sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O dominio de Afrodite

O dominio de Afrodite não conhece limites na antiguidade, tendo sido encontrados mais de novecentos templos ou santuários erigidos para seu culto, espalhados por todas as cidades gregas. É qe se tratava de uma civilização na qual a arte de amar ocupava um lugar central, inclusive parte fundamental da educação dos jovens.
Afrodite tinha três manifestações que revelavam suas funções como Deusa do amor e da beleza: Afrodite Urânia [protegia as uniões e os casamentos], Afrodite Pandemos [protegia todas as formas de amor desinteressado] e Afrodite Apostrofia [protegia os homens e as mulheres de cair na tentação de se vender para obter vantagens].
Em seus muitos templos haviam sacerdotes - homens e mulheres - especializados na iniciação sexual dos jovens. Chamados de pórneos e pórneas, suas funções eram consideradas sagradas. Foi durante o Império Romano que esses ritos de iniciação se descaracterizaram e degeneraram em orgias, originando-se então o significado pejorativo dos atos e palavras que daí derivaram (pornô, pornográfico, etc).
A prática de relações sexuais antes do casamento está longe de ser uma conquista moderna da emancipação sexual. Era costume, há mais de 25 séculos, por uma sociedade que hoje chamamos de arcaica. E ainda praticavam essa emancipação com pessoas competentes, para isso preparadas, além de seu valor ritual.
Afrodite representa a arte de amar por excelência, mas trata-se de uma arte voltada ao cultivo do amor genuíno e desinteressado. Não defende o amor único e muito menos confunde fidelidade com exclusividade. Não considera ilegítimo ou prostituinte amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo ou ao longo da vida, desde que com sentimentos verdadeiros. Seu culto considerava que, mesmo o amor exclusivo a uma pessoa, seria condenável se estivesse baseado em conveniências e sentimentos falsos, inclusive em um casamento. Mas também condenava severamente a falta de recato, seja no homem ou nna mulher, que era o apaixonar-se e o entregar-se de modo desvairado, praticando uma sexualidade sem limites. A arte de amar era vista como o elixir da vida e não se restringia ao sexo, mas significava amar o mundo, as pessoas, enfim, tudo uq é vivo. Essas lições da arte de amar, mais do que nunca, servem para nós e para sempre. A tecnologia não mudará jamais a essência do homem, qeu sempre almejou e almejará realizar-se no amor verdadeiro.
Autor: Dr Viktor Salis
Fonte: Mitologia Viva, pg. 42-45.

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