sábado, 3 de setembro de 2011

Sem omissão contra a intolerância religiosa

No passado, muitas pessoas de diversas religiões foram perseguidas, torturadas e mortas, devido à intolerância religiosa. Atualmente, não vivemos mais na era das fogueiras. Mas isso não torna a intolerância menos cruel. No mundo inteiro, muitos wiccanos e pagãos sofrem preconceito e discriminação em casa, nas escolas, no trabalho etc. No Brasil, devido à pluralidade de etnias e culturas presentes, não sofremos tanta perseguição como a que ocorre em outros países, mas ela existe, mesmo que de forma velada.
Devemos nos lembrar que o nazismo também começou de forma branda, com um inocente orgulho nacionalista, mas, depois, vieram os ideais puristas, o fundamentalismo, a separação de todos os que eram "diferentes" e, finalmente, o extermínio dos mesmos. A humanidade não irá tolerar novos genocídios. Mas o preço da liberdade é a eterna vigilância. Muitas pessoas não tomam qualquer atitude quando testemunham um ato de injustiça se não forem atingidas diretamente. Entretanto, a omissão nos torna cúmplices, tão culpados quanto os criminosos.
Na religião Wicca, acreditamos que uma das maiores ilusões do mundo é a separação, pois tudo está ligado: o planeta, o meio ambiente, todos os seres vivos e nós humanos – somos todos filhos da Grande Mãe e parte de um ciclo maior, e o que atinge a um atinge a todos. Assim como a Deusa possui diversos nomes e se manifesta de diversas formas na natureza, para a religião Wicca, a diversidade é sagrada. Portanto, os wiccanos têm o dever de respeitar todas as crenças e de combater a intolerância religiosa.
Atualmente, vivemos um momento muito especial na história da religião Wicca, pois inúmeros sacerdotes e bruxos de diversos covens e tradições wiccanas aderiram à causa da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). Muitos estiveram presentes nas últimas caminhadas e, mais ainda, estão se mobilizando para comparecer à IV Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, no dia 18 de setembro de 2011, na Praia de Copacabana - Rio de Janeiro.
O mundo todo estará de olho em nós, e esta é uma oportunidade ímpar para marcarmos nossa presença junto à sociedade brasileira, ao lado dos diversos segmentos religiosos que dela fazem parte.
Juntos somos mais fortes, e caminhando a gente se entende!
Diogo Ribeiro é sacerdote wiccano, representante da União Wicca do Brasil e membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa
Fonte: Jornal Extra [Religião e Fé]
Nota da casa: Não obstante, os wiccanos ainda omitem que também são filhos e filhas do Deus Cornífero.

2 comentários:

  1. Apesar da lei do ensino religioso no Brasil que nos garante um estado laico, professores continuam propagando o preconceito, pregando a biblia como única verdade e os ateus, wiccanos, budistas, etc...sofrem todo tipo de preconceito nas escolas. Gostaria de poder esclarecer estes professores sobre a lei, uma vez que sobre outras coisas me parece impossível.

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  2. Isso demanda um processo lento. Professores são brasileiros e vivemos em um país majoritáriamente católico. Temos também a circunstância de escolas particulares de propriedade de igrejas [catolicas e protestantes]. Se isto não é muito alentador, na cena universitária temos um predomínio do ateísmo e do marxismo. Por experiência eu sei que a lei não vai consertar tudo.

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