, mas você sabe! Falaram sobre a essência do Caminho. Falaram que a limitação do ser humano iria produzir divisões, separações, conflitos. Falaram das inúmeras mortes, guerras e sacrifícios que aconteceriam. Satan, como sempre, estava pessimista e desanimado. Então… ah, então… Ela… sorriu… eu fico excitada só de lembrar.

– E… ei! Devagar aí! Isso aí é sensível!

– Ah, qual é, querido? Qual é a primeira coisa que vem em sua cabeça, em seu corpo, quando você pensa nEla? No sorriso dEla?

Essa é uma excelente pergunta. Eu estava apenas começando a explorar o Vale das Sombras, eu estava apenas fazendo o rascunho dos Cinco Círculos do Caminho, tal como eu o experimentava e o sentia, quando Ela veio me visitar. Eu não vou fingir nem inventar. Eu me caguei todo quando eu a vi. Pura Luz. Pura Beleza. Puro Amor. A mais perfeita forma feminina. Ela estendeu as mãos para meu caderno e não parecia estar ofendida nem escandalizada com a minha ereção. Ela lia cada linha com atenção, sacudia sua cabeça, provocando ondulações em seus longos e belos cachos dourados. Então Ela me olhou com aqueles imensos e belos olhos cor de púrpura, devolveu meu caderno e… sorriu… PQP… Ela sorriu. Eu acho que Ela disse algo com “continue” ou algo assim, mas eu estava tendo o maior e mais prolongado êxtase que um ser vivo consegue suportar. Saindo do transe que eu estava, perdido em meus pensamentos, quando eu me dou por mim, Lilith está toda animada, montada em cima de mim.

– Sim! Sim! Sim! Pelo Dragão das Águas Primordiais! Esse é o espírito! Eu até não me importo em sentir ciúmes! Você certamente a serve muito bem!

Lilith esbraveja várias palavras, todas na língua antiga, no entanto não é necessário tradutor para saber que ela deve estar falando diversas besteiras e palavras chulas. Eu não consigo pensar em coisa alguma. Eu não sinto coisa alguma. Meu pobre corpo parece um bife sendo batido até virar carne moída. Desculpe, mas eu vou morrer um pouquinho no meio dessas coxas. Mas eu volto. Eu acho que eu volto. Se eu sobreviver.

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