sexta-feira, 11 de março de 2016

Sobre bebês e água de banho

Algum tempo atrás, quando pensamos que escrever este blog seria algo para ser feito regularmente, publicamos um artigo sobre o que fazer quando sua linhagem não é Gardneriana além de chorar. Postamos isso porque parece que uma grande faixa da comunidade Wiccan eclética tem ideia de como linhagem funciona, para que serve, ou como descobrir a sua própria se eles realmente tivessem uma. Recomendamos que você o leia algum dia. O penúltimo exemplo de identidade Gardneriana equivocada foi a reivindicação de linhagem Gardneriana por Silver Ravenwolf por meio de um grupo de bruxos ecléticos que foram iniciados em várias tradições diferentes que levam de volta a tradição Seax Wicca de Ray Buckland, e de lá, para Gerald, ou algo assim, porque parecia divertido .

Atualmente, depois de todo esse tumulto bobo, voltamos nossa atenção para a terra mágica do Carnaval e Umbanda, de terreiros de Candomblé, de adornos de penas para cabeça e uma Rainha do carnaval Globeleza que foi considerado “muito negra” para o papel. Voltamos nossa atenção para o lindo Brasil.
Por que voltamos nossa atenção agora para o maior país de língua portuguesa do mundo? Será que é porque estávamos fora até tarde noite passada praticando Umbanda com um amigo nosso que gasta tempo demais no Rio? Na verdade não. É porque há Gardnerianos no Brasil! E, assim como nos Estados Unidos, quando você tem um monte de pessoas que se identificam como Gardnerianos no mesmo país, uma tempestade de merda explode, só que desta vez isso está ainda pior do que o inglês habitual, então prepare-se para tomar um drink e Google translator para sua vida.

Claudiney Prieto tem sido um amigo nosso de internet desde quando as pessoas realmente utilizavam coisas como Tribe.net e circulavam os sites Pagãos do Ning, que antecederam o Facebook. Em termos resumidos, isso significa que nós dois somos muito velhos agora. Claudiney tem sido um bruxo e cultuador pagão da Deusa ativo de diversas matizes. Na verdade, ele é tão bom nisso que fez com que a notória Zsuzsanna Budapest, que todo mundo ama até a morte, o ordenasse como algo parecido com a versão masculina de uma sacerdotisa Diânica. (Cremos que ele é o único que existe e apostamos que mais do que algumas militantes feministas bufaram por isso) Claudiney também é, menos impressionantemente, um iniciado de nosso pequeno culto: a Wicca tradicional. Ele é um Gardneriano. Ele foi o único Gardneriano de lá que qualquer um de nós já conheceu, e ainda hoje isso é uma coisa divertida todos nós o amamos por isso.
Mas há outros wiccans que se identificam como Gardnerianos lá embaixo, e eles não gostaram que existe um novo garoto no bloco, e que ele pode ou não ter uma parceira de trabalho, e que eles podem ou não ter formado um novo Coven lá que se sustenta por si só. Isso ocorre porque o outro grupo que se identifica como Gardneriano derivam todo de um cara fascinante e eloquente chamado Mario Martinez.

Nós não conhecemos o Sr. Martinez, mas o que ouvimos de sua história é mais ou menos isso. “46 anos atrás eu estava no Reino Unido e eu fui iniciado, e talvez elevado, e eu trouxe a Wicca Gardneriana para o Brasil.” Ok, isso soa totalmente plausível. Quando as pessoas fazem afirmações sobre serem Gardnerianos, há certas maneiras que outros Gardnerianos lidam com isso. Primeiro, vamos verificar para ver quantas léguas seu covenstead está, porque alguns antigos fizeram leis que exigiam que você estivesse perto o suficiente, temos que te dar um MONTE de bebida e ter uma competição com você, do qual o perdedor deve se lambuzar com pomada para o voo das bruxas, nu, e correr pela rua com uma vassoura entre as pernas cantando Deus Salve a Rainha. Mas se você vive longe o suficiente para não podermos jogar ovos em sua casa no Dia das Bruxas, em algum lugar como o Brasil, Bem, então nós apenas pedimos um Vouch (Comprovação/Testemunho).

O Vouch é simples. Se eu sou um Gardneriano e outro Gardneriano sabe disso, ele vai levar a minha palavra a sério e eu posso testemunhar por ele aos outros. Se eu sei que Claudiney é um iniciado da Wicca Gardneriana, o que eu sei porque sua Sumo Sacerdotisa e algumas outras centenas de pessoas mais de uma vez me disseram, então eu posso testemunhar por ele, porque eu também tenho testemunhas, em privado e em público, e eu também mantenho esse blog graças aos Deuses. Voltando para o real “nós”. Então, quando deparamos com estranhos que se dizem fazer parte de nós, pedimos um Vouch (uma Comprovação/Testemunho). Quando nos perguntam, temos alguém conhecido pela comunidade Gardneriana para testemunhar por nós. Normalmente, este é o nosso iniciador, ou o seu parceiro de trabalho, ou qualquer um com quem já estivemos em um Coven Gardneriano, ou qualquer um com quem já estivemos em um círculo Gardneriano, porque eles não podem confirmar nem negar que nos viram dançando totalmente nu por aí com uma garrafa de uísque ao mesmo tempo, tecendo junto uma cruz de Brighid ao cantar furiosamente. Ou algo assim. Vouches criam um sistema de validação e verificação ao qual todos nós temos acesso.

