segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Relativismo moral

Muitos textos de cristãos falam bastante de um tal de relativismo moral e usam com frequência para embasar seus argumentos teológicos, políticos, sociais e comportamentais.

Eu dei um bom exemplo disso no texto “A guerra pela ideologia de gênero”.

O que os cristãos querem dizer quando acusam o relativismo moral?

Usando o oráculo virtual [Google] eu achei algumas definições:

Relativismo Moral é uma posição metaética em que o julgamento moral ou de valores variam conforme entidades diferentes como indivíduos, culturas e classes sociais as propõem [Wikipédia]

Metaética é o ramo da ética que procura entender a natureza das propriedades éticas, enunciados, atitudes e juízos. Meta-ética é um dos três ramos da ética geralmente reconhecidos pelos filósofos. Os outros são a ética aplicada e a ética normativa, Teoria ética e ética aplicada formam a ética normativa. A meta-ética tem recebido considerável atenção dos filósofos acadêmicos nas últimas décadas.

Enquanto as éticas normativas formulam seguintes questões como “O que alguém deve fazer?”, endossando assim alguns juízos éticos de valor e rejeitando outros, a meta-ética formula questões como “O que é o bem?” e “Como podemos dizer o que é bom e o que é mau?”, procurando entender a natureza das propriedades e avaliações dos enunciados éticos.

Algum teóricos afirmam que certas considerações metafísicas sobre a moral são necessárias para uma correta avaliação de teorias morais atuais e para a tomada de decisões acerca da moral prática. Outros argumentam com premissas contrárias, afirmando que nossas ideias morais advêm de nossas intuições na tomada de decisão, antes de termos qualquer senso de uma moralidade metafísica. [Wikipédia]

O relativismo moral é a visão de que as afirmações morais ou éticas, que variam de pessoa para pessoa, são todas igualmente válidas e que nenhuma opinião sobre o que é "certo e errado" é melhor do que qualquer outra. O relativismo moral é uma forma mais ampla e mais pessoalmente aplicada de outros tipos de pensamento relativista, tal como o relativismo cultural. Estes são todas baseados na ideia de que não exista um padrão definitivo do bem ou do mal, por isso cada decisão sobre o que é certo e errado acaba sendo um puro produto das preferências e ambiente de uma pessoa. Não existe um padrão definitivo de moralidade, de acordo com o relativismo moral, e nenhuma declaração ou posição pode ser considerada absolutamente "certa ou errada", "melhor ou pior". [Tudo sobre filosofia]

Pode ser que o relativismo moral tenha sido postulado tendo por princípio a Teoria da Relatividade de Einstein, mas no campo da moral e da ética. A questão então é porque isto incomoda o cristão.

O cristão parte da seguinte presunção:

Religiosos acreditam nos valores morais objetivos porque acreditam que a moral vem da própria natureza de Deus. E como Deus transcende tempo, espaço, matéria e energia, segue-se que a moral também é transcendente. Por isso, ela está acima de cultura e de contextos espaço-temporais. Por isso é que em qualquer parte do mundo e em qualquer época torturar um homem, estuprar uma mulher e queimar uma criança são consideradas atitudes objetivamente erradas. Elas são erradas e seriam erradas mesmo que toda a sociedade praticasse isso com naturalidade. Pelo mesmo motivo, alimentar o faminto e ajudar o necessitado são consideradas atitudes objetivamente corretas. A noção de valores objetivos, de certo e de errado, advém da noção de uma moral transcendente. [Mundo Analista]

O livro de Juízes nos adverte sobre o relativismo moral, ou seja, o comportamento baseado nas opiniões humanas. A Bíblia nos ensina que os padrões para o comportamento humano são dados por Deus. Sozinhos, os seres humanos vão sempre falhar em viver dentro desses padrões. Mas com a ajuda de Deus e a sua graça podemos descobrir qual é a sua vontade para que andemos de forma reta. [A Fé Explicada]

Aqui surgem dois problemas:

1) A Bíblia contém passagens que são moral e eticamente discutíveis.

2) O cristão tem comportamentos que são moral e eticamente discutíveis.

Portanto, como o cristão pode alegar que existem valore morais e éticos definidos se sua base sagrada e seu comportamento são dúbios? Portanto, se há alguém que pode ser acusado de ter relativismo moral é o cristão.

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