quinta-feira, 16 de abril de 2009

Religião e crença dos Vietnamitas

Como em muitas outras coisas no Vietnam, por lá, a religião também não é o que parece. Apesar da maioria se dizer, bem genericamente, budista (85%), o que eles praticam, na verdade, é o que se conhece como “tripla religião”, um sincretismo que mistura as duas principais religiões trazidas pelos invasores chineses, Confucionismo e Taoísmo, séculos atrás, com a veneração ancestral de mortos, animais e forças da natureza, originada nos mais remotos tempos da região.
Provando ser, mais uma vez, um povo que resiste às invasões - militares ou culturais - os vietnamitas adaptaram as religiões aos seus hábitos e crenças e não o contrário. Por exemplo, apesar da religião “predominante”, o budismo Mahayana, pregar o vegetarianismo, come-se muita carne no Vietnam e os praticantes apenas se abstém de carne uma ou duas vezes por mês. A Igreja Católica não é diferente. Apesar de já ser a segunda religião mais “importante”, o que se vê é muito parecido com a umbanda brasileira, altares com imagens de Cristo lado a lado com “santinhos” com nomes e fotos dos mortos e imagens de animais adorados na casa.
O Templo Bach Ma, ou Templo do Cavalo Branco, é um exemplo do mélange espiritual vietnamita. Eu nunca vi nada igual. Reza a lenda que um madarim tentava construir uma fortaleza, um muro para proteger a cidade, mas ele sempre caía. Até que um cavalo branco desceu dos céus e indicou, deixando seu rastro, onde o muro deveria ser feito. E o muro resistiu por séculos. Esse cavalo branco virou um herói nacional e é venerado, no Templo Bach Ma, junto com Confúcio, Buda, as Mães Sagradas (Mãe do céu, da água e da floresta), Long Do (Barriga do Dragão) e, principalmente, os mortos, que têm um papel fundamental na espiritualidade do povo.
Apesar de não ser visto com bons olhos pelo Governo, o culto aos mortos está em cada esquina de Hanói. Latas de coca-cola e cerveja (importada, Heineken!) são oferecidas, junto com enormes pratos com pacotes de biscoito Maria, alimentos locais, muito incenso e dinheiro falso, de papel. Uma placa com nome dos mortos que são adorados nos templo. Uma mulher queima “dinheiro” na calçada, no mercado 19-12, como oferenda aos que já se foram… eles acreditam que esse dinheiro pode ser útil no inferno, antes que possam mudar para o paraíso.
O espiritismo, no Vietnam, mistura pessoas do mundo real, mortos, animais, forças da natureza no que se chamou, uma época , animismo, que vêm de ânima.
Alguns animais cultuados por lá são: Tartaruga: [lembram que elas carregavam placas com nomes de estudiosos, lá no Templo da Literatura?] adorada como símbolo de longevidade, elas estão em toda parte. No Templo do lago Hoan Kiem tem o que se diz ser uma tartaruga gigante (250 kg) empalhada, que teria sido encontrada por lá. No mercado, encontra-se muitas tartaruguinhas com uma espada nas costas. Eu trouxe uma que é uma bússola de Feng Shui. O Dragão: É o animal mais importante das celebrações religiosas vietnamitas, é o guardião, protege o povo e empoderando e dando inteligência. Fênix: Geralmente representado por um casal de pássaros, a fênix é a rainha, a manifestação da beleza e paz. Acredita-se que trazem boa sorte. Também adoram unicórnios, tigres, leões e, nas colônias de pesca, as baleias, são consideradas fundamentais para trazer sorte e proteger os pescadores no mar.
Fonte: Síndrome de Estocolmo [link morto]

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