quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Finados

Aproveitando as últimas horas de um feriado prolongado de 5 dias [cortesia do Governo de SP], depois de ter comemorado meu [nosso] dia em 31 de outubro, no acochego do lar, ao lado de minha esposa, começamos a falar do Dia de Finados, comemorado hoje no Brasil e das crenças que cercam este dia.
Em todos os países, em todas as culturas, em todas as religiões existem dias e cerinônias dedicadas aos que não estão mais neste mundo. Alguns choram, outros fazem festas, mas o comemorado sempre é lembrado com reverência e respeito. Nesta data nos lembramos que a morte física é nossa única certeza, cabendo a cada um crer ou descrer que há um além, cabendo a cada crença algum tipo de preparação. Quem não crê vai levando a vida da melhor forma que um ser humano pode levar, em consideração ao próximo e ao senso de comunidade.
Se vamos todos morrer, por que lutamos tanto? Por que queremos aprender cada vez mais, ganhar salários melhores, queremos subir na pirâmide social, adquirir e aumentar nosso patrimônio? Por que nos preocupamos tanto com a saúde, com a estética, com a aparência?
Porque estamos vivos e enquanto vivos, nos movemos de um lugar a outro, de uma situação a outra, de uma posição a outra, queremos realizar, conquistar, cumprir com nosso destino e o propósito de nossa existência nesse mundo. Tenhamos 5 ou 60 anos, o tesão é igual. Depois é depois.
Todas as religiões falam sobre a morte e nos dão regras para lidar com o viver, para com o outro, para conosco mesmos, mas ideais morais humanos são falhos quando não são hipócritas, nós especulamos com um além melhor, nós determinados padrões de comportamento achando que ações boas ou más vão contar nesse mundo espiritual. Ledo engano.
Eu acredito que o "mundo do além" não seja muito diferente do daqui. Nada se leva daqui, nem as boas ações, nem as más ações. Se nos privamos aqui de ter uma vida mais confortável e pomissora, esse comportamento continuará no além. Se tripudiamos ou roubamos os outros, esse comportamento continuará no além. Não encontraremos Paraíso ou Inferno, a existência é aquilo que nós fazemos dela. Seja no além, seja aqui.
Eu acredito que semelhante atrai semelhante, nossas almas vão, naturalmente, para onde sentem mais afinidade, então pare de achar que fazer caridade vai te dar créditos, não há banco de caridade no além. Será simplesmente outro tipo de existência, outro tipo de organização social, outros tipos de valores, outros tipos de deveres e direitos.
A idéia parece agradável, mas não é. Quem rouba, irá para um lugar onde só terá ladrões. Quem mata, irá para um lugar onde só terá homicidas. Quem abusa de seu mandato ou de sua posição social para amealhar bens, poder, influência e prestígio, irá para um lugar onde só tem vigarista, estelionatário, corrupto, farsante. Quem odeia seu próximo apenas por causa de sua opção sexual, por causa de sua ideologia política, por causa de sua aparência, por causa de sua religião, irá para um lugar onde só tem gente que odeia.
Portanto, independente de sua condição, de sua posição, de seu cargo, de sua [des]crença, lembre de quanto amor você está dando hoje aos que se foram e continue a dar Amor aos que ainda estão por aqui. Não importa se haverá um amanhã ou não. Com este gesto simples, faremos este mundo melhor.

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