domingo, 19 de julho de 2015

Vasculhando as origens do culto da Serpente

Na mitologia, a serpente simboliza fertilidade, procriação, sabedoria, morte e ressurreição. Nas escolas mais antigas do misticismo, o símbolo do mundo era a serpente. A luz que surgia era metaforicamente definida como a serpente chamada Kundalini, que permanece adormecida na base da espinha da pessoa. A divinação ou o despertar do divino e das habilidades de uma pessoa vinha com os rituais e os ensinamentos trazidos pelo povo da serpente. 

Para compreendê-los, devemos olhar para as serpentes originais. Na China, foi um casal, com cabeça humana e corpo ofídico, quem criou os humanos. Na Suméria, foi Nin-Khursag e seu esposo Enki quem tinham a incumbência de criar trabalhadores. Para os Hindus, foi Ananta, a serpente cósmica, quem nos criou. Então se no alvorecer da criação do homem, nós fomos criados por seres semelhantes a serpentes, então o povo do culto da Serpente devem ser seus descendentes diretos, por sangue ou espírito. 

Outra serpente foi o filho de Enki, Ningizzidda, conhecido pelos Sumérios, Egípcios e Tibetanos. Ele habitou em Magan, conhecido por nós como Egito, identificado como Thot, que formou uma escolar de mistérios para propagar as ideias de auto-empoderamento e iluminação, mantendo os feitos e filosofias de seu pai. 

Eventualmente os Annunaki perderam o controle da terra e de sua população. Aqueles que seguiram a ideologia da Serpente deveriam estar preocupados em manter a relevância enquanto encaravam mudanças constantes, novas religiões e potenciais ameaças à suas terras, que eram prósperas. Para se protegerem e encorajar as pessoas a seguirem seu sistema de crenças, eles enviaram emissários [os Iluminados] e encontramos lendas destes Iluminados ao redor do mundo. Diversas culturas ao redor do mundo adoraram a Serpente e divindades ofídicas que eram lindas mulheres associadas com árvores e lagos. 

Entretanto uma figura central não era suficiente para assegurar a posição dos cultos da Serpente, principalmente diante de novas religiões e reinos que estavam adquirindo poder político e militar. Casamentos politicamente vantajosos eram arranjados com as famílias em ascensão. Um príncipe ou princesa serpente casando com uma pessoa dessas famílias traria comercio, prosperidade, conhecimento em como fazer uma sociedade coesa e os segredos do culto, que seriam transmitidos aos seus descendentes. Foi graças a esta sabedoria que a nova família reinante ganhou poder sobre seu povo e lhes permitiram avocar por sua divindade. Ainda assim, muitos destes casamentos tiveram fins trágicos. 

Por que seus casamentos terminaram de forma tão trágica? Talvez por que a princesa serpente sentia falta de seu lar. Ela também se viu dependente da boa vontade de seu esposo para garantir que ela era aceita na sociedade e frequentemente enfrentava censura, suspeita e ciúme, por sua origem estrangeira. Incapaz de fazer amizade, ela permanecia no ostracismo e perdia a afeição de seu esposo, aqueles que queriam sua queda apareciam. Em muitos casos a princesa retornava para casa, deixando suas crianças. Em outros, ela ou seu marido morriam. Ainda assim ela era lembrada por seus descendentes, que nasceram com grande força e inteligência, possibilitando suas famílias aclamar que os Deuses lhes deram o direito divino de reinar. 

Autora: Katrina Sisowath

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