sexta-feira, 13 de março de 2015

O arcano da torre

Para a série de arcanos, retomado recentemente, eu escolhi o arcano da torre.
Há um propósito desta postagem ser na sexta feira treze. Não existem coincidências.
Todos conhecem ou deve ter ouvido falar da Torre de Babel. Mas podemos entender também como pedestal, onde o ser humano costuma a se colocar, induzido pela sua função, pelo seu status, pela sua riqueza, pela sua influência.
A torre ou o pedestal é uma construção artificial, feito por nós mesmo, pela sociedade, pela religião, pela política. Acreditamos ou nos dão tanto crédito de que somos ungidos, coroados, escolhidos, melhores, superiores, que muitas vezes esquecemo-nos de cuidar do alicerce, da base que nos sustenta.
Todo nosso orgulho, vaidade e ilusão se desfazem, em um lance fortuito, fortuna ou destino. Quanto mais alto erguemos nossas torres, nossos pedestais, maior é nossa queda. A torre mostra o quanto, a despeito da função que ocupamos, nós ainda somos humanos e estamos sujeitos a sofrer as mesmas vicissitudes da vida.
Diante do divino, da verdade, da justiça, não existe autoridade suprema, não existe torre intocável, não existe pedestal inquestionável, não existe coroa permanente, não existe sacerdócio imutável.

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