quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ai meus ovos

Eu não sou de reclamar muito, afinal, sendo pagão, eu apenas tenho que agradecer que o Governo brasileiro ainda não seja 100% laico e ainda mantenha intocado os feriados religiosos ligados ao calendário católico. Eu e muitos brasileiros que não são cristãos agradecemos pelos dias de folga dados em razão da Páscoa.
Mas, afinal, o que é a Páscoa? Porque, até entre os Cristãos, falam tanto [alguns tentando negar] que é uma celebração pagã?
O problema, se podemos dizer assim, é quando o Cristianismo tornou-se a única religião oficial [e permitida] pelo Império Romano e imposta por meio da espada em uma Europa com povos cujas crenças e origens tinham [e ainda tem] raízes desconfortavelmente pagãs, a Igreja fez aquilo que sabe fazer melhor - assimilar e sincretizar crenças folclóricas ao calendário oficial católico. Havia um problema linguístico, o nome Páscoa é de origem latina e os povos europeus tinham [e ainda tem] línguas de origem céltica. Os nomes dos dias da semana e dos meses estavam ligados aos deuses antigos e a época da Páscoa, em abril, não podia ser diferente, daí que, em países de linguagem anglo-saxônica, a Páscoa é chamada de Easter, cujas origens vem de Eoster ou Ostara, nomeadamente, uma deusa pagã.
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Ēostre or Ostara (Northumbrian Old English: Ēostre; West Saxon Old English: Ēastre; Old High German: *Ôstara) is a goddess in Germanic paganism who, by way of the Germanic month bearing her name (Northumbrian: Ēosturmōnaþ; West Saxon: Ēastermōnaþ; Old High German: Ôstarmânoth), is the namesake of the festival of Easter. Ēostre is attested by Bede in his 8th-century work De temporum ratione, where Bede states that during Ēosturmōnaþ (the equivalent to the month of April) feasts were held in Eostre's honor among the pagan Anglo-Saxons, but had died out by the time of his writing, replaced by the Christian "Paschal month" (a celebration of the resurrection of Jesus).
By way of linguistic reconstruction, the matter of a Proto-Germanic goddess called *Austrō has been examined in detail since the foundation of Germanic philology in the 19th century by scholar Jacob Grimm and others. As the Germanic languages descend from Proto-Indo-European, linguists have traced the name to a Proto-Indo-European goddess of the dawn *H₂ewsṓs (→ *Ausṓs), from which descends the common Germanic goddess that Ēostre and Ostara are held to descend. Scholars have linked the goddess' name to a variety of Germanic personal names, a series of location names in England, over 150 2nd century BCE Matronae (the matronae Austriahenea) inscriptions discovered in Germany, and have debated whether or not Eostre is an invention of Bede's, and theories connecting Ēostre with records of Germanic Easter customs (including hares and eggs) have been proposed.
Ēostre derives from Proto-Germanic *Austrō, ultimately from a Proto Indo European root *h₂ewes- (→ *awes-), "to shine", and therefore closely related to a reconstructed name of *h₂ewsṓs, the dawn goddess, which would account for Greek "Eos", Roman "Aurora", and Indian "Ushas". The modern English term "Easter" is the direct continuation of Old English Ēastre, whose role as a goddess is attested solely by Bede in the 8th century.
Fonte: Wikipedia
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One of the most important goddesses of reconstructed Proto-Indo-European religion is the personification of dawn as a beautiful young woman. Her name is reconstructed as Hausōs (h₂ewsṓs- or *h₂ausōs-, an s-stem), besides numerous epithets.
Cognates of *h₂ewsṓs in the historical mythologies of Indo-European peoples include Indian Uṣas, Greek Ἠώς (Ēōs), Latin Aurōra, and Baltic Aušra ("dawn", c.f. Lithuanian Aušrinė). Germanic *Austrōn- is from an extended stem *h₂ews-tro-.
The name *h₂ewsṓs is derived from a root *h₂wes / *au̯es "to shine", thus translating to "the shining one". Both the English word east and the Latin auster "south" are from a root cognate adjective *aws-t(e)ro-. Also cognate is aurum "gold", from *awso-. The name for "spring season", *wes-r- is also from the same root. The dawn goddess was also the goddess of spring, involved in the mythology of the Indo-European new year, where the dawn goddess is liberated from imprisonment by a god (reflected in the Rigveda as Indra, in Greek religion as Dionysus and Cronus).
Fonte: Wikipedia
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Até aí, nada demais, o Venerável Bede fez aquilo que a Igreja e os Cristãos tentam ocultar ou negar, que é declarar as verdadeiras origens e crenças européias, a saber, pagãs. O que é mais importante é declarar a verdadeira origem da Páscoa.
A origem da celebração vem do povo Judeu, da celebração da Pessach, que ocorrre no mês de Nisan, o equivalente ao mês de abril no mundo ocidental. E a celebração da Pessach marca a libertação do povo de Israel de seu cativeiro no Egito, segundo conta o Livro do Êxodo, da Bíblia. E é aí que começam os problemas dos Cristãos.
Primeiro porque estão copiando - e mal - uma celebração judaica. Segundo porque a celebração da Pessach pode ter uma origem...pagã!
De acordo com os registros históricos, nunca houve o Êxodo, não há qualquer registro da existência de Moisés. O que é certo é que, após a volta do povo Judeu de seu exílio no cativeiro babilônico, os rabinos quiseram consolidar e reconstruir o Reino de Judá. Mas tiveram que lidar com inúmeras celebrações e mitos que o povo Judeu trouxe consigo, tanto de suas origens ligadas aos povos de Israel, quanto de suas origens ligadas aos povos dos Hebreus e mais as inúmeras crenças que o povo Judeu assimilou com os Babilônios, Persas, Caldeus, etc - povos e crenças que em sua prístina forma eram politeístas, ou seja, eram...pagãs!
A fixação da celebração da Pessach no mês de Nissan, no mês de abril, seguiu igualmente um calendário e estações ligadas à natureza e às estações, seguiu um calendário...pagão! Em inúmeras culturas, o mês da primavera era [e ainda é] celebrada a fertilidade, bem como os deuses da vegetação que morrem mas ressuscitam [donde Cristo é uma cópia], bem como as deusas que engravidam de seus deuses consortes [donde Miriam/Maria é uma cópia] e - tal como a natureza - marca o retorno da vida, celebra-se a fertilidade das plantações e dos rebanhos. Em sua origem, os povo dos Hebreus, os povos de Israel e mesmo o povo Judaico não podiam ser diferentes.
Ou seja, os rabinos ocultaram, assimilaram e sincretizaram as crenças originais e pagãs do povo Judeu e instaurou um calendário oficial sem essa mácula "selvagem"...até nisso os Cristãos foram e são imitadores.
Em suma, eu agradeço e abençôo a todos os Cristãos por terem na Páscoa comemorado as mesmas coisas que comemoramos e por terem, ainda que inadvertidamente, prestado sua homenagem à primavera, à fertilidade e aos antigos deuses da vegetação que morrem e ressuscitam.
Feliz Páscoa, EVOE!

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