Mas o que acontece quando alguém não pode obter qualquer outra pessoa comprovada para testemunhar por eles? Bem, esse é o problema com Mario Martinez. Praticamente todos os Gardnerianos do planeta sabem como obter um Vouch, mas de alguma forma esse cara não consegue encontrar um. Isto é sempre curioso para nós. Vamos imaginar que algo como a morte surgiu no caminho. “Meus iniciadores estão mortos.” Ok, isso coloca um abafador sobre as coisas. Existe mais alguém? E quanto aos seus irmãos de coven? Seus iniciadores? Todos mortos? E sobre aos iniciados deles? Será que algum deles já ouviu falar de você? Você tem fotos? Papéis? Comunicações? Prova de que vocês foram iniciados? Conhece a tradição oral que ajuda a provar isso? Não? Bem querido, isso é muito ruim. Felizmente, se você é o Mario Martinez e não tem Vouch, você pode simplesmente criar uma página no Facebook chamada Manifesto Gardneriano para provar quão fodão e legítimo você é, certo? Tem sorte, por não está em Inglês ou até mesmo Engrish.

Há uma situação muito fascinante que acontece de vez em quando, quando covens Gardnerianos são formados e novos covens brotam em terras distantes: quem já estava naquelas terras distantes fingindo serem Gardnerianos tendem a SAIR DO CONTROLE. Por quê? Bem, porque só os deuses sabem quanto tempo, pessoas como este Mario Martinez estavam operando nas sombras, afirmando ser Gardneriano e construindo um grupo potencialmente considerável de pessoas que têm sido enganadas pensando que alguém sem um Vouch de outro Gardneriano poderia ter sido iniciado por um de nós. Quando o negócio real chega posteriormente (Oi Claudiney!), a merda atinge o proverbial ventilador, porque agora há alguém que pode confirmar ou negar as reivindicações do outro, e este novo alguém passa a ser o iniciado de uma autora Gardneriana bastante conhecida na área metropolitana de NYC.

Então agora a merda está voando para todos os lados no Brasil, e é maravilhoso assistir, apesar da enorme dificuldade que é ler, porque não está escrito no bom inglês americano. Agora, não somos o tipo de pessoa que brinca com compaixão, mas vamos fingir por um segundo, que as alegações do senhor Martinez são verdadeiras. Certamente, algumas pessoas foram deixadas sem um Vouch porque eles eram de covens pequenos e remotos (geralmente no deserto canadense) e seus iniciadores morreram e não estavam realmente em contato com mais ninguém. Estes casos acontecem, e eles são tristes, mas há marcas em um Gardneriano que todos nós podemos reconhecer. Fomos ensinados as mesmas coisas. Conhecemos as mesmas palavras. Nós fazemos a mesma coisa. Por isso, perguntamos um ao outro, e quando aparece que essa pessoa é obviamente legítima, mas falta um Vouch, nós levantamos a mão e a dança delicada do “eu os reconheço sem essa coisa crucial ou ofereço para reiniciá-los para restaurar o link na corrente e espero que eles não achem isso terrivelmente ofensivo? ”

Mas este não é o caso lá em baixo no Brasil, por tudo o que temos lido. Sr. Martinez alega como prova de sua legitimidade que ele tem um exemplar do Livro das Sombras Gardneriano. Ele chegou a enviar uma cópia para um de nós no Texas. O que descobrimos foi que não se pode confirmar nem negar que isso era parte do Livro das Sombras real, porque hummmm…, mas o que podemos confirmar é que ele tem notas de rodapé e anotações de um maravilhoso, mas falecido Sumo Sacerdote em Seattle ou Portland ou qualquer sombria e chuvosa cidade americana que ele amava, e que não faz sentido que alguém que afirma ter sido iniciado na Inglaterra na década de 1970 tenha uma cópia de um livro que foi compilado e editado com notas de rodapé na década de 1990 na área da baía de San Francisco da América. Portanto, se o livro dele não veio de seus iniciadores e foi em vez disso possivelmente roubado de uma postagem acidental no Yahoo nos primeiros dias da internet, a pergunta é “onde está o seu próprio livro? Por que você tem uma versão americana? “Sua resposta? “Todo mundo abaixo da linha de Ray Buckland é inválido.” Citando aqueles que não concordam com você como prova de intimidação? Brilhante.

A situação fala por si. Se você ou alguém que você ama fala português, sinta-se livre para traduzir este artigo e espalhá-lo aí em baixo. Eu ADORARIA ler as postagens de ódio nos comentários <3 font="">

Obrigado,

-Um Gardneriano

Original: Gardnerians. Versão em português do autor.

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