sábado, 4 de setembro de 2010

O Deus de Mendes

O sumo sacerdote de Mendes disse à rainha: "Não se pode prestar maior honraria ao carneiro do que a mulher do faraó se apresentar ela própria para a cópula". [...] Arsínoe Beta entrou na tenda do festival, levantou o vestido vermelho da Deusa da Guerra e deixou-se ser coberta pelo grande bode, o lorde Banebdjedet.

Fonte: Duncan Sprott, A Filha do Crocodilo, pg. 198-197, Editora Record.

Elifas Levi cita, ao falar de Baphomet, do "bode de Mendes". Na Idade Antiga era comum ter animais sagrados que eram considerados a encarnação ou a representação de um Deus ou Deusa. No caso da cidade de Mendes, no Egito Antigo, o Deus era Banebdjedet, um Deus Carneiro similar a Khnum. Sua esposa era a Deusa Hatmehyt, que pode ter sido a divindade nativa de Mendes.

Assim como outros Deuses com chifres, como Atis, Dioniso, Cernunos e Pan, o Deus de Mendes representa a força das necessidades mais básicas, bem como o princípio da fertilidade co-gerador do mundo. E para os povos antigos, assegurar a fertilidade dos campos e dos rebanhos era mais do que um ato sagrado, era uma necessidade de sobrevivência.
Assim, muitos foram na antiguidade as cerimônias, cultos e rituais que procuravam manter essa abundância, através de uniões sagradas, quer entre uma sacerdotisa e o Deus, quer entre seus celebrantes, como acontecia no 1º de maio, na Europa. Nessa época antiga, o prazer, o desejo, o sexo, eram sagrados. Nessa época se celebrava a vida, o amor, a alegria. Nós, que nos consideramos tão mais "civilizados", "cultos" e "esclarecidos" que estes povos, vivemos em uma época em que se celebra a morte, o ódio e o sofrimento.

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