domingo, 8 de agosto de 2010

Proposta pode tirar programas "religiosos"

A menos de 70 dias das eleições, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que opera a TV Brasil e oito rádios oficiais, debate tema politicamente delicado: o destino de programas religiosos em suas grades. O conselho curador da empresa, que estabelece sua linha editorial, aprovou, com modificações, proposta do conselheiro Daniel Aarão Reis Filho de substituir a atual programação religiosa por programas de discussão do tema, sem "proselitismo" e produzidos mediante concurso.
Um edital de consulta pública sobre o assunto sairá em agosto, no processo de discussão que poderá ter uma audiência aberta e com previsão de terminar até dezembro. Mantido, o cronograma levará ao fim os atuais programas católicos e evangélicos. Na TV Brasil, são duas horas de programação católica aos domingos e 45 minutos de programa evangélicos aos sábados. A Rádio Nacional AM do DF transmite uma missa aos domingos.
"É um debate muito delicado", reconheceu a presidente do conselho curador, Ima Célia Guimarães Vieira. "Acho que vai haver resistência (à mudança). A EBC herdou os atuais programas religiosos da antiga TV Educativa e da Radiobrás." As duas instituições foram fundidas em 2007 para originar a nova estatal. Desde então, a programação passou por modificações. "Isso não representa um ataque à religião em geral, nem a nenhuma religião especifica."
Fonte: Estadão
Nota da casa: Eu acompanhei durante minha juventude a campanha que as rádios faziam em nome da "liberdade de expressão", contra a obrigação de transmitir "A Voz do Brasil", um entulho autoritário que foi inaugurado durante o governo de Getúlio Vargas. Agora, as rádios podem optar em qual horário irão transmitir o programa. Da época, fica a saudade das rádios "rock", a 89 FM e a Brasil 2000, que sucumbiram diante das exigências comerciais. Na época em que eu estava estudando Comunicação Social, os programas "religiosos" [a maioria evangélicos] eram mais comuns nas transmissões das rádios AM [modulação em aplitude]. Hoje, os programas "religiosos" [a maioria evangélicos] estão presentes nas rádios FM [frequência modulada] e tendem a aumentar seu espaço de divulgação. Bem que as rádios poderiam iniciar uma campanha em nome da liberdade religiosa.

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