quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Entre heróis e homens

Eu terminei de ler "As Musas: Poesia e Divindade na Grécia Antiga" de Luis Krausz.
No primeiro capítulo, onde o autor descreve os diversos órgãos que compõem a alma humana, ele também discorre sobre a declínio humana e do quanto estamos distantes do herói e dos Deuses. na definição do autor, o herói é menos um paradigma das idéias do homem comum acerca da condição humana e mais retratos da classe dirigente. O herói é uma elite dentro de uma elite, um privilegiado, um escolhido, predestinado a participar de um contato direto com os Deuses e a eternidade.
Eu tenderia a concordar com o autor, se não estivéssemos a Era da Mediocridade, onde há um movimento deliberado para nivelar por baixo as qualidades da humanidade.
Analisando os mitos e lendas dos heróis, a despeito de sua origem divina, o herói sempre empreende uma jornada, cheia de perigos e mistérios, desafios tanto físicos quanto mentais, após somente os quais o herói descobre sua origem divina, o propósito de sua existência e seu Destino.
Em suma, se o herói não tivesse empreendido essa jornada de auto-conhecimento e vencesse as dificuldades e obstáculos, que são uma representação metafórica da condição humana a que todos estamos sujeito, ele teria continuado a ser tão comum quanto todos nós.
O herói é cantado não porque representa a classe dirigente, mas porque ele é o ideal ao qual todo homem pode almejar, desde que tenha coragem, determinação e empenho em seguir aquilo que nós nomeamos de "Alto Ideal".
Em suma, a humanidade está em declínio exatamente porque tem se distanciado do ideal do herói; porque a humanidade tem se tornado insensível, indiferente à Realidade Divina, voltando suas costas a ela, ou pior, a nega.
Evidente, esta é uma opção e busca pessoal.
Para alguns a solução é encontrada em se renegar o mundo, o corpo e a natureza. Isto leva a uma experiência com o divino, mas não ao auto-conhecimento necessário para a comunhão com o divino.
O herói, que nós podemos ser, consiste naquele que segue, mesmo na dor e sofrimento, mantendo contato com a Realidade Divina, fazendo aquilo que deve ser feito, assumindo conscientemente sua responsabilidade sobre sua vida, seus atos e opções.

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