quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pelas crianças

O Dito e o Feito são irmãos siameses. Freqüentemente vivem brigando, o que um fala o outro refuta, o que um afirma o outro nega. Um diz que o preservativo não deterá o avanço da AIDS. O outro diz que o preservativo é justificável em certos casos. Um diz que a liberdade religiosa deve ser respeitada. O outro se intromete na religião alheia.
No natal, o Dito declarou: “Disso necessitam as crianças: do amor do pai e da mãe”. O fauno discorda, as crianças necessitam do amor da família e existem muitas formas de famílias.
E o Dito também afirmou: “a Sagrada Família é certamente singular e irrepetível, mas, ao mesmo tempo, é ‘modelo de vida’ para toda a família”.
O fauno discorda, a sagrada família não é um bom exemplo para as famílias.
Que família teria como exemplo a coabitação de um velho com uma menina?
Que família teria como exemplo o estupro de uma menina por uma entidade?
Que família teria como exemplo uma menina que se casou grávida?
Que família teria como exemplo uma gravidez sem pai conhecido?
A sagrada família tornou-se sagrada por que nela nasceu Cristo, não por suas qualidades ou formatação. Fosse apenas uma mãe solteira, ainda seria uma sagrada família. Fosse de uma família adotiva, ainda seria uma sagrada família. Ainda que Cristo fosse órfão e adotado por casais de homens com homens, ou de mulheres com mulheres, ainda seria uma sagrada família.
O núcleo familiar não é um modelo que pode ser definido, monopolizado ou controlado por uma instituição. Além do núcleo, tem todas as relações parentais que tornam, efetivamente, o núcleo familiar em família. Não há limites nem regras que possam controlar ou diminuir os laços sanguíneos ou afetivos que tornam a família esse modelo tão humano, inventado pelos antigos Romanos, todos pagãos.
Pelas crianças, pela sociedade, pela humanidade, este é o modelo de família ideal.

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